Desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca


A nomeação e posse do Desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca no Tribunal Regional do Trabalho em Curitiba, setembro de 2009, é um fato histórico no Brasil e a expectativa de aceleração do reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência (PcD).
Após discussões intermináveis em torno de semântica e lógicas nem sempre razoáveis, o Brasil começa realmente a aceitar as pessoas com deficiência em ambientes de trabalho e em alguns espaços urbanos e culturais (lamentavelmente apenas em alguns espaços, pois a lei está muito distante da educação). A resistência ao PcD existe de diversas formas, até na mais odiosa, o aproveitamento de corporações para, criando dificuldades, faturarem benefícios, como, por exemplo, a formulação de exigências acima do razoável para o respeito à legislação existente.
Problemas para alguns, oportunidades para outros.
Nossas universidades, escolas técnicas, indústrias, concessionárias e empresas de P&D poderão ganhar muito se simplesmente abraçarem com força a causa das pessoas com deficiência.
Graças à Tecnologia sempre em desenvolvimento, se nossos pólos de ensino e pesquisa criarem laboratórios e mobilizarem pesquisadores para a solução dos muitos problemas que cegos, surdos, deficientes físicos, mentais e outros com todo tipo de combinação de lesões apresentam, haverá trabalho para todos e recursos (FINEP, fundos setoriais, fundos nacionais e estrangeiros de P&D) para outras atividades acadêmicas.
As limitações dos Pcd podem, em grande parte, serem compensadas com próteses, aparelhos de apoio e principalmente softwares e equipamentos dedicados para superação das limitações que infelizmente poderemos ter por nascimento, doenças, acidentes e mais cedo ou tarde, se vivermos o suficiente, com o envelhecimento.
Note-se que tudo isso deve se transformar em indústria, empresa de serviços e produtos ao alcance normal de todos (infelizmente muito se perde pela falta de visão empreendedora de cientistas dedicados ao assunto).
No Paraná, por exemplo, estuda-se a implantação do projeto BEL (Banda Extra – Larga), viabilizando inúmeras hipóteses de comunicação entre pessoas deficientes, tudo dependendo de sistemas inteligentes que poderão ser criados por nossos cientistas. Os PcDs poderão até via celular ter inúmeras formas de apoio no trânsito, na escola, no trabalho, lazer etc. , bastando para isso o aproveitamento da rede elétrica, transformada em infovia, e equipamentos de irradiação e recepção de sinais a partir de celulares ou outros tipos de transdutores e emissores/receptores com os softwares que nossos “pardais” terão como inventar.
O Dr. Ricardo Tadeu Marques da Fonseca batalhou muito até para enfrentar preconceitos dentro de sua instituição. O que mudou desde os tempos em que estudava na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em São Paulo foi o aparecimento de softwares para transformação de texto em som e vice versa assim como a redução, mais do que exponencial, do custo dos PCs, se considerarmos o conjunto: computador portátil, pessoal mais sua capacidade de processamento, memória etc.
O Dr. Ricardo pode afirmar que tem condições plenas de exercer sua profissão, já que a Justiça parte para a informatização de seus processos, fugindo dos calhamaços de papel que marcavam qualquer tribunal.
O Poder Judiciário e nosso novo desembargador são um bom exemplo, onde e quem serão os próximos?

Cascaes
20.9.2009

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