A MORTE DE SÓCRATES PARA ALÉM DE UM LAMENTÁVEL ACONTECIMENTO NA HISTORIA DA FILOSOFIA – A PARTIR DE HEGEL

A MORTE DE SÓCRATES PARA ALÉM DE UM LAMENTÁVEL ACONTECIMENTO NA
HISTORIA DA FILOSOFIA – A PARTIR DE HEGEL (Georg Wilhelm Friedrich
Hegel 1770 - 1831)
O caráter trágico da morte de Sócrates, do ponto de vista de Hegel, é
apresentado a partir do entendimento do mundo grego e dos efeitos do
pensamento socrático naquele mundo. O termo tragédia para Hegel, é
usado para se referir a um embate inevitável entre duas forças, cada
qual tendo sua razão, sendo difícil ou impossível distinguir qual
parte esta certa.
“Ambas as partes tinham razão. Sócrates não morreu, pois, inocente;
isto não seria trágico, mas sim simplesmente comovedor.” (Hegel -
Lecciones sobre la Historia de la Filosofia - pag.486).
O espírito objetivo da bela eticidade grega e a liberdade já
existente, é fundamental para o surgimento da filosofia. Esta mesma
filosofia que terminou por contribuir para a cisão do mundo grego.
A figura de Sócrates é analisada como representante da filosofia.
Sócrates vai alargar o princípio de mediação racional já vigente no
mundo grego e elevá-lo a um nível insustentável para aquele mundo.
Sócrates representa o nível intermediário entre o imediato da polis e
o pensamento subjetivo (descoberta do sujeito).
É sabido que os filosofos pré-socraticos preocupavam-se basicamente
com a natureza, ar, agua, cosmo etc..
Sócrates vai focar seu trabalho filosófico nos conceitos humanos, o
que é coragem, justiça etc..
O conflito entre a Polis Grega e Sócrates e seu caráter trágico é
discutido com a apresentação das razões de ambas as partes.
O Mundo Grego
A Grécia é considerada a infância e a adolescência do espírito, não é
ainda a maturidade. Ao mesmo tempo em que Hegel mostra as condições
ideais para o surgimento da filosofia, ou seja, liberdade,
distanciamento em relação à natureza e a matéria, estão também nos
mostrando que nessas condições a filosofia só poderia ter nascido na
Grécia.
“(...) se dissermos que para a filosofia se manifestar, é necessário a
consciência da liberdade, o povo onde a filosofia tem início deve
possuir este princípio como base; um povo que possua esta consciência
de liberdade funda a sua existência sobre tal princípio, pelo qual a
legislação e toda a constituição do povo têm a sua base unicamente no
conceito que o espírito forma de si mesmo, nas categorias que tem
(...)”
Por esse nexo genérico entre liberdade política e liberdade de
pensamento, a filosofia manifesta-se na história só onde e na medida
em que se formam constituições livres. Assim o espírito se deve
destacar da sua vontade natural e da sua dispersão na matéria, quando
quer filosofar
(“...) o primeiro grau de unidade do espírito com a natureza, o qual
por ser imediato, não é o estado verdadeiro e perfeito, é, em geral, o
modo de ser oriental; a filosofia começa, portanto, só com o mundo
grego.” (pensadores - pag.384)
Nesse breve texto podemos inferir que Sócrates foi condenado pelo
tribunal de Atenas por ter levantado questões pertinentes a
subjetividade humana.

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