Credibilidade perdida?


Nossos políticos talvez não tenham percebido que os manifestantes (em número crescente) e a população mais esclarecida não acreditam em planilhas, explicações, previsões e projetos sem lógica razoável. As atuações dos estudantes e de outros grupos organizados contra as tarifas do transporte coletivo urbano são um caso exemplar da ação e reação a decisões de governantes que se acostumaram a impingir custos sem maiores preocupações com a opinião pública e a qualidade das avaliações feitas por “Conselhos” irresponsáveis.
Vales e bônus escondem a ingenuidade daqueles que pensam que ainda podem simplesmente decretar tarifas mal auditadas.
 Inacreditavelmente as concessionárias não são fiscalizadas por auditorias técnicas independentes, de qualidade inequívoca na área de Engenharia, custos e gerenciamento apesar de serem empresas com delegação para prestação de serviços essenciais sujeitos a normas técnicas, regulamentos e contratos de concessão, sobre os quais as empresas têm o direito de um lucro justo e limitado.
Onde estão os auditores?
É importante lembrar que qualquer cidadão deseja satisfações do que paga (diretamente e indiretamente) e poder acreditar. É bom gostar do governo, ter confiança em suas decisões. Infelizmente isso vai se perdendo e se transformando em histórias inacreditáveis, como, por exemplo, as liberalidades concedidas à FIFA. Fizeram estudos de viabilidade, totalmente superados com a marola financeira e moralmente, como já é rotina, os custos vão crescendo acintosamente. As exigências dessa entidade de gerenciamento de um esporte profissionalizado são exorbitantes, inacreditavelmente aceitas bovinamente. Os espetáculos, caros, serão para quem puder ganhar os ingressos ou pagar entradas de custo acima do poder aquisitivo de nosso povo mais humilde... Ganhamos a torcida padrão “família Adams” nas arenas chiques.
A questão é geral.
O que pagamos pelos serviços de coleta de lixo, saneamento básico, cemitérios, SUS, transporte aéreo, energia, pedágios etc. é razoável? Note-se que desvios para cima e para baixo são ruins. Se as concessionárias são mal pagas atenderão mal, se remuneradas excessivamente estarão criando pesos financeiros prejudiciais ao povo e empresários em geral.
Devemos ser justos e respeitados. Isso acontece no Brasil?
Criaram as agências reguladoras e em alguns serviços uma constelação de repartições públicas e associadas. Funcionam? Quem garante? A Presidenta Dilma? Governadores? Prefeitos? É até ridículo quando vemos nossas autoridades fazendo afirmações descabidas, algumas ridículas para quem entende do assunto.
Credibilidade também significa acreditar que os governantes cumprem suas promessas de campanha e que realmente se preocupam com o povo. Isso a maioria já desistiu de acompanhar. Nem a velhinha de Taubaté[1]concordaria com muitas declarações de nossas autoridades. Colocaram na cabeça do povo brasileiro duas coisas:
1 – Político não presta.
2 – Não reaja.
Assim ficamos surpresos quando os noticiários dizem que existe vida inteligente e cidadã neste planeta Brasil...
O respeito à nação, afinal é um povo que aos poucos cria sua identidade, significa salvá-la da miséria e criar condições para que não dependa permanentemente de esmolas. Que seja tratada com dignidade, competência, seriedade.
Prioridades?
Respeitar sequencialmente e com o justo valor o que realmente os brasileiros precisam é obrigação de quem se propõe a governar.
O Brasil precisa desenvolver sua infraestrutura educacional, industrial, de saúde, segurança,  etc. e resolver problemas centenários. Tudo isso exige atenção rigorosa e competência.
Podemos acreditar no que dizem e anunciam?
Cascaes
15.6.2013



[1] A Velhinha de Taubaté
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Velhinha de Taubaté é um personagem de humor brasileiro criado pelo escritor e cronista Luis Fernando Verissimo, durante o governo do general João Baptista Figueiredo (1979-1985). 1
Famosa por ser "a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo", como definido pelo próprio autor[carece de fontes], Verissimo contava que, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, sempre se pensava antecipadamente em como a velhinha iria responder.
Uma possibilidade para a cidade da personagem ser a de Taubaté é para formar a sigla VT (TV ao contrário).
Em 25 de agosto de 2005, em tempos de crise do "mensalão", a velhinha teve o seu falecimento anunciado pelo seu criador, na crônica intitulada Velhinha de Taubaté (1915-2005). Ela teria morrido em frente à TV, decepcionada com o quadro político brasileiro, em especial com o seu ídolo, Antonio PalocciEla morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia. Mas a polícia mandou os restos do chá que a Velhinha estava tomando com bolinhos de polvilho para exame de laboratório. Pode ter sido suicídio.

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