Guerras de consequências imprevisíveis


Hipóteses de guerra e a reação da humanidade
Algo que talvez escape à compreensão da maioria absoluta das pessoas é o que poderá acontecer se alguns países equipados com armas atômicas, químicas e biológicas entrarem em guerra. Armas químicas e biológicas não têm segredos e custam uma fração infinitesimal do armamento nuclear, mas a capacidade de produzir bombas atômicas e lançá-las a longas distâncias cria um poder dissuasivo que foi bem entendido quando esse poderio esteve apenas entre nações mais inteligentes e civilizadas.
Infelizmente a praga guerreira aumenta com ditadores de personalidade imprevisível e em condições de decidir o que seus povos devem pensar e fazer.
Ao contrário dos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, agora os seres humanos estão mais atentos às bolsas de valores, produtos de consumo e prazeres caros do que ao que poderá acontecer se um conflito de grandes proporções acontecer.
A globalização industrial e comercial não veio acompanhada da evolução cultural e política, ao contrário, com o tempo o jogo dos mercadores de armas parece estimular sentimentos de hostilidade mais e mais radicais.
Assim, agora, vemos o que acontece na Coreia do Norte com espanto, inclusive observando a idolatria do povo após décadas de lavagem cerebral a líderes insanos.
E se as ameaças se concretizarem?
Diante da interdependência comercial e industrial teremos, além do risco de efeitos diretos de uma guerra nuclear, o rompimento da cadeia produtiva de alimentos, remédios, equipamentos essenciais além dos tão amados supérfluos.
Como viveremos se dependermos de remédios sofisticados? A indústria resistirá quanto tempo se faltarem equipamentos ou componentes estratégicos? Qual será a autonomia do Brasil e dos brasileiros durante e após o cataclismo de uma guerra?
Profecias e hipóteses concretas, científicas, podem ser analisadas e dar respostas à loucura de alguns, ao fanatismo entre bilhões de pessoas e à omissão generalizada.
Na Engenharia temos inúmeros estudos e experiências com o fenômeno da saturação em circuitos de toda espécie. Sociólogos, psicólogos e até filósofos podem explicar a alienação. Explicar não basta; como impedir, conscientizar e criar resistências à loucura bovina que observamos entre pessoas que limitam suas análises a conveniências pessoais mais estritas?
Quem viveu o suficiente para lembrar as guerras passadas e a reação dos jovens na década de sessenta, por exemplo, fica preocupado com a desatenção dos jovens e a alienação de adultos capazes de mudar positivamente o que for necessário para, pelo menos, enfrentar comportamentos suicidas de outros povos.
Ninguém está livre de catástrofes. Algumas estão acima da nossa capacidade de reação. A Natureza é soberana. O que é absurdo, entretanto, é sabermos de situações criminosas que continuam a acontecer em nossos bairros, cidades, estados, no Brasil e no resto do mundo, num crescendo que dá a impressão de preparar a Humanidade para o holocausto, mais uma vez gerado pela loucura de lideranças totalitárias ou simplesmente sociopatas, comuns entre nós e atuantes até em postos de imensa responsabilidade.
O que falta para todos adotarem um comportamento sadio?

Cascaes
8.3.2013




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