O futuro - como filosofar diante desta possível realidade? O que dizer?








A dúvida e a cultura
O título seria inteligência e a cultura? Ou quem sabe a falta de inteligência e a cultura?
As questões relativas ao pensamento talvez tenham sido mantidas longe do contato com a Tecnologia por diversas razões. Afinal, a mais severa delas: seremos semelhantes a computadores?
Afinal nosso cérebro possui áreas de memória, algorítmicos, I/O, sistema operacional e uma coleção de programas que herdamos e adquirimos ao longo da vida, a semelhança é grande. A diferença é o famoso neurônio que nos permite muitas dimensões de conexão...
A Informática e tudo que se descobre se transforma em produtos nas indústrias.
Teses em universidades e questionamentos entre seres humanos, que parecem dividir-se entre diversos planetas, mundos diferentes separados sem qualquer preocupação por coerência ainda são dominantes em nossos comportamentos.
Vivemos tão submissos a rituais e paradigmas antigos que não nos atrevemos a discordar para não ofender e, talvez, acima de tudo, diante do medo do desconhecido a preferência pela submissão sem grandes questionamentos.
Paradoxalmente comportamo-nos como se soubéssemos e nada entendêssemos.
Sócrates dizia que nada sabia. Realmente há dois e meio milênios era muitíssimo difícil entender muita coisa. Ainda temos questões básicas que assim denominamos simplesmente porque atingem o limite de nossa capacidade de aprofundar mais, talvez não para alguns cérebros privilegiados, mas certamente para a imensa maioria de seres humanos normais.
Felizmente existe algo que chamamos de Filosofia.
É extremamente positivo retomar o ensino da Filosofia nas nossas escolas, a questão é, de que maneira será ensinada?
O básico seria dizer para nossas crianças e jovens: pensem, duvidem, questionem, fujam das certezas e tenham sempre em mente que pessoas extraordinárias até morreram sustentando teses discordantes da maioria. Seria novidade? Não, pois quase todos facilmente se sentem capazes de morrer por alguma causa, ainda que mal explicada e vagamente consistente.
Pensar, contudo, é essencial às mudanças que a sociedade e nossos padrões de vida exigem.
Os acidentes catastróficos, dos quais a desintegração parcial da Usina de Fukushima é apenas um exemplo, deveriam mexer com a cabeça de nosso povo. No norte da África vemos mais uma guerra que poderá ter explicações extremamente diferentes das anunciadas pela imprensa, registrando declarações oficiais dos países envolvidos. Aqui passamos por tragédias incríveis enquanto para gáudio de fanáticos e empreiteiros o Brasil se prepara para a Copa do Mundo, esvaziando os cofres dos serviços de saneamento básico, segurança, saúde, educação etc..
Ou seja, quais são as nossas prioridades?
Sócrates duvidava e procurava ensinar seu povo a questionar. Não foi muito bem sucedido. As dúvidas viraram certeza e até riquezas entre aqueles que o sucederam. Pensar é fácil e gerar certezas sobre situações vagas uma delícia para quem consegue acrescentar alguma pompa e circunstância ao que afirma.
Temos computadores e as ciências em torno dessas maquininhas evoluem rapidamente em lugares onde pensar de forma objetiva é a meta dos pesquisadores e empresários. O livro (O Efeito Facebook - Os bastidores da história da empresa que conecta o mundo, 2011) é o registro dessa determinação e competência capazes de mudar os rumos da humanidade. Mais ainda, as maquininhas de processar informações ganham capacidade a ponto de ouvirmos afirmações surpreendentes no congresso do CONFEA, quando na (67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia) o palestrante da Brainstorming, Dr. Raul José dos Santos Grumbach [ver também slides em (A formação do Engenheiro e ser Engenheiro)] fez afirmações que, não contestadas, mostram o potencial de transformação para as pr´ximas décadas.
Podemos estar na era paleolítica de um mundo que, dentro de meio século, será radicalmente diferente, moderno e capaz de demonstrar as teses de Domenico De Masi em muitos livros e até palestras em Curitiba, ou seja, estaremos no início de um período em que realmente seremos racionais [ (Masi D. D., O Ócio Criativo), (Masi D. D., O Ócio Criativo), (Masi D. D., Criatividade e Grupos Criativos, 2005), (Masi D. D., A Economia do Ócio)], usando o conhecimento humano a favor da Humanidade?
Talvez por essa época o desafio seja discutir prioridades, deixando para CPDs a decisão do que ser feito para a materialização do que (e não de quem) elegermos, em eleições diretas (Cascaes, Democracia Direta sem intermediários), bem entendido.
Precisamos pensar, filosofar, duvidar e reconstruir paradigmas.

Cascaes
21.3.2011

67º SOEAA - Semana Oficial da Engenharia, Arquitetura e da Agronomia. (s.d.). Acesso em 28 de 1 de 28, disponível em Centro de Eventos do Pantanal: http://www.eventospantanal.com.br/eventov.php?id_agenda=10#3
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A formação do Engenheiro e ser Engenheiro: http://aprender-e-ser-engenheiro.blogspot.com/
Cascaes, J. C. (s.d.). Democracia Direta sem intermediários. Acesso em 10 de 3 de 2011, disponível em a favor da Democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com/2011/03/democracia-direta-sem-intermediarios.html
Kirkpatrick, D. (2011). O Efeito Facebook - Os bastidores da história da empresa que conecta o mundo. (M. L. Oliveira, Trad.) Rio de Janeiro: Editora Intrínsica Ltda.
Masi, D. D. (1999). O Futuro do Trabalho, fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. (Y. A. Figueiredo, Trad.) UNB e José Olympio.
Masi, D. D. (2005). Criatividade e Grupos Criativos. (Y. F. Léa Manzi, Trad.) Rio de Janeiro: Sextante.
Masi, D. D. (s.d.). A Economia do Ócio. Rio de Janeiro: Editora Sextante (GMT Editores Ltda.).
Masi, D. D. (s.d.). A Emoção e a Regra, Os grupoos criativos na Europa de 1850 a 1950 (Livraria José Olympio Editora S.A. ed.). (E. F. Edel, Trad.) Editora Universidade de Brasília.
Masi, D. d. (s.d.). Desenvolvimento sem trabalho. (E. Deheinzelin, Trad.) Editora Esfera.
Masi, D. D. (s.d.). O Ócio Criativo. Sextante.

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