Falando do Pré Sal e da Super Agência

Pré – sal, independência ou morte
O “inferno está cheio de gente ingênua, de boas intenções”. Partir do pressuposto de que as grandes potências sempre respeitarão nossos direitos sobre a plataforma submarina é algo tão infantil quanto ter acreditado na disciplina institucional dos bolivianos, equatorianos e venezuelanos. Isso simplesmente não existe. Basta uma leitura dos melhores livros de história para se descobrir a volúpia dos poderosos sobre os mais fracos. Agora até nossos “índios” se preparam para enfrentar o estado brasileiro. Vemos isso tudo com uma naturalidade assustadora. Eles foram precedidos por outros “movimentos”, todos cheios de boas intenções, a que poderão levar?
O governo federal parece ter chegado a uma solução de um problema que ele próprio criou, a formação de uma “super agência” para cuidar das multinacionais que explorarão o petróleo pouco além das praias brasileiras; talvez ela venha a ser composta pelo super homem, o Batman, o homem aranha, talvez o super pateta etc., todos apoiados pelo professor Ludovico e o Pardal. Eles teoricamente poderão criar regras, planilhas e tarifas e usufruir as benesses desses cargos, que por alguma razão atraem pessoas que teoricamente ganharão muito menos do que os seus rendimentos atuais oferecem. De qualquer maneira no Brasil estamos sem ver algo em que se apoiar, exceto algumas pessoas maravilhosas que, por falarem demais, são devidamente ignoradas e até desmoralizadas pelos seus pares.
Dentro dos famosos acordos entre as grandes potências passou o desmonte da indústria bélica dos países em desenvolvimento. O Brasil quase teve força própria, sobraram escombros... Devem ver com imenso prazer a forma como é conduzido o que sobrou. As histórias de algumas inspeções dos poucos projetos que restam são terríveis, serão verdadeiras?
Nosso Brasil é um país de dezenas de milhares de fronteiras e uma costa marítima de dar inveja à maioria dos países. Como as defendemos? Com tropas das PMs, a Polícia Federal? Não conseguimos conter a importação de drogas (interessa?) nem o contrabando, que, aliás, diminuiu graças a decisões unilaterais de redução de impostos; ao contrário, graças à Lei Kandir devemos abastecer nossos concorrentes com matéria prima sob preços privilegiados. Se dentro de nossas fronteiras estamos perdendo uma guerra que o próximo governo poderá reverter, os riscos do petróleo, no que foi denominado “pré-sal”, são infinitamente maiores.
Aqui vale uma pergunta que precisa ser respondida:
Como iremos defender nossos direitos de dominação e exploração nessa região submarina?
A Marinha Brasileira está bem equipada? Fabricamos nossos armamentos para resistir a boicotes que a grande indústria de guerra poderá endurecer? Que tipo de armamento será eficaz na luta contra ações de ocupação por estrangeiras? Se tivermos uma nova edição da “Guerra da Lagosta” (só para lembrar) como reagiremos? Vamos chorar em tribunais internacionais dominados ou ignorados pelos mais fortes?
Precisamos retomar o serviço militar para todos, refazer nossas Forças Armadas, preparar-nos para sermos a potência que, tudo indica, temos condições de atingir (em todos os sentidos). China, Índia, Japão, a Rússia, mais do ninguém, tomaram esse caminho. A França de Charles de Gaulle não descansou enquanto não atingiu um patamar de força, e nós?
Retrocedemos, perdemos capacidade de resistir a qualquer coisa. O Governo Federal criou a questão “super agência”, não seria melhor investir pesadamente numa Força Armada capaz de impor respeito? Não seria essencial educar, recriar a motivação militar de nosso povo, que precisa voltar a ter orgulho de ser brasileiro, sem medo, sem as humilhações que estão virando rotina?
O Congresso Nacional, nossas corporações (tão obcecadas por privilégios que esqueceram o Brasil), organizações secretas e públicas, todos podem se redimir agindo fortemente, evitando mais esse desmonte do Brasil que um dia sonhou acordar. Não é sete de setembro, mas podemos e devemos lembrar o grito do Ipiranga: Independência ou Morte.

Cascaes
1.5.2009

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