Mundo do isolamento

Perfeito!
Espontâneo.
Abraços
Cascaes
11.8.2009
"Lilian ..."
To: "joão carlos cascaes" <jccascaes@onda.com.br>
Sent: Tuesday, August 11, 2009 4:05 PMSubject: Publicar
Se quiser, Cascaes, pode passar adiante. Mas acha que está bom assim ?
Um abraço
Liilian

Pois é, Cascaes, quantas ferramentas para evitar o 'olho no olho' :
Reclamações por telefone, ensino à distância e agora diagnóstico via Internet.
Sabia desta ? minha filha em Londres não se sentindo bem, por orientação do seu médico aqui no Brasil, via SKIPE (+ uma vez) se dirigiu ao hospital onde está cadastrada solicitando que colhessem material, pois seu sintomas deixavam suspeitas de infecção pelo virus H1N1. Como ela trabalha num clube de grande porte, onde circula muita gente, e que acabava de promover o Salão do Automóvel, um badalado evento internacional que movimenta gente do mundo todo, ela podia ter se contaminado. E como atua no setor de restauração, tinha que ter certeza do seu estado de saúde. No hospital, não passou da área da recepção. Foi imediatamente convidada a se retirar, ir para casa e responder a um questionário pela Internet. Ah ! em todo caso, já lhe deram um formulário que lhe permitia adquirir o famoso TAMIFLU. Quando ela argumentou que no seu país de origem havia um atendimento especial para pessoas com suspeitas da nova gripe, com áreas preparadas com isolamento para casos graves, a atendente lhe respondeu: "A Sra. está na Inglaterra", e aqui as pessoas não devem sair de casa e estar circulando por aí espalhando virus. Ao se encaminhar à farmácia (que mais parece uma loja de conveniências onde se pode comprar desde cartão telefônico até relógios da moda) e solicitar o remédio, a vendedora pediu que registrasse o nome da paciente no formulário. Quando escreveu seu próprio nome, a moça só faltou colocá-la para fora do estabelecimento, dizendo que ela não poderia estar ali e deveria ter mandado outra pessoa comprar o remédio. Enfim, quando se está sozinha, em outro país, sentindo-se mal, recusam-se a examiná-la (para tranquilizá-la), por consequência não lhe dão atestado para justificar afastamento do trabalho, e ainda na hora de comprar oremédio a tratam como a um 'leproso', é de se perguntar: "Eu estou num país de primeiro mundo?" sim, quanto mais avançado, mais aparatos, mais máquinas, mais ferramentas nos afastam do contato homem a homem.
Onde está o padre da sua paróquia que ouve suas inseguranças espirituais ?
Onde está o delegado da sua jurisdição, que ouve suas queixas em relação à segurança ?
Onde está o seu representante político, que você elegeu para criar leis que garantam seus direitos e façam cumprir seus deveres de cidadão ?
Onde está seu professor, que ouve suas dúvidas de gramática, de pronúncia,que a orienta nos estudos ?
Onde está seu médico de família, que conhece todos seus problemas e já sabe o que pode e o que não pode lhe receitar ?
Onde estão seus amigos, que não lhe visitam mais, que não lhe escrevem mais cartas de próprio punho, que não lhe mandam mais cartões de Natal ?
Onde estamos nós, tão longe dos caminhos de Deus, que não acreditamosmais nas instituições estabelecidas, e muito menos nos homens que asdirigem ?
Onde me encontro eu, neste mundo globalizado ?
Um abraço
Lilian

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