Feliz Dia dos Pais e alguns destaques paranaenses

No Dia dos Pais sempre nos perguntamos, quando isso existe, sobre o que possamos ter feito para causar tantos sofrimentos aos nossos filhos, se pelo menos algum deles for deficiente...
Talvez muitos não percebam, mas existem inúmeras lesões que podemos transmitir geneticamente, doenças, por acidentes, erros comportamentais etc.. O drama é, acima de tudo, a vida que talvez venhamos a dar a nossos filhos. Diante da realidade, o desespero dos pais ou o conformismo, tudo dependendo da educação e índole que tenhamos, leva-os, nós, pois me incluo entre os “revoltados”, motiva ações nem sempre educadas, elegantes, talvez pouco eficazes.
Felizmente encontramos gente boa.
Ao longo da vida descobrimos, aqui no Paraná, lideranças acima da média.
Nosso maior destaque é, sem dúvida, o Senador Flávio Arns, incansável batalhador a favor dos deficientes, pessoa séria, trabalhadora e extremamente afável. Talvez aí seu defeito, na minha maneira de ver as coisas (certo ou errado?). Quem sabe um pouquinho mais de violência não seria desejável?
Nesse país que vale a “Lei da Indiferença”, formulada por muitos filósofos e que descobri num livro publicado em 1843 por Kierkegaard (Temor e Tremor), que valoriza tanto os sobrenomes, as elites e o dinheiro (nossa primeira constituição foi a da mandioca...), que demorou tanto para acabar nominalmente a escravidão e que reformou sua capital no início do século expulsando os pobres para as primeiras favelas da “Cidade Maravilhosa”, nesse país em que a ascensão de algum político coloca-o num Olimpo, onde a tolerância se transforma em regra de convivência, o Senador Flávio Arns é uma honrosa exceção paranaense.
Nesse cenário político orgulho-me de destacar alguém mais, o engenheiro Antonio Borges dos Reis. Vereador em Curitiba por duas legislaturas e candidato a vice-prefeito na última eleição, tendo sido empresário e sempre procurando uma forma de sobreviver modestamente, abraçou a bandeira dos deficientes, ainda que nenhuma razão familiar o levasse a tanto empenho. Puro amor ao próximo, mais do que visível onde quer que vá.
Agora ele se empenha em fazer a cabeça dos gestores de Curitiba para a adoção de técnicas de melhor acessibilidade. Auxiliado pelo arquiteto Ricardo Mesquita (e uma equipe de amigos), um paladino da causa, que ele diz ter adotado por inspiração divina e vivência pessoal e familiar, o Borges dos Reis é um político que nos enche de orgulho e um pai dedicado. Na Ouvidoria do CREA-PR e coordenando o Fórum sobre Acessibilidade daquela entidade, que mostra sua melhor face nesse caminho, é um dínamo a favor de mudanças mais do que necessárias em projetos, serviços e outras atividades sob responsabilidade do CREA-PR.
Com certeza seus familiares até poderiam esperar sucesso material, mais tempo em casa. Por alguma razão, que talvez nem ele saiba explicar, sua vida política centrou-se na luta pelos deficientes, tomando muito de seu tempo.
Bom para nós, idosos, deficientes, carentes de mudanças e cuidados num mundo que parece esquecer o ser humano.
Falta muito para o Brasil ombrear-se com os países mais desenvolvidos, principalmente nessa área (A Mirella Prosdócimo que o diga). Vamos conseguir, com certeza, essa esperança existe graças a pessoas a quem desejamos um Dia dos Pais especial, Senador Flávio Arns, Antônio Borges dos Reis e Ricardo Mesquita.

Abraços do Cascaes
9.8.2009

Comentários

  1. Cascaes,
    Você me emocionou...
    Esta luta vale a pena. Lembro a você que meu pai ficou nos últimos meses de vida em uma cadeiras de rodas, devido a uma amputação em uma das pernas e não teve tempo de uma recuperação que permitisse a colocação de uma prótese. Pude naquele período de sofrimento de meu pai presenciar as dificuldades que as pessoas com deficiências sofrem em função das barreiras arquitetônicas. Não só hoje dia dedicado aos pais sinto falta dele que foi uma pessoa que me inspirou a procurar dedicar um pouco de tempo ao próximo. A satisfação de ver o trabalho pela causa da acessibilidade evoluindo é muito maior do que qualquer benefício pecuniário que pudesse vir a receber se me dedicasse mais a minha profissão de engenheiro. Espero que minha família continue aceitando esta opção de vida que fiz. Sou feliz assim. Não fiquei rico, mas graças a Deus minha família não passa necessidades como tantos brasileiros ao nosso redor.
    Obrigado meu Irmão.
    Um forte abraço do seu amigo
    Borges

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  2. Douglas Antonio Dias27 de março de 2010 às 06:43

    Prezado Professor Cascaes,
    Quero parabenizá-lo pelo excelente blog e por sua incansável luta por causas tão nobres!
    É um orgulho para mim tê-lo conhecido pessoalmente, enquanto aluno de pós-graduação!
    Que Deus o ilumine sempre!

    Engº Agrônomo Douglas Antonio Dias.

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