Nosso Presidente agindo contra a Corrupçao

O Presidente Lula dá um passo de gigante rumo à moralização do Brasil


Presidente da Copel, fui um dia convidado a almoçar com um especialista de uma grande empresa norte americana. Vendo o cardápio o indivíduo fez inúmeras perguntas ao garçon. De que modo o bicho teria sido morto, se teria leite, em que horário estávamos etc. e assim fui acreditando que estaria sentado ao lado de uma pessoa religiosa, piedosa, temente a Deus.

A conversa durante o almoço avançou, o tema era altamente técnico, ao meu gosto. De alguma forma começamos a discutir relacionamentos entre empresas vendedoras e compradoras; para minha tremenda surpresa o meu pagador de chope e carne em algum momento olhou para mim e disse: “corrupção é uma forma de negócio”, como se dissesse, é normal...

No Brasil os corruptores ganharam inúmeras formas de convencimento. O fulano ganha pouco, é justo ter o dele; veja, tanto esforço e um salário tão pequeno, não é justo; nossa empresa está disposta a tudo, simplesmente não pode perder essa licitação; temos um apartamento em Guarujá só para os amigos, e em Paris e New York etc.

Parece que as coisas simplificaram, atualmente talvez a pergunta mais comum seja, “vai na cueca?”, “na bolsa ou na meia?”... Os escândalos brasilienses tem sido tão freqüentes que a notícia de mais um flagrante de corrupção já não dá tanto IBOPE quanto deu o mensalão do José Dirceu.

Podemos em pouquíssimo tempo fazer do Brasil um país sério, de modo a deixar os fiscalizados pela Transparency International orgulhosa no Brasil. Isso poderá acontecer se as investigações e a vigilância se concentrarem nas maiores empresas, depois, paulatinamente, baixando o alvo para empresas menores. Em vez de fiscalizar milhões de pessoas, a polícia poderá se concentrar em 1% no máximo dos passíveis de corromperem, esses irão para a cadeia facilmente se quiserem radicalizar. Melhor ainda, terão dinheiro para pagar o prejuízo eventualmente causado.

Nosso povo, educado para não reagir, ser cordato, fatalista, temente, bajulador, compadre desde os tempos cabralinos, deve estar percebendo o custo da malversação do dinheiro público. Se pontes caem, barragens desabam, túneis afundam, gasodutos explodem etc. podemos imaginar que tudo aconteça por uma tremenda má sorte da Engenharia nacional ou, quem sabe, pela canibalização de projetos para sobrar algum para fiscais, contratadores, políticos, partidos, fiscais etc.

Que a lei proposta pelo Presidente da República seja aprovada logo, urgentissimamente com as emendas que forem justas e necessárias.

Nesse projeto será importante tipificar e qualificar precisamente o que será corrupção, pois ela acontece de diversas maneiras. Além disso, se possível, o Presidente deveria mandar ao Congresso leis que simplifiquem a jurisprudência para não termos atos protelatórios vergonhosos como estamos cansados de ver. Julgar pessoas é algo seriíssimo. Sujar a imagem de pessoas inocentes é um crime. Precisamos de estratégia de coleta de provas e de encaminhamento para julgamento que concluam sem a permanência de dúvidas quanto ao crime. Não é justo para com o povo, contudo, a prática de protelações ad infinitum tão comuns em nossos tribunais.

O Presidente abriu as portas para a discussão da corrupção. Ótimo! Que o final não seja uma lei tão mal feita quanto a 8666/93 e tão ingênua em relação às espertezas dos estelionatários de nosso país. Não podemos esquecer que bandidos são especialistas em leis, elas devem ser tão bem feitas que tenhamos competições justas e trabalhos bem feitos, que nos dê segurança diante de qualquer obra. A atuação desses predadores começa no ante projeto, passa pelo edital e termina no encerramento da obra.

A moralidade consensual, universalizada, aplicada de forma eficaz é um passo que falta rumo a um futuro glorioso que nosso povo anseia, merece.

Parabéns Presidente Lula



Cascaes

9.2.2010

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