Doenças contagiosas e as empresas

A Gripe Suína, Gripe A ou seja lá o que for chamou a atenção sobre comportamentos de risco, além dos tradicionais já relacionados.
Com certeza, em ambientes densamente povoados é importante que se adotem cuidados para prevenção de doenças que estão na prateleira, no “pit stop” ou em plena marcha
Arquitetos, médicos, engenheiros, sociólogos, psicólogos e outros profissionais poderiam discutir a necessidade de se implementar mudanças para que todos possam enfrentar desafios que no passado dizimaram populações.
Por que os engenheiros, por exemplo? Vamos fazer sugestões engenheirais?
Temos hábitos perigosos.
Ilustrando, desde que algum iluminado instituiu as salas enormes para que os “colaboradores” trabalhassem sob os rígidos olhares do gerente, criaram-se espaços que poderão ser perigosos ou facilitarem a prevenção. Muito depende da renovação do ar, do sistema de ar condicionado ou de janelas que possam ser abertas, que tragam, se existir, ar limpo (e luz) para dentro desses ambientes.
Talvez os tecnocratas da disciplina resistam, por exemplo, ao teletrabalho. Isso acontece porque a maioria dos gerentes mal sabe medir a produtividade de seu time, assim fica difícil estabelecer metas, cobrar serviço. Sendo possível, ótimo! O empregado terá como produzir em casa ou em lugares distantes, sem gastar energia e espaços da empresa nem se expor a contágios desnecessários.
Portarias, avaliações médicas à distância, painéis para visão térmica, etc., há como usar a Engenharia e outras ciências para que tenhamos recursos para vigilância sanitária automatizada, rápida, segura. O que intriga é que pretendem mandar gente para Marte e ainda não foram capazes de criar coisas infinitamente mais simples, ou simplesmente não querem. Afinal os grandes chefes podem contar com assistência privilegiada, o povão que se dane.
Felizmente um funcionário doente pode significar um grande prejuízo para a empresa. Assim ele é um componente a ser preservado. Dá prejuízo ao contribuinte também. Será mais um nas filas do INSS, do SUS, no custo das fundações. Graças a isso sobra alguma atenção ao empregado (até os escravos tinham preço).
Maravilhosamente temos a internet, uma das ferramentas mais mal utilizadas do mundo. O espaço WEB com softwares, PCs, sensores, etc. pode demais para cabeças tão pequenas...
Ganhamos uma pandemia não muito violenta, ótimo! Ganhamos um momento de exercício.
Por exemplo, o que significa abandono de grandes instalações? Nossas concessionárias estão preparadas para isso? O povo sabe o que pode significar uma grande barragem abandonada? Um reator sem supervisão adequada? Ou mesmo um avião cuja tripulação adoeça durante um vôo de longa distância?
O faturamento bilionário das grandes empresas poderia dedicar uma fração de sua receita para estudos e pesquisas prevencionais. Temos visto muito dinheiro sendo jogado em questões do século 22, quando temos aqui e agora problemas que estão matando muita gente.
Com certeza o desafio de se criar comportamentos prevencionais melhorou muito em relação ao passado, há muito a ser feito, entretanto.
Enquanto esperamos nossos especialistas e cientistas criarem algo melhor, é bom aprender a não fechar janelas que deveriam ser abertas para renovação do ar, entre outras coisas.
Além do cuidado com o ar, precisamos mudar formas de se cumprimentar, evitar aglomerações, alimentar-se de forma adequada etc.
No mínimo estaremos evitando levar para dentro de casa doenças que podemos adquirir até em nossos locais de trabalho, onde, infelizmente, nem tudo depende da vítima.

Cascaes
30.7.2009

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