O custo dos acordos políticos

Os impostos pesam no orçamento do povo brasileiro. Dói pagá-los e mais taxas, sindicatos, conselhos, tarifas excessivas, carimbos e papéis inúteis ou de pouca valia. Sempre existem boas desculpas, aliás, motivos reais para pagar impostos; o dinheiro gasto, contudo, precisa ser bem usado pelas autoridades que nos impõem tudo isso.
Não é difícil descobrir, em nível federal, o desperdício, a malversação, o desvio de recursos que deveriam ser usados para a saúde, educação, segurança, conforto etc. do povo brasileiro. Se Brasília é campeã nos índices de qualidade de vida é porque muita gente por lá recebe mais do que devia... Felizmente não estamos queimando dinheiro em guerras distantes, em compensação assusta-nos saber que existem contas secretas no Senado e até mordomo trabalhava às nossas custas em casa de parente do presidente daquela casa de leis, que deveria ser exemplar, responsável, merecedora de nossa admiração. Esse é o escândalo federal da vez, qual será o próximo?
O desperdício e a corrupção são enormes no Brasil. Podemos dizer isso porque sabemos qual é o orçamento da União, dos estados e municípios e quanto custa a famosa “máquina pública”. Se algumas unidades precisam de esmolas, outras são suficientemente ricas para garantir um mínimo de atenção a seus habitantes. É difícil aceitar a penúria do povo mais humilde, o mau serviço, a precariedade das nossas estradas (apesar do IPVA, CIDE, impostos em geral), a decadência de hospitais, as endemias voltando com força, a quase indigência de serviços essenciais e tudo o mais.
Por força do trabalho de muita gente, dos bandeirantes e pioneiros aos atuais empreendedores e trabalhadores rurais nesse início de século 21, gente que desbravou nosso país e agora sustenta milhões de pessoas, desenvolvendo uma agroindústria de causar inveja a muitos países tradicionais, o Brasil tem uma base econômica agora reforçada pelas técnicas e descobertas da Petrobras assim como um tremendo potencial a ser explorado em outras fontes de energia, inclusive na criatividade intelectual (energia mental) do povo brasileiro.
Há muito a ser feito, apesar desses passos de gigante.
Teremos a Copa do Mundo de 2014, que maravilha! A FIFA mandou o Brasil ficar em ordem até lá. Finalmente temos uma entidade forte para exigir compromissos de nosso governo que empolgam e beneficiam o povo brasileiro, além dos tradicionais, alguns bem defendidos por inúmeras ONGs a serviço dos estrangeiros, com teses não desprezíveis, mas, nitidamente, ao gosto, conveniência e prioridades ditadas de fora para dentro de nossas fronteiras.
Abrigamos culturas diversas nesse “país continente”. Seria útil ao entendimento de todos saber o que é, por exemplo, “compadrismo”; talvez começando por aí, lembrando a escravidão, juntando a visão clássica do poder no hemisfério norte em tempos de reis e bispos, mundo ocidental, até o advento da democracia real, voto universal, “Declaração Universal dos Direitos do Homem” (1948), passando há dois séculos pela Constituição dos EUA, a revolução francesa e muito mais compreendamos nossas mazelas e frustrações assim como o que conseguimos de bom.
Parece, apesar de tanto esforço para a criação de um estado sob o império do Direito, onde o cidadão viva em liberdade, igualdade de oportunidades e com fraternidade, que paramos em algum lugar do passado, levando-se em conta declarações até do nosso presidente da República, que parece entender que existem pessoas acima da lei e da ordem.
Se o governo, que elegemos, fizesse o que deve, certamente teríamos melhores e mais estradas, escolas, saúde, segurança, enfim, uma infraestrutura técnica e cultural eficaz, de norte a sul, leste a oeste. Dinheiro nunca faltou apesar do custo de muitas confusões, conflitos internos e da guerra contra o Paraguai no século 19. Talvez nossas “políticas econômicas” tenham feito mais contra o Brasil do que tudo isso junto.
Além da submissão às lógicas dos tecnocratas do dinheiro e banqueiros, que nos impõem juros absurdos, que candidamente atribuem à inadimplência nossa (eles não são empresários? Por quê não cuidam melhor de suas carteiras?) e o Banco Central aplaude num combate estranho à inflação neste mundo globalizado, temos pencas de ministérios, secretarias e respectivos assessores, cargos de confiança etc., sem contar com os caixas 2, 3 e 4 de campanhas políticas e obras caras e perigosas...
O Brasil moderno ainda não aconteceu. Aqui tudo é lento, confuso, ao gosto e sabor dos “espertos” que dominam nossa vida pública e privada.
Os escândalos recentes, entretanto, conseguem surpreender até a gente mais velha, com toda essa história de lealdades e privilégios pagos pelo contribuinte.
Aqui, Curitiba, cidade considerada diferente, moderna, culta e bela chegamos ao âmago da moral política nacional. As reportagens sobre o Sr. Manassés e sua tropa chocam-nos porque mostram um Paraná que parecia mais sério, responsável. Será que estamos perto demais de Brasília?


João Carlos Cascaes
Curitiba, 24.6.2009






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Comentários

  1. O pior de tudo isso é ouvir o nosso digníssimo presidente Lula falar que temos coisas mais importantes para discutir no Brasil...Pode???

    Eliana Cascaes

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