Estado de guerra num país atrasado


Direitos humanos ou crescimento econômico
O Brasil acumula e vê crescer o déficit social apesar de muitos esforços, principalmente nos estados e municípios que não dependem de favores federais e que têm consciência da responsabilidade e disposição para desenvolver seu sistema educacional, de saúde física e mental, assim como os sistemas de segurança, Justiça e carcerário.
Pode-se facilmente depreender do que os noticiários informam e do que somos testemunhas que estamos longe de merecer alguma distinção positiva nesses itens.
O CNJ, os indicadores ODM e a simples constatação da insegurança e deseducação onipresentes mostram que tivemos prioridades erradas ao longo de nossa história, principalmente após o período militar e a Constituição de 1988, que prometia tudo o que de mais bonito e inefável existia sobre a Terra.
Os cacoetes do espírito servil aliados ao coronelismo e ao fundamentalismo ideológico, uns e outros sonhando com revoluções redentoras, levaram nossos executivos políticos a executar o povo, ou distraí-lo com carnavais e coliseus, juntando a tudo isso os “bolsas-votos” tão importantes para inibir ações de desespero da população mais pobre.
Os fracassos nos esforços para desenvolvimento social aparecem, em última análise, em atestados de óbito ou contabilização de pessoas escravas dos piores vícios, sempre produzindo “boas” reportagens.
O que acontece em Santa Catarina, por exemplo, mereceria uma auditoria enérgica do CNJ, comissões de direitos humanos independentes das influências locais e outras entidades especialistas em questões sociais desta gravidade.
O primeiro sinal de reação política é a negação da política em atitudes de desprezo pelo ser humano. Patologias sociais gravíssimas viraram rotina no Brasil, em Santa Catarina de forma mais impressionante, pois lá não existe a desculpa dos canaviais e da miséria irredimível.
Durante um tempo após 1988 os catarinenses ocuparam a liderança dos três maiores partidos políticos do Brasil. O que fizeram?
Brasileiros, do mais humilde à Presidenta Dilma Rousseff, deveriam promover ações e avaliações de critérios de desenvolvimento social e material para reverter o quadro de dominação do crime organizado no Brasil.
Em Santa Catarina temos um período de terrorismo comandado por uma facção criminosa (existe sublegenda). Em Brasília o STF julga um dos grupos organizados enquanto outros riem da Justiça, onde seus profissionais levam ao pé da letra o formalismo de leis feitas para proteger criminosos milionários.
Ideologias? Partidos políticos?
O desafio é gigantesco. Dependemos da capacidade de lideranças fortes e determinadas a corrigir distorções, ainda que usando as famigeradas medidas provisórias. Estamos em clima de guerra não declarada.  O drama, com certeza, é a necessidade de atender critérios “políticos” em torno de bases fluidas...
Aplaudimos e recriminamos decisões de governo em função de avaliações à distância. É um direito, pois estamos dentro e indefesos diante de governo mais próximos e, eventualmente, surpreendentemente incompetentes.
Cascaes
13.2.2013

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