Feliz Natal - vamos pensar?

Natal de 2009

O vulcão Mayon (1) pode entrar em erupção violenta a qualquer momento e com isso talvez provocar o resfriamento da Terra graças a seus efeitos na estratosfera, se for suficientemente forte poderá dar um refresco nesse planeta que chega ao final do ano sob nevascas mortais no hemisfério norte. Como será o inverno europeu no início de 2010???

Felizmente aos poucos vamos descobrindo soluções mais inteligentes para manipulação do clima sobre a Terra (vide Super Freakonomics (2)) do que simplesmente eliminar a criação de gado ou cobrar impostos sobre a flatulência bovina (3), não esquecendo outras formas de produção de gases por seres vivos (4) que merecem atenção, afinal: por quê tanto preconceito contra as vacas e os bois?

As nevascas (5) após Copenhague mostram ironicamente as surpresas que nosso planetinha pode aplicar nesse povo que adota lógicas radicais e desiste de pensar. Afinal, se as geleiras estão desaparecendo é porquê o fenômeno que as produzia foi alterado, pois elas sempre derreteram; havia, contudo, alguma dinâmica atmosférica que carregava para lá umidade em altíssima quantidade, possibilitando a existência de massas colossais de gelo. Não podemos esquecer que o crescimento e retraimento das geleiras é fato corriqueiro na superfície terrestre, tendo motivado em milênios recentes grandes migrações, invasões, guerras e até pirataria, os vikings poderiam dizer algo a respeito se pudéssemos voltar um milênio na história. O nosso planeta está sujeito a fenômenos catastróficos que vão de impactos contra cometas, meteoritos de grande porte, asteróides até ondas de energia sideral, variações de humor do Sol etc. Se lembrarmos a energia geotérmica (El Niño por exemplo), deslocamento de placas tectônicas com o dobramento da crosta terrestre, inclusive submarina, vulcões, o movimento de precessão, de polaridade e sabe-se lá o que mais talvez desconfiemos ter abraçado teses secundárias diante de fatos muito mais violentos em andamento.

Temos recursos de engenharia que podem ser usados para análises mais precisas, carecemos, contudo, de investimentos proporcionais a nossos temores escatológicos.
Lembrando Eric Hobsbawm em seu livro “Globalização, Democracia e Terrorismo” lembra (pg 57):
... o regresso das catátrofes humanas maciças, que incluem a expulsão de populações e o genocídio, e, com elas, a volta do medo generalizado. Assistimos também ao reaparecimento de algo como a peste negra da Idade Média, com a pandemia da AIDS, ao nervosismo global ante a possível extensão de uma “gripe aviária”, que até aqui não matou mais do algumas dezenas de seres humanos, e uma espécie de histeria escatológica presente no tom de boa parte das discussões públicas sobre os efeitos do aquecimento global. ... No final de 2004, estimava-se que havia quase 40 milhões de refugiados fora dos seus países e muitos outros, cada vez mais, dentro deles...

Os problemas ambientais supostos pelos climatologistas mais pessimistas maravilhosamente enfrentam contraditórios competentes. Bjorn Lomborg é um deles que corajosamente assume discursos que contrariam fortemente essa multidão de “cientistas” ávida por mídia e sempre disposta a viajar e participar de debates grã finos. Graças aos blogs podemos recuperar a entrevista que Bjorn Lomborg deu a jornalistas da revista Veja, vale a pena conferir (6) .

Mas, e o Natal?

Precisamos comemorar, o Brasil vive a euforia do Pré-Sal, das grandes safras, da exportação de alimentos e carros de multinacionais, saboreia a retomada de grandes projetos sem preconceito contra o capital estatal, (a iniciativa privada só queria “comprar empresas”, os Opportunities que o digam...), ganhamos o direito de receber a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 ...

O povo aplaude o sucesso do seu presidente Lula, ator mais do que esperto no teatro político internacional, que, graças aos bolsas “maná” e à retomada do crescimento econômico, escapa da fome. O Brasil superou a crise dos banqueiros enchendo as burras do agiotas nacionais e internacionais aqui operando. Assim, com o apoio da grande mídia, sempre muito sensível às verbas públicas, temos um governo “popular” em alguns aspectos.

Pois é, e o Natal?

Festejemos enquanto um bilhão de pessoas majoritariamente fora do Brasil tangencia a fome; nações sob líderes criminosos só falam em guerras, doenças crescem etc.
Há dois milênios nascia Jesus Cristo. Sua missão era digna de um Deus, morreu na cruz na convicção de que salvaria a humanidade. Devemos pensar, refletir, pensar muito se a mensagem Dele não está sendo perdida em meio aos pesadelos mais sofisticados de elites egocêntricas.
Se amar ao próximo como a si mesmo é difícil, pelo menos respeitemos, trabalhemos para que a humanidade viva em harmonia, justiça e paz. Com certeza esse seria o melhor presente Àquele que nasceu numa manjedoura e veio ao mundo para pregar o amor nas palavras de Deus.

Cascaes
24.12.2009

(1)
Vulcão Mayon
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fluxos piroclásticos descem através das encostas do vulcão em 1984.
O Vulcão Mayon é um vulcão nas Filipinas, situado na província de Albay (Bicol). O seu cume com a forma de um cone quase perfeito é considerado como sendo mais belo do que o Monte Fuji no Japão. Alguns quilômetros a sul do vulcão situa-se a cidade de Legazpi.
O Mayon é classificado por vulcanólogos como um estratovulcão (vulcão composto). O seu cone simétrico foi formado alternadamente por fluxos piroclásticos e correntes de lava. É o vulcão mais ativo do país, tendo entrado em erupção pelo menos 50 vezes nos últimos 400 anos.
A erupção mais destrutiva do Mayon, alvo de relatos ou registos, ocorreu a 1 de Fevereiro de 1814, tendo os fluxos de lava enterrado na cidade de Cagsawa e cerca de 1200 pessoas pereceram tendo apenas resistido o campanário da igreja.
Situa-se entre a placa Euroasiana e a Filipina, numa fronteira com potencial altamente destrutivo. Onde uma placa continental encontra uma placa oceânica, a placa oceânica que é mais densa é obrigada a baixar, o que levanta o magma.

(2)
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/12/22/o-super-teste-freakonomics-sobre-o-aquecimento-global.jhtm
... Nós concluímos que uma abordagem bem melhor seria a da geo-engenharia. A evidência científica sugere que o escudo da estratosfera (stratoshield) ou o aumento da cobertura de nuvens oceânicas teria um impacto grande e imediato no que se refere ao resfriamento da Terra, ao contrário da redução de emissões de carbono. O custo dessas soluções é trivial se comparado ao custo da redução das emissões de carbono - literalmente milhares de vezes mais barato!
... (Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt são os autores de "Freakonomics: A Rogue Economist Explores the Hidden Side of Everything" (" Freakonomics: Um Economista Renegado Explora o Lado Oculto de Tudo") e de "SuperFreakonomics: Global Cooling, Patriotic Prostitutes, and Why Suicide Bombers Should Buy Life Insurance" ("SuperFreakonomics: Resfriamento Global, Prostitutas Patriotas e Por que os Homens-Bomba Deveriam Fazer Seguro de Vida"). Para ler mais textos de Freakonomics, visite o website www.freakonomics.com). Tradução: UOL

(3)
http://sifronio.blogspot.com/2008/05/o-peido-da-vaca.html

(4)
http://www.blogadao.com/peidos-das-vacas-sao-responsaveis-pelo-aquecimento-global

(5)
http://news.google.com.br/news?hl=pt&rlz=1W1GFRE_pt-BR&q=nevascas&um=1&ie=UTF-8&ei=WmMzS8TXCYuGlAe41vCZBw&sa=X&oi=news_group&ct=title&resnum=4&ved=0CCAQsQQwAw

(6)
http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/12/1580-bjorn-lomborg-entrevista-na-veja.html



Comentários

  1. Não se deve ter preconceitos a bois e vacas e nem a outros seres (humanos e não humanos) com os quais compartilhamos a existência nesse planeta...e sim respeito. O especismo é o pior dos preconceitos. Não valorizar a vida dos outros, na tentativa de preservar sua própria vida é, no mínimo, ato de desrespeito. Quando Jesus disse "amai-vos uns aos outros"...ou "não faça aos outros o que não gostaria que vos fizesse"...jamais disse que teu outro é um ser humano. Ele amplia o conceito do "outro" e nós o limitamos à nossa pequenez.

    É preciso ampliar nosso foco de visão e atuação além dos humanos praticando, dessa forma, a visão de mundo biocêntrica. E tratar vegetarianos de forma mais respeitosa e não sarcástica. Vegetarianos mostram que não se precisa consumir cadáveres de animais para se manter vivo, com saúde, alegria, inteligência e entusiasmo. Mostram que temos a opção entre matar e deixar viver. O resto é consequência. E o Planeta responde, gostemos ou não.

    Não vejo graça e divertimento quando o objeto da graça é o "outro" (falo do outro que não de nossa espécie), que nem tem como se defender...aliás tem e se o fizer é morto. Quantas opções de vida nós, humanos, lhes damos quando eles demonstram que têm interesse em continuar vivendo? Nosso egoísmo nos cega em relação aos direitos dos "outros" que não são de nossa própria espécie.

    "O consumo de proteínas fez o macaco sair das árvores..." e escravizou a humanidade aos seus prazeres egoístas. A pergunta não é se podemos consumir tudo à nossa volta...e sim se devemos fazê-lo.

    http://www.svb.org.br/vegetarianismo/index.php?option=com_content&view=article&id=623:cop15-espelha-estado-da-arte-do-vegetarianismo-no-mundo&catid=59:relat-de-eventos&Itemid=55

    abraços
    Rosana Vicente Gnipper

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  2. Olá!

    Ouvindo o seu relato me lembrei de uma reportagem que vi na Veja a alguns dias com o cientista dinamarquês Bjorn Lomborg.

    Lomborg trás uma opinião diferente referente ao que deve ser feito para ajudar o planeta.

    Seria interessante que vocês dessem uma conferida! É sempre bom conferir o que o "lado de lá" diz sobre determinado assunto!

    Procurem no acervo digital da Veja (http://www.veja.com.br/acervodigital/home.aspx)


    Edição 2144 de 23 de dezembro de 2009, paginas amarelas: 21,24 e 25. Capa: Atualidade da Biblia.

    Um abraço!

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