Energia e a Engenharia Civil

2009/9/17 Pucci <f.pucci@terra.com.br>
Quinta, 17 de setembro de 2009, 10h13
Garrafa PET com água ilumina ambiente de empresa
Roberto do Nascimento
http://invertia.terra.com.br/carbono/interna/0,,OI3979108-EI8933,00.html
O técnico de segurança Rodolfo Loreatto aciona o luxímetro (aparelho digital com tela de cristal líquido e fotocélula usado para medir a intensidade da luz) a metro do chão e a leitura surpreende: em dia pouco ensolarado, o almoxarifado montado pela construtora num canteiro de obras está tão iluminado quanto se dispusesse de lâmpadas comuns de 100 watts. Mas no teto, em vez de lâmpadas, há garrafas PET comuns, cheias de água. A iluminação se dá pela refração da luz na água, que espalha a luminosidade para o ambiente. A economia vem na conta do mês: em média 40% a menos no consumo de energia elétrica.
Esta é uma das medidas adotadas por uma construtora que atua na região do ABC, na Grande São Paulo, dentro da sua política de conservação e uso racional de recursos naturais. A empresa é certificada com a ISO 14001, de gestão ambiental. O programa inclui colocação de coletores para resíduos (papéis, plásticos, metal) a cada dois andares da construção e por todo o canteiro. Resíduos maiores como madeira e gesso também são separados e tudo é enviado para empresas recicladoras.
A água utilizada nos lavatórios e chuveiro é coletada, passa por filtragem e é reutilizada para lavagem de caminhões e ferramentas dos canteiros de obras, o que gera uma economia média de 20%, informa a assessoria. Madeira? Só a proveniente de áreas de reflorestamento.
A construção civil tem forte impacto sobre o meio ambiente. Edificações consomem aproximadamente 50% da energia mundial (construção e manutenção), de acordo com dados da Associação de Estudos Geobiológicos da Espanha. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, 35% a 40% de todo resíduo produzido na atividade humana A construção e reforma dos edifícios produzem anualmente perto de 400 kg por habitante, volume quase igual ao do lixo urbano. E a produção de cimento gera de 8% a 9% de todo o dióxido de carbono (CO2) emitido no Brasil. O CO2 é o principal gás de efeito estufa, que provoca as mudanças climáticas.
A preocupação da construtora segue também para a construção dos edifícios, que são entregues com sensores de presença nas áreas comuns, elevadores de alta performance, para redução de energia, previsão de medição individual de água e gás.
Loreatto explicou que um ambiente de trabalho como o almoxarifado (onde o uso não é contínuo) necessita de, no mínimo, 100 lux para ser um ambiente claro, adequado em relação à luminosidade de acordo com os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas. A luz da foto refere-se à medição às 10 horas, com dia seminublado (sol entre nuvens) e com portas e janelas fechadas e as luzes elétricas apagadas. O aparelho apontou variação de 120 a 280 lux (variação obtida de acordo com a intensidade do sol no momento do registro). Ao abrir porta e a janela, a luminosidade aumentava para mais 300 lux, ou seja, um ambiente bem claro. À tarde, céu mais aberto, as garrafas PET proporcionaram 400 lux.
Não há um comparativo direto da medida lux e watts, disse. Mas, de acordo com a Norma Técnica Brasileira NBR-5413 (verificação de iluminância de interiores), de forma geral, recintos não usados para trabalho contínuo devem ter de 100 a 200 lux e, para leitura, no mínimo 300 lux.

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