Impostos e o transporte coletivo urbano

O povo brasileiro paga muito imposto. O que é intrigante em nossas polêmicas é a falta de atenção real para causas e efeitos das estratégias federais. Em Brasília, pelo que vemos via reportagens diárias, o jogo de interesses é violento e pesa sobremaneira nas decisões de governo. Eventualmente encontramos boas análises num livro (Saga Brasileira, A longa luta de um povo por sua moeda, 2011) e um artigo (entre tantos outros) de uma revista do sindicato dos bancários (Dívida Pública e Interesses ocultos, 2011) que dizem muito, sem nomear os grandes “influenciadores” de campanhas políticas.
O artigo (A "Máfia chamada FIFA/CBF" e porque o mínimo de jogos para Curitiba, 2011) sugere o campeonato bilionário em torno da Copa do Mundo de 2014, obrigando-nos a pensar se a anestesia provocada pelo brilho da FIFA não estaria subvertendo mais uma vez nossas prioridades, como aconteceu em 1950.
E o transporte coletivo urbano?
Em Curitiba, graças à topografia e muitos espaços ainda razoavelmente livres, mas com ruas travadas pelo excesso de veículos, a insegurança dos pedestres e o distanciamento dos polos de moradia, lazer, trabalho, estudo etc. sentimos que estamos precisando de novidades, principalmente se pensarmos na capital paranaense no que será a partir da próxima década.
Ou seja, precisamos de sistemas complementares ao atual ou mudanças drásticas de comportamento humano.
É utopia acreditar que possamos alterar significativamente padrões de conforto, a menos que soluções realmente atraentes apareçam. O pesadelo é o custo e pensar nas tarifas e impostos que deverão crescer para atender o que for necessário. Ou sonhar com subsídios regulares, bem comportados, confiáveis, sem interrupções nem ingerências políticas. A velhinha de Taubaté acredita!
Acompanhamos o desenvolvimento de dois projetos de metrô no Brasil. Vimos como a Cidade do Rio de Janeiro foi penalizada por suas opções políticas e a capital paulista, mais simpática ao governo federal e estadual, teve condições e avançar com as linhas de metrô em boa cadência, sem grandes interrupções.
E no Paraná, qual será o nosso futuro?
Obras simples têm demorado demais para começar e terminar. Imaginem um sistema ao longo de avenidas importantes levando décadas para serem concluídas... E se o dinheiro “a fundo perdido”, dinheiro nosso, pagamos muito imposto, infelizmente entregue à União e ao Estado, for condicionado a campanhas políticas? Uma geração de curitibanos viverá o pesadelo do trânsito impossível até virmos a ter algo razoavelmente capaz de compensar o que se perderá, simplesmente se tivéssemos optado por soluções que pudéssemos gerenciar com maior autonomia.
E o trânsito?
Uma maneira de tirar automóveis das ruas é fazer do transporte coletivo urbano algo de custo tão baixo e de boa qualidade que o cidadão prefira deixar seu carro ou motocicleta em casa. Mais ainda, com investimentos em passeios e aterrando linhas aéreas (REDES DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEAS, 2011) poderemos ter, transcrevendo do portal da COPEL:
• Proteção da rede contra tempestades e fenômenos naturais, resultando em menores custos de operação e manutenção corretiva.
• Valorização dos imóveis.
• Aumento do movimento comercial nas regiões.
• Satisfação dos clientes pela qualidade de energia.
• Satisfação das partes interessadas (Copel, comunidade, prefeituras).
• Integração com o meio ambiente, pois não há necessidade de podas e pela baixa poluição visual.
• Redução da gravidade de acidentes envolvendo carros.
• Melhora significativa da acessibilidade das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNEs).
Ou seja, melhorando a segurança, a mobilidade e fazendo ciclovias, canaletas e aprimorando os ônibus e sua forma de operar, criando-se meios para redução de tarifas (frota pública, por exemplo), vide (Cascaes), teremos como desenvolver de forma racional, necessária e suficiente aprimoramentos necessários com ações imediatas, de médio e longo prazo, sem perder de vista a necessidade de racionalidade.
Não podemos esquecer que o contribuinte e o usuário dos sistemas pagam a conta e o dinheiro não deve ser mal usado, ainda que sob rubrica de “a fundo perdido”, perdido por quem?

Cascaes
24.10.2011

REDES DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEAS. (24 de 10 de 2011). Fonte: COPEL: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/redes_distribuicao_subterraneas.html
Cascaes, J. C. (s.d.). O Transporte Coletivo Urbano e suas opções para Curitiba. Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia: http://otransportecoletivourbano.blogspot.com/2011/10/o-transporte-coletivo-urbano-e-suas.html
Diaz, P. (agosto de 2011). Dívida Pública e Interesses ocultos. Banc@arios, 06 a 07.
Guilhobel. (24 de 10 de 2011). A "Máfia chamada FIFA/CBF" e porque o mínimo de jogos para Curitiba. Fonte: Gazeta de Novo: http://www.gazetadenovo.com/
Leitão, M. (2011). Saga Brasileira, A longa luta de um povo por sua moeda. Rio de Janeiro: Editora Record.

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