Projetos superados - uma oportunidade de reengenharia

Projetos e Operação superados

Mudanças climáticas em perspectiva, potencial de pandemias, crime organizado, crescimento da população, terrorismo e mais coisas que nem Freud explica exigem uma mudança drástica no projeto de aeroportos, portos, rodoviárias, equipamentos de transporte, serviços públicos em geral.
Outro aspecto que precisa ser considerado com vigor é a importância do idoso, do deficiente, os cuidados com as crianças e a aplicação real de leis e códigos a favor do ser humano. Se nada disso bastar, os financistas e negociantes devem se lembrar de que os idosos estão aumentando de número e percentuais, sendo um mercado em perspectiva. A cobiça poderá ativar sentimentos humanitários.
Independentemente do mérito e da avaliação de prioridades é fácil perceber quanto as grandes instalações para atendimento a metrópoles e deslocamentos padrão século 21, no mundo inteiro, carecem de reformas, ajustes e introdução de novos conceitos.
Podemos gastar a vida reclamando das mudanças climáticas e das pandemias, por exemplo, o fato é que elas vão acontecer e o mundo precisa se preparar para elas.
Observando os aeroportos notamos, não raramente, a priorização da estética em detrimento da funcionalidade, da segurança, do respeito aos passageiros. Se pensarmos nas rodoviárias, chegaremos ao inferno.
Se obras são mal feitas, a operação e manutenção são piores ainda. Se a precariedade da manutenção é o efeito de gerentes sem dinheiro, na operação dessas instalações sentimos, frequentemente, imperícia, desinteresse, alheamento das necessidades do cliente, o que somos quando pagamos taxas, impostos, carimbos e selos na esperança de sermos bem atendidos.
Infelizmente a primeira coisa que nossos eleitos fazem é usar transporte personalizado, individual, aéreo, terrestre etc. O povo, bem, que se dane. Não é essa a lógica?
De qualquer jeito podemos ter esperanças, afinal existe a possibilidade de renovação, de novas lideranças, de correção de comportamentos até de políticos empedernidos.
Na visão técnica, contudo, é mais do que sensível a urgência na mudança de programas e cursos para a formação de uma geração de profissionais mais ajustada ao século 21 e, principalmente, às necessidades de todos os seres humanos, mais e mais relegados a terceiro plano. Essa é uma questão que deve começar no primeiro ano do primeiro grau, educar para a cidadania, para o amor ao próximo.
Algo interessante é lembrar que vivemos num mundo que se diz temente a Deus e que procura nessa vida conquistar pontos para uma escala noutro planeta, noutra dimensão. Lembrando que tanto Jesus Cristo quanto a maioria dos grandes profetas de todas as religiões universais ensinaram, com poucas exceções, que o respeito ao ser humano é demonstração de crença num Ser Superior, sentimos a preocupação desses líderes já em épocas remotas com a necessidade de educar aqueles que acreditavam neles.
Voltando ao piso da tecnologia, podemos relacionar questões ambientais, necessidades especiais, otimização de instalações, novas opções de comunicação, transporte, energia, segurança, alimentação etc. criando-se uma gama enorme de oportunidades de trabalho, carentes de novos engenheiros, arquitetos, urbanistas, sociólogos, médicos, educadores ...
Por falar em Sociologia, está na hora de se aprofundar essa ciência, colocando-se profissionais bem preparados ao lado de cada gerente, em qualquer nível, para que entendam melhor o comportamento de grandes populações e saibam tomar decisões coerentes com as suas funções, principalmente se dirigindo concessionárias de serviços públicos.
Em tudo e por tudo podemos afirmar que nossas cidades, equipamentos urbanos, sistemas de transporte etc., para começar, precisam ser refeitos, ajustados a esse mundo novo. Isso, se de um lado pode humilhar antigos projetistas, é uma tremenda oportunidade de geração de empregos e empresas para a reconstrução inteligente da sociedade humana.

João Carlos Cascaes
29.7.2009

Comentários