Diques aleatórios e tecnologia

Diques aleatórios e tecnologia
A construção de estradas sem estudos adequados pode criar barreiras perigosas para seres humanos, animais e até para aqueles que estiverem sobre a estrada.
Temos visto chuvas violentíssimas e enchentes surpreendentes. Por quê?
 Sobre as chuvas os climatologistas poderão falar muito, mas as estradas com certeza criaram paredões ao circuito normal das águas. Pior ainda, com o tempo famílias, indústrias, criações de animais, estabelecimentos comerciais, escolas etc. foram instalados em áreas que, de outra forma, não seriam submetidos a inundações.
Note-se que essas enchentes poderão ser rápidas, de curta duração, tempo suficiente, entretanto, para romperem estradas ou alargarem espaços de rios. Perigosas e causadoras de grandes prejuízos materiais, mortais a quem estiver no caminho das águas.
Temos exemplos na RMC[i] que preocupam. Simploriamente em alguns lugares instalaram bombas de recalque para a transposição das estradas. Nós, que já cuidamos de máquinas e usinas, sabemos quantos são os riscos desse tipo de solução. A famosa Lei de Murphy[ii] acontece e assusta em determinadas situações.
Conhecendo a região onde temos as Vilas Zumbi[iii], Mauá, Primavera etc., pouco antes do Clube Santa Mônica em direção à São Paulo. Lá notamos o estrangulamento provocado pela rodovia BR 116, com risco maior para o povo da Vila Zumbi. A explicação que tivemos foi a de que moto bombas e bombas[iv] acionadas eletricamente (discute-se na Justiça quem pagará a conta da energia) evitarão o desastre. Talvez, e se falharem?
Em Curitiba temos o LACTEC[v] onde o CEHPAR[vi] poderá fazer estudos precisos da região, se possível recomendando a construção de uma trincheira sob a BR 116 além de canais de escoamento.
Trincheiras têm outras finalidades.
A existência de passagens sob rodovias resolvem, talvez parcialmente ou precariamente, a migração de animais terrestres, evitando-se a interrupção de circuitos importantes à fauna original da região.
Tudo isso ainda vale menos que as vidas humanas, que se perdem naquela região em acidentes de trânsito. Milhares de crianças estudam em escolas, outras freqüentam creches, todas precisam caminhar e muitas cruzam a BR, arriscando-se a serem atropeladas. As vilas transformam-se em cidades, que demandam maiores cuidados, cuidados urgentes.
Aliás, por ali há muito a ser feito a favor dos pedestres, ciclistas e até para os carrinheiros. Sob as pontes, por exemplo, e ao longo da rodovia, a segurança é mínima, sem qualquer proteção, sem “guard rails”, sem calçadas, sem lugar para quem não usa automóvel.
Precisamos pensar no povo mais humilde, está aí um desafio para o nosso Governador Orlando Pessuti, deputados, prefeitos e até para o Governo Federal.
Até agora vimos um tremendo jogo tétrico de empurra-empurra, jogando-se entre governos a falta de capacidade centenária de resolver os problemas de nosso povo, sempre trabalhando para as elites desfrutarem padrões de vida extraordinários, enquanto muitos que vieram do campo agora sobrevivem do lixo das cidades.
Precisamos de soluções inteligentes, justas, racionais e completas. Quando teremos atenção aos pedestres ao longo de nossas rodovias? O povo quer soluções.[vii]

Cascaes
27.4.2010



[ii] Lei de Murphy é um adágio popular da cultura ocidental que afirma: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará" ou "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em conseqüências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Ela é comumente citada (ou abreviada) por "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível".
É oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial norte-americano Edward Murphy. Ele deveria apresentar os resultados do teste; contudo, os sensores que deveriam registrá-lo falharam exatamente na hora. Frustrado, Murphy disse "Se este cara tem algum modo de cometer um erro, ele o fará" — em referência ao assistente que havia instalado os sensores. Daí, foi desenvolvida a assertiva: "Se existe mais de uma maneira de uma tarefa ser executada e alguma dessas maneiras resultar num desastre, certamente será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Mais tarde, o teste obteve sucesso. Durante uma conferência de imprensa, John Stapp, que havia servido como cobaia para o teste, atribuiu ao fato de que ninguém saiu ferido dos testes por levarem em conta a Lei de Murphy e explicou as variáveis que integravam a assertiva, ante ao risco de erro e conseqüente catástrofe. Origem Wikipédia.

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