O povo que se dane


Mundo estranho, do vandalismo à irresponsabilidade.
O problema causado pela Microsoft no Brasil tem uma dimensão colossal, logo veremos propagandas caras dessa empresa nas grandes empresas de comunicação e o silêncio camarada em torno do problema causado por uma atualização mal feita. O primeiro alerta, naturalmente, veio de quem se sentiu estranhamente prejudicado, talvez ainda sem percepção da totalidade dos estragos [1]. O caso demonstrará a fragilidade da dependência de megaempresas de software que lutam permanentemente contra hackers e a maneira impensada de ajustar seus produtos.
Temos de tudo.
Algo absurdo, por exemplo, é comparar o vandalismo provocado pelos pichadores e o que sempre aconteceu a partir de serviços essenciais mal feitos e caríssimos no Brasil [ ( Concessões e Permissões de Serviços Públicos), (Serviços Essenciais)].
Algo que degrada violentamente a paisagem urbana além de entrar em conflito com a mobilidade segura é a existência de redes aéreas. Elas foram necessárias em tempos de vacas magérrimas, e agora?
Alguns casos se transformaram em símbolo de deboche, como observamos em Curitiba em torno das redes de TV a cabo e telefonia. Que absurdo! E nossos políticos, porque não reagem?
Os problemas são absurdos e podem ser qualificados de diversas maneiras, aliás, a realização da próxima Copa do Mundo no Brasil ainda espera uma avaliação dos estudos de viabilidade  que precederam a decisão de apoiar a FIFA e grandes empresas de comunicação no Brasil...
Como nossas autoridades federais puderam aceitar “ajustes” até em leis consagradas?
O vandalismo de estado merece leitura e paralelos com as monarquias decadentes do século 18 e 19 na Europa. Para isso agora existem obras literárias e filmes extraordinários (Cascaes, Livros e Filmes Especiais) de que conhecemos uma parte infinitesimal, até dá vontade de chorar sentindo as limitações da linguagem, são obras de interesse universal. Nelas saberemos como a desfaçatez dos poderosos gerou revoluções violentíssimas. Lembrando as histórias dessas nações após as revoltas, contudo, sentiremos que o ser humano é o que é e pouca diferença existirá entre o bilionário e o miserável, Nietsche que o diga (Humano, Demasiado Humano).
Com todos os problemas a Humanidade evolui. Não mais sacrificamos crianças a deuses, não as enterramos vivas quando nascem com deficiência nem somos antropófagos. Há, contudo, um esforço gigantesco de poetas dos direitos humanos sempre acreditando que esses povos eram santos.
Aliás, a descoberta que os povos mais desenvolvidos no período pré-colombiano não eram santinhos desconcertou muita “gente boa”. O normal é falar mal dos conquistadores mais recentes...
O que isso tem a ver com a Microsoft?
Simplesmente ainda não desenvolvemos padrões éticos racionais. Em relação ao comportamento social existe tudo a ser feito, inclusive o desprender-se de julgamentos de culpas e vítimas para uma análise real e profunda de causas e efeitos e de como evitar irresponsabilidades comerciais e industriais até a maneira de tratar pleitos decididos por uma repartição pública, a FUNAI, por exemplo.
A Microsoft errou feio, quais são os seus critérios de controle de qualidade?
Num mundo que só fala em pagar mal pelos serviços e maximização de lucros (vide Copel em tempos recentes), esperar o quê?
A Microsoft e seus usuários revelam a escala de poder, o povo que se dane e se não gostar que procure seus direitos num Poder Judiciário anacrônico e ineficaz.
Se os preconceitos, paradigmas, dogmas e teses forem sempre estudados com honestidade intelectual encontraremos bons caminhos adiante, se não teremos sempre malucos apontando foguetes e empresas salvando-se com propagandas caríssimas.

Cascaes
12.4.2013
Concessões e Permissões de Serviços Públicos. (s.d.). Fonte: webjur: http://www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Administrativo/Concess_o_e_Permiss_o.htm
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano(2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.




[1] Inúmeros usuários do Windows 7 e do Windows Server 2012 estão reportando em diversos fóruns especializados a informação de que uma das atualizações liberadas pela Microsoft está causando um grave problema no sistema operacional.

De acordo com os usuários, após a aplicação do patch “KB2823324”, os computadores passam a informar que o arquivo ntfs.sys é corrompido, impedindo assim de iniciar o sistema operacional.
Embora a Microsoft não tenha se pronunciado sobre o caso, já há uma solução paliativa de correção do problema. Para  tanto, o usuário deverá realizar um boot com o DVD de instalação do WIndows e selecionar a opção de reparação do sistema. Em seguida, deverá ser selecionada a opção “Prompt de Comando” e então copiar o NTFS.SYS de uma máquina saudável. Por fim, basta reiniciar o computador.


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