Direitos humanos ou oportunismo
Infelizmente sentimos que o pessoal de plantão no Poder Federal usa e dispõe a seu gosto o que entende por “Direitos Humanos”. Nesses últimos anos prevaleceu a onda das indenizações milionárias a favor daqueles que se consideraram prejudicados por atos arbitrários do governo militar. Tornaram-se públicas decisões impressionantes de ganhos monetários de pessoas que arriscaram um pouco ou muito por suas convicções políticas e por isso sofreram algum tipo de prejuízo. Ou seja, algo natural e que simplesmente deveria motivar sentimentos de orgulho (ou vergonha, conforme o ponto de vista) encheu os bolsos de advogados e “vítimas” da ditadura.
A premiação unilateral pelo voluntarismo a serviço do povo brasileiro constrange, pois acreditar em teses de direita ou esquerda é compreensível em qualquer comunidade onde nunca encontraremos duas pessoas iguais, mas, com certeza, gente que defende com convicção suas idéias e ações a favor dos seus ideais.
Teremos eleições em 2010. Será que o Governo Federal pretende criar ambiente para conquista de votos que considera necessários às suas vitórias nas urnas? Será que a nação será exposta a sentimentos perigosos, capazes de estimular violências? Lemos que “o secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi (1), diz se considerar "um fusível removível" no governo. A metáfora é um recado aos críticos do Programa Nacional de Direitos Humanos elaborado pela pasta de Vannuchi: ele pedirá demissão caso a terceira versão do programa seja alterada para permitir a investigação de militantes da esquerda armada durante a ditadura militar (1964-1985), como exigem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e as Forças Armadas.” Medo do quê? Ou puro oportunismo para ser o herói da nova luta armada com papéis e releases?
Enquanto esse indivíduo gasta suas energias removendo prateleiras de um passado que a nação deve enterrar para poder construir um futuro melhor, vemos e vivemos em cidades que aos poucos vão sendo dominadas pelos traficantes, onde os idosos são desprezados, as pessoas com deficiência(s) ignoradas, os miseráveis sobrevivem catando lixo (o Brasil é campeão de reciclagem de latinhas) e morando em barracos infectos, uma parcela ainda grande de crianças sem creches, o povo com mobilidade prejudicada pela falta de sistemas acessíveis de transporte coletivo etc.
E a corrupção?
Se a questão é melhorar o respeito e os sentimentos de amor ao próximo o Governo Federal deveria dar exemplo e lutar energicamente contra a corrupção, com certeza o principal fator de desgoverno e de atrasos em nosso desenvolvimento. Isso está acontecendo?
O Presidente Lula surpreendeu o Mundo com seu comportamento de estadista. Uma pessoa humilde que chegou ao maior posto da escala política e lá se manteria por muito tempo se tivéssemos reeleições sucessivas. Será que o Presidente está realmente compreendendo a importância negativa de retomar sentimentos de hostilidade em relação aos conflitos e ações guerrilheiras e militares do último período militar de nossa história política?
E não são só os militares que se sentem atingidos pelo PNDH-3.
O Ministro Reinhold Stephanes registrou bem sua posição (2) quando disse que “Nós já temos insegurança jurídica com relação a invasões, nós já temos insegurança em relação a questões do código ambiental, em relação a outras questões indígenas, em relação a outras questões quilombolas, que vem gerando uma insegurança jurídica no campo. Isso evidentemente tem que ser eliminado” falando do agronegócio, que em 2009 rendeu 55 bilhões de dólares de divisas ao Brasil além de milhões de postos de trabalho e alimentos para manter muitos “bolsas famílias” e privilégios de alguns brasileiros menos preparados para os desafios do século 21.
A opinião pública é formada por pessoas que raramente viram alguma enxada, vivem em paraísos acadêmicos ou praias e escritórios de luxo, pouquíssimos ainda dizem muito do período militar, a vida tem limites, o Brasil evolui; para quê criar conflitos perturbando um processo de evolução saudável que faz do Brasil uma ilha de prosperidade num mundo perturbado por radicais religiosos e políticos além de banqueiros desonestos?
Cascaes
10.1.2010
(1) http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1441222-5601,00-VANNUCHI+AMEACA+DEIXAR+O+GOVERNO+SE+DECRETO+FOR+ALTERADO+DIZ+JORNAL.html
(2) http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1439773-5601,00-DECRETO+ASSINADO+POR+LULA+E+PRECONCEITO+CONTRA+AGRONEGOCIO+DIZ+STEPHANES.html
Infelizmente sentimos que o pessoal de plantão no Poder Federal usa e dispõe a seu gosto o que entende por “Direitos Humanos”. Nesses últimos anos prevaleceu a onda das indenizações milionárias a favor daqueles que se consideraram prejudicados por atos arbitrários do governo militar. Tornaram-se públicas decisões impressionantes de ganhos monetários de pessoas que arriscaram um pouco ou muito por suas convicções políticas e por isso sofreram algum tipo de prejuízo. Ou seja, algo natural e que simplesmente deveria motivar sentimentos de orgulho (ou vergonha, conforme o ponto de vista) encheu os bolsos de advogados e “vítimas” da ditadura.
A premiação unilateral pelo voluntarismo a serviço do povo brasileiro constrange, pois acreditar em teses de direita ou esquerda é compreensível em qualquer comunidade onde nunca encontraremos duas pessoas iguais, mas, com certeza, gente que defende com convicção suas idéias e ações a favor dos seus ideais.
Teremos eleições em 2010. Será que o Governo Federal pretende criar ambiente para conquista de votos que considera necessários às suas vitórias nas urnas? Será que a nação será exposta a sentimentos perigosos, capazes de estimular violências? Lemos que “o secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi (1), diz se considerar "um fusível removível" no governo. A metáfora é um recado aos críticos do Programa Nacional de Direitos Humanos elaborado pela pasta de Vannuchi: ele pedirá demissão caso a terceira versão do programa seja alterada para permitir a investigação de militantes da esquerda armada durante a ditadura militar (1964-1985), como exigem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e as Forças Armadas.” Medo do quê? Ou puro oportunismo para ser o herói da nova luta armada com papéis e releases?
Enquanto esse indivíduo gasta suas energias removendo prateleiras de um passado que a nação deve enterrar para poder construir um futuro melhor, vemos e vivemos em cidades que aos poucos vão sendo dominadas pelos traficantes, onde os idosos são desprezados, as pessoas com deficiência(s) ignoradas, os miseráveis sobrevivem catando lixo (o Brasil é campeão de reciclagem de latinhas) e morando em barracos infectos, uma parcela ainda grande de crianças sem creches, o povo com mobilidade prejudicada pela falta de sistemas acessíveis de transporte coletivo etc.
E a corrupção?
Se a questão é melhorar o respeito e os sentimentos de amor ao próximo o Governo Federal deveria dar exemplo e lutar energicamente contra a corrupção, com certeza o principal fator de desgoverno e de atrasos em nosso desenvolvimento. Isso está acontecendo?
O Presidente Lula surpreendeu o Mundo com seu comportamento de estadista. Uma pessoa humilde que chegou ao maior posto da escala política e lá se manteria por muito tempo se tivéssemos reeleições sucessivas. Será que o Presidente está realmente compreendendo a importância negativa de retomar sentimentos de hostilidade em relação aos conflitos e ações guerrilheiras e militares do último período militar de nossa história política?
E não são só os militares que se sentem atingidos pelo PNDH-3.
O Ministro Reinhold Stephanes registrou bem sua posição (2) quando disse que “Nós já temos insegurança jurídica com relação a invasões, nós já temos insegurança em relação a questões do código ambiental, em relação a outras questões indígenas, em relação a outras questões quilombolas, que vem gerando uma insegurança jurídica no campo. Isso evidentemente tem que ser eliminado” falando do agronegócio, que em 2009 rendeu 55 bilhões de dólares de divisas ao Brasil além de milhões de postos de trabalho e alimentos para manter muitos “bolsas famílias” e privilégios de alguns brasileiros menos preparados para os desafios do século 21.
A opinião pública é formada por pessoas que raramente viram alguma enxada, vivem em paraísos acadêmicos ou praias e escritórios de luxo, pouquíssimos ainda dizem muito do período militar, a vida tem limites, o Brasil evolui; para quê criar conflitos perturbando um processo de evolução saudável que faz do Brasil uma ilha de prosperidade num mundo perturbado por radicais religiosos e políticos além de banqueiros desonestos?
Cascaes
10.1.2010
(1) http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1441222-5601,00-VANNUCHI+AMEACA+DEIXAR+O+GOVERNO+SE+DECRETO+FOR+ALTERADO+DIZ+JORNAL.html
(2) http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1439773-5601,00-DECRETO+ASSINADO+POR+LULA+E+PRECONCEITO+CONTRA+AGRONEGOCIO+DIZ+STEPHANES.html
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