Política insana - proteger bancos irresponsáveis




O que é governar?
A Democracia e nossas instituições perdem credibilidade, principalmente entre pessoas que têm um grau de instrução maior e inteligência suficiente a análises criteriosas. Em qualquer ambiente, clube ou organização externa ao Governo ganhamos críticas severas se nos dispomos a elogiar esse o aquele líder ou partido político. A imagem dos políticos é ruim e para eles o alto nível de ignorância funcional o Brasil é a salvação de seus poderes, assim parece. Para nós, eleitores, isso é um pesadelo, onde erramos?
Podemos ver isso tudo como uma fragilidade humana, afinal pensadores extraordinários falaram e escreveram sobre essa condição de existência do ser humano.
É um problema universal, visível e discutido em países democráticos com liberdade de expressão. Infelizmente guerras e crises econômicas mostram as taras e os piores vícios do ser humano com poder de qualquer espécie. O filme (Trabalho Interno) explica as razões criminosas da crise econômica norte americana atual e destaca, por exemplo, a formação da equipe do presidente Barack Obama, algo negativamente surpreendente (Müller, 2011), lembrando a participação de alguns deles nas maquinações que demoliram a economia mundial.
No Brasil temos, agora, mais uma vez o exemplo de catástrofes que poderiam ser substancialmente minimizadas, se essa fosse a prioridade de quem governa. Ganhamos a sensação horrível de desgoverno.
Felizmente parece haver mudanças positivas, pelo menos tiveram a hombridade de cancelar férias para cuidar dos atingidos pelas cheias. A Corte foi mobilizada em plenas férias, que desrespeito aos nobres ministros...
Filmes, livros, estudos, teses etc. demonstram que estamos longe de um padrão de racionalidade necessária e suficiente ao bom governo. Talvez a violência da Natureza mostre que também é importante atender a vontade dela, além da famosa “base parlamentar” (ou “prá” lamentar?).
É impressionante, contudo, lembrar que no século quarto antes de Cristo essa já era uma preocupação bem desenvolvida entre os filósofos gregos, ser um bom cidadão e se preocupar com a política. Do livro (Ética a Nicômaco, 2009) lemos, transcrevendo (pgs 38 e 39):
“...a ciência maior. E parece ser esta a ciência política,... o bem humano tem que ser a finalidade da ciência política, pois ainda que seja o caso de o bem ser idêntico para o indivíduo e para o Estado, o bem do Estado é visivelmente um bem maior e mais perfeito, tanto para ser alcançado como para ser preservado.”
Pode ser uma tese moralista, mas diante de tantas catástrofes e do crescimento intelectual da Humanidade não deveria ser colocada em foco de diretrizes e programas?
Apesar do que denominamos “homo sapiens sapiens” ter beirado sua própria extinção, possuímos agora conhecimentos e sistemas de processamento que viabilizariam governos gradativamente melhores. Os desafios do século 21 são enormes, não permitindo relaxamentos.
Com certeza a falta de inteligência (Arendt, 2009) exime muitas pessoas de responsabilidades maiores. Não é o caso, contudo, de políticos que se destacam. São e não podem deixar de ser valorizados ou denegridos em função de suas atuações, afinal não carecem de boa capacidade de raciocínio.
Queremos, precisamos de bom governo.
Ou seja, independente da ignorância generalizada, dependemos de decisões locais, estaduais e federais, quando não de caráter internacional.
Não temos nem aceitamos o direito à alienação proposital. Se existe algo pensante sobre o pescoço, somos compelidos a estudar e entender o processo político assim como nossos governantes têm a obrigação de fazerem o melhor possível. Infelizmente não podem ser demitidos quando esquecem seus discursos (Gouveia, 2001).
Os tempos de que governar limitava-se a agradar o chefe devem ter passado em regimes democráticos.
Teremos eleições, quem são os candidatos? São bem preparados? Como obrigá-los a cumprir programas sadios?

Cascaes
8.1.2012

Arendt, H. (2009). A Vida do Espírito. (A. A. Cesar Augusto de Almeida, Trad.) Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Aristóteles. (2009). Ética a Nicômaco. (E. Bini, Trad.) Bauru: edipro.
Cascaes, J. C. (s.d.). Trabalho Interno. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2012/01/trabalho-interno.html
Gouveia, J. F. (25 de 5 de 2001). "TODO PODER EMANA DO POVO E EM SEU NOME SERÁ EXERCIDO"(?). Fonte: Doutrina -D'Artagnan Juris - (JFG): http://djuris.br.tripod.com/doutrina/artigos/todopoder.htm
Müller, L. (24 de 4 de 2011). Barack Obama e o “Trabalho Interno” ou poderiamos dizer: “o cinema desnuda o rei”. Fonte: Luizmüller's Blog: http://luizmullerpt.wordpress.com/2011/04/24/barack-obama-e-o-trabalho-interno-ou-poderiamos-dizer-o-cinema-desnuda-o-rei/

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