Pacto de Moralização

Pacto pela moralização da Democracia
Os escândalos envolvendo políticos e empresas privadas viraram rotina no Brasil. Infelizmente os Mensalões e Mensalinhos acontecem “par e passo” uma coleção de outros processos venais, muitos deles longe da percepção do nosso povo.
Virou rotina na internet o “span” moralista, falando do fim do mundo e acusando nossos políticos e o povo de tudo quanto é palavrão. O nível desses emails e outras formas de atuação chega a ser repulsivo, as baixarias só não são maiores porque todos parecem que têm o rabo preso, afinal os “acidentes” acontecem em todas as searas. Assim o tom aos poucos é amainado, as propostas moralizadoras desaparecem e o carnaval com o dinheiro dos impostos continua.
Empresas públicas e órgãos de representação corporativa podem estar sob influências deletérias de seguradoras, bancos, assistência médica e outras empresas prestadoras de serviços, comprometendo até a qualidade de sindicatos e seus eleitos em diversos níveis políticos brasileiros.
Cartéis não são novidades e através dessas estratégias de ação sindicatos de empresários criam suas caixinhas.
Não é difícil saber quem são os preferidos, o ruim é que acabamos descobrindo caixas 2, 3 etc.
E tudo acaba ficando sem grandes mudanças, fuzilam os sargentos e mantêm os comandantes.
Com tudo isso o Brasil é uma referência negativa. O mundo sabe que por aqui existe gente acima, no meio e abaixo da lei. Temos um número impressionante de profissionais ligados à vigilância, cadeias, tribunais, etc., mas não evoluímos como gostaríamos de ver acontecer.
Por quê? O quê está errado?
Diante de tanta pressão devemos parar para pensar e inovar (está na moda inovar) na forma de combater os negócios ilícitos de nossas elites. Pensando devemos lembrar que no Brasil existem quase cento e trinta milhões de eleitores, ou seja, mudar o comportamento de tanta gente não fácil.
Vamos pensar no universo dos corruptores em potencial. Quantas grandes empresas existem no Brasil?
Se algumas empresas de grande porte e entidades empresariais quiserem e criarem um pacto formal, rígido, duro (registrado em cartórios, cheio de carimbos, assinaturas, com testemunhas notáveis e publicidade permanente) para não financiamento de campanhas políticas e mútua vigilância, se essas empresas patrocinarem cursos de formação política para o povão, mantiverem portais e serviços de vigilância, em pouquíssimo tempo a corrupção cairá para níveis civilizados.
Nossos empreiteiros, empresários, investidores, grandes e pequenos capitalistas devem pensar na responsabilidade cívica que carregam pela maior capacidade de influência no comportamento político de nosso país.
Com certeza se assumirem um pacto de moralização política a qualidade dos serviços públicos melhorará, o custo será diminuído e os constrangimentos que nossos executivos são obrigados a passar quando os escândalos estouram na TV serão reduzidos substancialmente.
O Brasil, nosso povo precisa de um choque de honestidade.
Por enquanto caminhamos para a anarquia, o desprezo pela política e a falência da democracia.

Cascaes
30.11.2009

Comentários

  1. É preciso um judiciário mais ágil também, para que os culpados sejam penalizados.

    Eliana Cascaes

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  2. Meu querido amigo:
    Sinto dizer que estou tão desanimado com nossa "cultura" que, embora concordando plenamente com sua análise, não vejo saída a não ser que o túnel desmorone. Enquanto houver luz no fim, as coisas continuarão esperando um "salvador da Patria".
    Um abraço.
    Francisco Pucci

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