O Brasil acordando e descobrindo como tem sido enganado

Tarifas e sistemas “modernos”, o povo acorda após décadas de engodo.
A partir da privatização dos serviços essenciais, prometida aos brasileiros como uma autêntica panaceia, caímos em jogos de poder e de prestígios típicos do Brasil, infelizmente.
É multissecular a lógica da mistificação. No início escravos, coletores de impostos, índios e ingleses eram os alvos a serem explorados, agora é nosso povo o objeto fácil, ingênuo e “generoso”, formando a tremenda mina de ouro dos banqueiros e empresários corruptores, aproveitando-se da covardia, omissão e até e de fidelidades mafiosas (O Brasil é do povo e para ele deve ser governado. , 2013). A leniência dos profissionais de nossas instituições completa o quadro que produziu um Brasil desumano, pois a incompetência e, ou, a corrupção custa(m) muito caro.
O levante dos jovens brasileiros mais conscientes dessa realidade exigindo tarifa zero no transporte coletivo para poderem estudar foi o catalizador que faltava para uma nova geração de brasileiros.
Os mais velhos abrem os olhos e descobrem que a maior parte (provavelmente) de seus salários e rendimentos de trabalhos árduos é perdida em articulações que geraram tarifas bonitinhas, mas ordinárias.
Os serviços essenciais se degradavam a olhos vistos e não reagíamos (Cascaes, Serviços Essenciais). A inoperância ou impotência de PROCONs, Ministérios Públicos, agências reguladoras, ouvidorias, conselhos de consumidores etc. é um espanto. Políticos? Ficamos imaginando se nossos representantes são cúmplices, idiotas, ignorantes ou simplesmente inúteis. Leis existem, o Brasil é o país das leis e decretos, medidas provisórias, regulamentos, estatutos etc. Para quê? Para confundir? Sustentar centenas de milhares de causídicos? Conselhos profissionais e outras repartições públicas?
A discussão em torno das tarifas de ônibus é emblemática. Apesar de reportagens (em Curitiba principalmente do Jornal Gazeta do Povo), interpelações, manifestações (principalmente do (fureotubo)) e mais elas caminharam intocáveis, lastreadas em formalismos criados para “brasileiro ver”.
Temos até um sistema de bilhetagem eletrônica e automática tão apaixonante que foi colocado como exigência no edital de licitação de outorga de concessões. Esse sistema, uma caixa preta para os usuários, nem o som das fichas caindo no cofrinho demonstra que o pagamento aconteceu; precisa acima de tudo ser aferido, avaliado, ajustado para maior precisão, verificação de confiabilidade, taxas de falhas etc. regularmente, foi? Quem o fez? As fichas magnéticas dão informações que deveriam ser auditadas regularmente por empresas especializadas, tudo formando um sistema que pode errar a favor ou contra os empresários, para que lado estaria talvez errando?
Informações da operação e bilhetagem automática geram planilhas que, bondosamente, obrigam os empresários a trabalharem com prejuízo (é o que dizem), pode?
Assim no transporte coletivo, coleta de lixo, saneamento básico, telefonia, energia[1]e tudo o mais vamos pagando taxas, mensalidades, passagens, contas e encargos, impostos para serviços de modo geral ruins e até inexistentes (por exemplo, qualidade do tratamento de esgotos?).
Felizmente temos passeatas e a que aconteceu em Curitiba no dia 29 de junho deste ano da graça de 2013 deu a oportunidade de manifestações de alguns especialistas (Cascaes, A favor da democracia no Brasil). Mais uma vez, por mais que sejamos atentos ao problema das tarifas, descobrimos detalhes perturbadores como ditos em (Cascaes, Quem paga a conta do transporte coletivo urbano de Curitiba , 2013).
Ficamos imaginando o que deve estar acontecendo no resto do Brasil. Talvez por isso algumas raposas antigas proponham até um novo AI5 ao governo Dilma. Com certeza estão assustadas com o que poderemos descobrir nessa abertura de baús antigos...

Cascaes
30.6.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Serviços Essenciais: http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: A favor da democracia no Brasil: http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com.br/
Cascaes, J. C. (28 de 6 de 2013). O Brasil é do povo e para ele deve ser governado. . Fonte: Quixotando: http://www.joaocarloscascaes.com/2013/06/o-brasil-e-do-povo-e-para-ele-deve-ser.html
Cascaes, J. C. (29 de 6 de 2013). Quem paga a conta do transporte coletivo urbano de Curitiba . Fonte: O Transporte Coletivo Urbano - Visões e Tecnologia : http://otransportecoletivourbano.blogspot.com.br/2013/06/quem-paga-conta-do-transporte-coletivo.html
Livre, M. P. (s.d.). fureotubo. Fonte: fureotubo: http://fureotubo.wordpress.com/









[1] As tabelas de preços de gasolina, óleo diesel e etanos aparecem com três dígitos após a vírgula. Algo absolutamente sem correspondência com a precisão das bombas. Números para enganar o povo.

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