Disciplina e sucesso

Quem não deseja ter sucesso na vida? Essa é uma questão que sentimos colocada de diversas maneiras e com muitos efeitos sobre as pessoas. Principalmente entre invejosos percebemos as “ondas negativas” quando algum feito nosso, maior, aparece com honras em qualquer ambiente.
Felizmente a maioria pretende aprender, saber de que forma se conquista sucesso. Talvez entre muitos exemplos possíveis o melhor seja o do alpinista, daquele indivíduo que conquista montanhas consideradas inacessíveis. Vamos ponderar que no Brasil carecemos de montanhas, temos, contudo, muitas praias e rios, clima tropical, não faltam piscinas. Assim os nadadores aparecem, alguns já se destacando em campeonatos internacionais. Fazemos campeões, e eles? Vencem por quê?
Vale a pena observar o comportamento dos campeões. Há alguns anos pudemos ver, por exemplo, um hexacampeão à época, Michael Schumacher, milionário, famoso, treinando sem parar entradas e saídas do “pit stop”. Enquanto outros talvez aproveitassem as delícias da fama, ele treinava sem parar.
No Brasil, talvez radicalizando a lógica dos donos de fazendas e escravos, criamos uma cultura de facilidades que tem deixado nosso país comendo poeira desde que se entendeu como nação de origem européia. Por sorte temos lugares que destoam dessa maneira de ser, constituindo-se assim em locomotivas desse trem que não para de crescer.
Muitos têm facilidades, outros nascem com dificuldades. A ninguém, contudo, é impossível fazer algo de valor. A história está cheia de exemplos incríveis. Deveríamos, entretanto, conhecer melhor a vida desses vencedores. Descobriremos neles determinação, disciplina, coragem, vontade firme, perseverança. Nada é mais típico do fracassado do que a preguiça, a indolência, a falta de disposição para enfrentar as dificuldades que aparecem no caminho que escolheram.
As paraolimpíadas de Pequim deram ao Brasil 4 ou 5 vezes mais medalhas do que conquistamos na Olimpíada regular, com certeza gastando muito menos... Com certeza descobrimos aí o resultado de pessoas que aprenderam a não desistir, a enfrentar toda espécie de dificuldade, principalmente num país tão mal estruturado quanto é o “nosso”. Vale a pena ver e ouvir o que diz Moisés Batista no endereço eletrônico http://www.youtube.com/view_play_list?p=D7D37F96E865D8B8 , um dos nossos atletas e medalhista em Pequim Paraolímpica. É uma tremenda lição de vida que precisamos assimilar.
A ênfase é importante. Em todos os casos de sucesso sentimos que a vontade férrea e o senso de disciplina foram decisivos. Fisicamente, mentalmente, as diferenças não são muito grandes entre os vencedores e os derrotados. Educação sim. Aí entramos num universo que muda rapidamente e que merece reflexões.
Como estão as famílias? Existem? São preparadas para educar?
Nada é mais complexo e desafiador do que transmitir aos filhos uma boa educação. Para isso, contudo, é preciso coerência, união, organização dentro de casa. Infelizmente as diferenças entre os pais frequentemente excedem a compreensão dos filhos, criando neles inconsistências que irão se refletir na juventude, na idade adulta. Complicando tudo vem a exposição a lideranças externas, eventualmente cativantes e pessimamente intencionadas. Não é sem razão que temos tantos jovens delinqüentes, drogados, perdidos na vida...
Precisamos sempre estar atentos, “ligados” nos filhos. Afinal optamos por famílias pequenas, poucos que ganham muito valor para nós, pais e avós. Se queremos o sucesso deles, devemos, desde que nascem, pensar em como educar, como criar dentro de casa um ambiente de respeito, disciplina e amor, formando espaços que certamente produzirão pessoas saudáveis e bem sucedidas.


Cascaes
Curitiba, 25 de março de 2009

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