Engenharia é tema de reunião na CNI

Engenharia é tema de reunião na CNI
http://www.confea.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=7979&sid=10&pai=8

Brasília, 14 de maio de 2009


Marcos Túlio e Sérgio Cordeiro
A representação do Congresso Nacional no programa iNova Engenharia foi defendida pelo presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Marcos Túlio de Melo, durante a sessão plenária que ontem, 13, reuniu todos os parceiros do programa, na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília.

Túlio de Melo acredita que no fórum em que estão presentes representantes da academia, do empresariado, do governo, institutos de pesquisa e de financiamento de ensino superior voltados para melhorar o desempenho da engenharia, “o Congresso Nacional não pode estar ausente, assim como as agências reguladoras”.

Lembrou da Frente Parlamentar de Engenharia e completou sugerindo a aproximação do iNova Engenharia com o movimento Brasil Competitivo, que promove a competitividade e a produtividade das organizações públicas e privadas através do Sistema de Gestão de Processos.

Criado em 2006 pela CNI, o iNova – que agrega 16 parceiros – defende mudanças profundas em diversos setores para que o engenheiro formado no Brasil tenha um perfil que atenda às necessidades e às expectativas de desenvolvimento do país.

BrasilTec - Na reunião de ontem, representantes da Abenge, Capes, CNI, Senai, CNPq, Finep e Confea trataram das atribuições profissionais, da visão dos empresários, falaram das habilidades básicas na graduação e também sobre a publicação Engenharia para o Desenvolvimento. E dedicaram ainda atenção especial ao BrasilTec – programa brasileiro de aceleração da engenharia – uma proposta do comitê gestor do iNova Engenharia.


Túlio de Melo lançou para reflexão a necessidade da manutenção dos investimentos privados e públicos em ciência e tecnologia, e da melhoria da qualidade da educação: “especialmente a do ensino básico com mais incentivo à matemática, física, química, matérias para as quais há carência de professores”, destacou.

Para ele, “um projeto consistente, com políticas de Estado voltadas para o desenvolvimento do país para os próximos 30 anos, além de cursos dinâmicos, incentivo às pesquisas, aliados a salários compatíveis, seriam bons atrativos para os jovens”. O presidente do Confea defende ainda a descentralização das universidades – em maior número no Sul e Sudeste – como uma das fórmulas para diminuir as desigualdades educacionais entre as regiões do país.

Capital humano especializado: a moeda que decide o futuro

A proposta do BrasilTec, de acelerar a engenharia, leva em consideração o contexto mundial em que a competitividade é estimulada pelos países para alcançar e manter o desenvolvimento econômico, e para isso “o capital humano altamente especializado é indispensável”, destaca o documento.

E nesse contexto, o Brasil apresenta um quadro pouco animador. “Nossos produtos são primários, carecem de tecnologia, valor agregado”, diz Jorge Guimarães, presidente da Capes, para quem “esse quadro só muda se houver muito investimento em ciência tecnologia. O mestrado profissionalizante aproxima academia e setor produtivo, e essa é uma ação propositiva”, completa.

Atualmente, no Brasil, a engenharia está em quinto lugar na preferência dos vestibulandos e a grande maioria dos formandos não atua na profissão. Em nível de graduação, segundo o Censo de Educação Superior do Ministério da Educação, realizado em 2007, pouco mais de 300 mil matrículas foram feitas em engenharia e profissões tecnológicas afins, enquanto que em ciências sociais, administração e direito as matrículas chegam perto de 2 milhões. A evasão registrada em Engenharia, atinge 60% das matrículas nos primeiros anos da graduação.

Em pós-graduação em engenharia, a Capes informa que, em 2007, cerca de 12 mil matrículas foram feitas no mestrado stricto senso, sendo 61% no Sudeste e 2% no Norte. O mesmo Censo aponta que o mestrado profissional registrou 1.531 matrículas e o doutorado, 6.613. Os que concluíram a pós-graduação, em nível de mestrado, somaram 4.174. O mestrado profissional ficou com 314 nomes e não chegaram a 1.200 os que terminaram o doutorado.

A produção de patentes, considerada inexpressiva no Brasil, também é tratada no documento, que constata: “os principais indicadores que prejudicam o desempenho do Brasil demonstram a baixa confiança em instituições públicas derivada de problemas de ética e ineficiência burocrática do Estado e das deficiências do Sistema Educacional”.

Existem, claro, ilhas de excelência – Embraer, Petrobras, e o Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), por exemplo –, reconhecem os parceiros do BrasilTec que querem mais ilhas como essas.

Leia mais sobre o assunto:

Sociedade espera ética e qualidade técnica dos engenheiros
Maria Helena de Carvalho
Assessoria de Comunicação do Confea

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