Para não esquecer e vendo outros atos em defesa da "democracia"

De: MANOEL SORIANO NETO [mailto:msorianoneto@hotmail.com]
Enviada em: quarta-feira, 4 de janeiro de 2012 10:10
Assunto: FW: artigo nióbio 3 continuação


Aos prezados amigos o artigo 3, sobre Nióbio ( continuação) . Abrs do Marco Felicio

A VILANIA DOS RESPONSÁVEIS PELA SOBERANIA E SEGURANÇA NACIONAIS (3 )
Em artigo passado, “Renúncia Criminosa”, escolhi uma afirmativa com a qual encimei o referido artigo. Utilizo-a, novamente, para enfatizar o que ocorre com o nióbio em nosso País , onde o sistema de pressões e de constrangimentos têm a colaboração vil de muitos dos responsáveis pela soberania e segurança nacionais.

“Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos.”
Henry Kissinger- Secretário de Estado, EUA

Nos artigos anteriores, mostramos alguns dos empregos do nióbio, que o tornam sumamente importante e estratégico, sendo qualificado como um “metal novo”, isto é, indispensável às novas tecnologias de ponta em diversas áreas, entre elas a da fabricação de avançados sistemas de armas, na área nuclear, na construção dos novos computadores quânticos e como parte especial do reator de fusão termonuclear, já em construção e em testes, na Europa, na busca de energia limpa, barata e inesgotável. É o início do fim da prevalência do petróleo e das demais fontes de energia.
O colúmbio foi descoberto na Inglaterra em 1801, por Charles Hatchett. O químico alemão Heinrich Rose, em seguida, ao separá-lo do metal tântalo, deu-lhe o nome de nióbio. Homenagem a Níobe, filha do Rei Tântalo, segundo a Mitologia.
Nas décadas de 20 e 30, as primeiras experiências, levadas a efeito por norte-americanos e ingleses, introduziram o nióbio na produção de ferramentas, substituindo o tungstênio, e em aços inoxidáveis, contribuindo para evitar a corrosão dos mesmos.
Na década de 50, descobriu-se a maior jazida de nióbio do mundo, no Brasil (em Araxá-MG). Com a produção primária de nióbio, o metal tornou-se abundante e ganhou importância no desenvolvimento de materiais diversos de Engenharia.
Coincidentemente, também na década de 50, com o início da corrida espacial entre soviéticos e norte-americanos, aumentou muito o interesse e, consequentemente, as pesquisas sobre os possíveis empregos do nióbio, o mais leve dos metais refratários. Diferentes ligas de nióbio foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear e, também, para fins relacionados à supercondutividade. Ainda, na década de 50, estudos e pesquisas conduzidos na Inglaterra -na Universidade de Sheffield e na British Steel – e, também, nos Estados Unidos, tornaram o aço microligado uma realidade industrial. Em 1958, surge uma nova série de aços, contendo cerca de 400 gramas de nióbio por tonelada, exibindo características (resistência mecânica, leveza e tenacidade) que, até então, somente podiam ser obtidas com aços ligados muito mais caros. As superligas aeronáuticas, também, passam a utilizar o nióbio. Destas, a mais importante é a IN718, introduzida em 1966 e cujo aperfeiçoamento resultou numa família de superligas, utilizadas nas turbinas aeronáuticas e estacionárias mais modernas, com grandes vantagens econômicas para a Engenharia Estrutural, para a exploração de óleo e gás e para a fabricação de automóveis. Atualmente, os aços microligados respondem por 75% do consumo conhecido de nióbio. São materiais sofisticados, desenvolvidos a partir de princípios de metalurgia física que refletem o esforço conjunto da pesquisa e desenvolvimento, conduzidos na indústria e nos laboratórios de avançados centros de pesquisas, incrementando consideravelmente a contribuição do nióbio para a criação de novas tecnologias de ponta, conhecimento de poucos países desenvolvidos.
No Brasil, além das primeiras ocorrências de nióbio detectadas em Araxá (MG), seguiram-se descobertas de novas ocorrências em Catalão (GO) e Ouvidor (GO). Porém, o "Complexo de Araxá" mostrou-se, então, como a maior reserva de nióbio do mundo, avaliação feita em 1982, com um jazimento de 462 milhões de toneladas de pirocloro, com teor médio de 2,5% de óxido de nióbio (Nb2O5).
As minas de Catalão e Ouvidor tornaram-se propriedade e exploradas pela "Anglo American of South Africa", estrangeira cem por cento e que exporta tudo que produz.
Em Araxá, já em 1956, surgia a DEMA, - Distribuidora e Exportadora de minérios e adubos Ltda, autorizada, pelo Dec 41829 de 10/7/1957, a pesquisar nióbio, recebendo logo em seguida o nome de CBMM (Compania Brasileira de Metalurgia e Mineração). A empresa foi formada pela associação da multinacional norte-americana Moricorp, pertencente ao Grupo Rockfeller, com o Grupo Moreira Salles que, mais tarde, se tornou dono do Unibanco.
Como o Grupo Moricorp, quando da descoberta da referida jazida, não podia ser dono majoritário de uma empresa em solo brasileiro, pois, a lei do País à época assim não o permitia, e como o negócio era considerado de cunho estratégico para os EUA (pois, sabiam da importância do mineral e que as diminutas reservas domésticas de nióbio, dos USA, têm baixa qualidade, algumas complexas do ponto de vista geológico, e muitas não são comercialmente recuperáveis) o Grupo Rockfeller ofereceu de graça o domínio majoritário da sociedade ao então embaixador brasileiro nos EUA, à época, Walther Moreira Salles, o qual prontamente aceitou. Este homem desempenhou várias missões para o governo brasileiro junto ao governo norte-americano e instituições financeiras americanas e internacionais, “defendendo” os nossos interesses. O Presidente Costa e Silva evitou cassá-lo, alertado, caso o fizesse, sobre possíveis pressões norte-americanas sobre o Brasil.
Interessante que o livro “Quem pagou a conta ? A CIA na guerra fria da cultura”, escrito por Francis Stonor Saunders e elogiado pelo jornal Washington Post, dos mais sérios e influentes nos EUA, fundamentado em ampla pesquisa, realizada nos mais diversos arquivos de bibliotecas americanas e inglesas e em entrevistas com alguns dos protagonistas de fatos por ela narrados, mostra como, principalmente, durante a guerra fria, a Política Externa Americana se fez por meio de “órgãos de governo e por uma espécie de consórcio de personagens e instituições independentes que se portavam como governamentais.” Fundações as mais diversas, como a FORD e a ROCKFELLER, estas sumamente ativas no Brasil, e outras instituições e organizações com finalidades diversas, ligadas clandestinamente à CIA, jorravam dinheiro em grande quantidade, cooptando pessoas, em qualquer atividade, que pudessem facilitar a conquista de objetivos preconizados pela CIA, notoriamente aquele de obstar qualquer influência de natureza comunista e o de satisfazer os interesses estratégicos norte-americanos em qualquer parte do mundo.
Como exemplo marcante e límpido, em outubro do ano passado, Juanita Castro, irmã de Fidel Castro, confessou, em livro de sua autoria, ter sido agente da CIA, Agência de Inteligência Norte-Americana, na década de 60, recrutada por Virgínia Leitão da Cunha, mulher do então embaixador brasileiro em Havana, Vasco Leitão da Cunha, após embaixador em Moscou e influente Ministro das Relações Exteriores do nosso País.
O uso de entidades particulares favorecia a cooptação das pessoas, como a do, também, Embaixador Walter Moreira Salles, conhecido como serviçal dos americanos (inclusive de Nelson Aldridge Rockefeller, que tanto se intrometeu na política brasileira) que, às vezes, passando por inocentes, fingiam desconhecer a origem do dinheiro: A CIA. Os documentos oficiais consultados por Saunders, mostram que altruísmo não existia por parte dos cooptados e cooptadores.
O livro de Saunders torna ainda mais claro o conteúdo do livro da escritora francesa Brigitte Leoni “Fernando Henrique Cardoso : O Brasil do possível.” (continua)

Gen Marco Antonio Felício da Silva

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