Os parques curitibanos – extremamente importantes

Curitiba felizmente teve bons prefeitos. O resultado dessa série histórica é a cidade poder mostrar soluções inteligentes, algumas visíveis, outras ocultas. Obviamente sempre existirá o que melhorar, destacando-se a questão das calçadas, da habitação popular, saneamento básico, energia elétrica etc., ou seja, não existe o que não mereça aprimoramentos. Devemos, contudo, lembrar as décadas perdidas após a quebra financeira do Brasil. Perdemos dezenas de anos pagando contas geradas pela corrupção e projetos mal planejados. Nesse período de ajustes regredimos, perdemos lógicas que agora devemos retomar, entre elas a da manutenção, melhores padrões, qualidade, segurança, bom gerenciamento de nossas cidades.

O tema é parques. Ótimo! Felizmente temos parques e isso é extremamente importante quando ganhamos certeza dos riscos do superaquecimento de nossas metrópoles. Essa condição criada pelo asfalto, pelos combustíveis, pela importação de energia elétrica para os aparelhos de ar condicionado, geladeiras etc. e até na conversão da energia solar em calor pelos telhados das casas em cidades próximas ao mar, de onde recebem fluxos de umidade que, encontrando fluxos ascendentes de ar (cones convectivos) acabam produzindo chuvas violentas, agravadas pela impermeabilização do solo e degradação dos sistemas de drenagem[i]. Os parques reduzem esses efeitos, são valiosíssimos.

Temos parques[ii] em Curitiba.

Qual é o desafio após essas conquistas?

Se possível ampliá-las, onde for possível. Dói ver áreas, que tinham tudo para se transformarem em praças e parques, serem desbastadas, aplainadas e virarem condomínios, shoppings, prédios, estacionamentos etc.

Também não é fácil criar e manter parques, custam caro e a divisão dos impostos no Brasil é feita ao gosto e vontade dos banqueiros, ou seja, fica na conta da agiotagem sob o pretexto de se combater a inflação. Temos também a especulação imobiliária, que conseguiu criar uma esdrúxula lei de “solo criado”. Assim notamos a cidade se inviabilizando ao permitir prédios e aglomerações impossíveis, Curitiba está parando...

Não devemos regredir, precisamos evoluir, melhorar.

O que isso significa?

Nossos parques precisam de boa manutenção e uso ordenado. Aos poucos eles se transformam em ambientes privilegiados para a fauna e flora, que poderiam existir e agora começam a ter lugar para ficar. Aliás, vale a pergunta: temos, em Curitiba, estudos de impacto ambiental, análises e recomendações para uso compartilhado entre a população humana e a animal? Entre plantas e gramas? Matas ciliares?

Os parques, quando têm lagos, rios e ribeirões são uma forma de avaliação da educação do povo, do saneamento básico, da visão de nossos administradores.

Assim descobrimos que aos poucos ganhamos alguns lugares aprazíveis, mas perdemos outros. Um exemplo é o Parque Iguaçu, com tristeza notamos o abandono daquela área extremamente importante a muitas cidades, afinal está localizado nas margens do Rio Iguaçu e junto a bairros populosos em Curitiba.

Precisamos pensar nos desafios do século 21, cuidar de nossos parques é uma bela forma de se evitar catástrofes sociais, atmosféricas, sanitárias etc.



Cascaes
1.5.2010



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[i] http://mirantedefesacivil.blogspot.com/

http://mirantedefesacivil.blogspot.com/2010/02/cidades-e-ilhas-de-calor.html

http://mirantedefesacivil.blogspot.com/2009/12/as-grandes-cidades-precisam-analisar.html

[ii] Parques e bosques (wikikédia)

Bosque Alemão
Bosque Boa Vista
Bosque do Capão da Imbuia
Bosque da Fazendinha
Bosque Gutierrez
Bosque Italiano
Bosque do Papa
Bosque do Pilarzinho
Bosque de Portugal
Bosque São Cristóvão
Bosque Zaninelli
Horto Municipal do Guabirotuba
Jardim Botânico de Curitiba
Parque Barigui
Parque Municipal da Barreirinha
Parque Caiuá
Parque General Iberê de Mattos
Parque Passaúna
Parque Reinhard Maack
Parque São Lourenço
Parque Tanguá
Parque dos Tropeiros
Parque Tingui
Parque do Trabalhador
Parque do Bacacheri
Passeio Público
Universidade Livre do Meio Ambiente
Zoológico de Curitiba

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