Para onde anda a Humanidade?

Ideologias e prioridades


Durante décadas a humanidade gastou trilhões de dólares, ano a ano, para guerras que por muito pouco não exterminaram o ser humano da face da Terra. A prioridade era a defesa da democracia popular, democrática, o paraíso soviético e coisas desse tipo, dependendo em que palácio se discutisse causas e objetivos dessa possível guerra pretensamente ideológica. Agora o culto a nações exóticas e o fundamentalismo religioso criam exércitos e alimentam ódios que ajudam a manter a indústria bélica.

Desde o século 19 as drogas foram moeda de troca, modismos e também motivo de guerras contra a China a favor do “livre comércio”. Os pozinhos foram (e são) moeda de troca entre nações e exércitos revolucionários de leste a oeste, norte a sul. Agora movimentam mais de um trilhão de dólares e matam centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro.

Cigarro e bebidas alcoólicas não podem deixar de ser fabricados. Contra o fumo erguem-se barreiras tardias para os viciados, mas necessárias para salvar gerações futuras. A bebida ainda carece de lógica para limitações eficazes.

Temos o modismo mais recente. Al Gore deu um tremendo impulso a favor do medo do fim do mundo por efeito de consumos criados pelo seu povo. Gera-se uma grande oportunidade comercial, principalmente a favor dos países mais desenvolvidos e inibi-se o desenvolvimento dos mais atrasados. As geleiras diminuem. Ninguém fala do que as produziu, apenas dizem que estão diminuindo. Até parece que nunca derretiam...

E a Natureza não para.

O terremoto no Haiti assim como o furacão Katrina demonstraram o despreparo dos poderosos para enfrentar fenômenos até previsíveis, aliás muito prováveis aqui ou ali. Não existe esquadra, equipamentos, treinamento, exércitos e recursos de prontidão para salvar gente, só para matar. Mas estamos gastando uma fortuna colossal para salvar o planeta...

As enchentes na cidade de São Paulo demonstram de forma eloqüente nossa capacidade de alienação. O estado mais rico, culto e com maior potencial tecnológico não foi capaz de minimizar enchentes em sua capital. Não há como justificar o elementar: a falta de dragagem no Tietê, o desprezo pelos sistemas de redução de fluxos instantâneos, a impermeabilização crescente do solo na cidade e a falta de vontade de pensar em outras soluções.

Obviamente é impossível impedir situações excepcionais. Blumenau é um exemplo do que a Natureza é capaz quando resolve abusar.

A capital paulista, contudo, passa por uma seqüência incrível de acidentes e dramas inaceitáveis. Favelas se incendiando mês a mês, viaduto recém inaugurado despencando, obras do metrô matando gente, aeroportos saturados etc.

O estado de São Paulo abriga excelentes universidades. O que fazem seus doutores? Discutem “lutas de classes” e salários?

E no resto do Brasil, quando a seriedade voltará a imperar?

A tragédia pastelão promovida pelos políticos em Brasília choca a nação. Nossa capital federal não se livra de mensaleiros. O “vício mineiro” é pior do que a Gripe Suína, ou melhor, gerou uma política suína.

Falamos do Brasil, mas tudo indica que a humanidade se movimenta em direções que denunciam a falta de sanidade mental, racionalidade, objetividade. Felizmente existem exceções e a vitória do presidente Obama, elegendo-se nos EUA é algo fantástico. Em compensação os conservadores, que já promoveram tantas “figuras” nos Estados Unidos da América do Norte, agora colocaram um senador estranho pelo estado de Massachusetts, disposto da reverter propostas a favor do povo agredido pelas elites daquele país.

Assim caminha a Humanidade, para onde?



Cascaes

22.1.2010

Comentários

  1. Cascaes, em seu artigo anterior, vc começa com um pensdamento de Bertrand Russel e eu sugiro pare este que voce acab de postar, um outro dele também, que diz que "a
    situaçao do mundo chegou aonde está porque os ignorantes estao cheios de certeza e os inteligentes cheios de dúvidas".
    Me propus ha quase 5 anos fazer um doutorado - que estou fazendo - e cada vez mais vejo doutores que sabem e nada fazem. Seria por dúvidas? - Acho que é por acomodaçao...

    abraços,

    rg

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