O Brasil é do povo e para ele deve ser governado.

Compadrismo, Omertá, companheirismo e Brasil

Na história da humanidade a solidariedade irrestrita ao agrupamento a que e pertencia era uma condição de sobrevivência.
No mundo moderno, mais desenvolvido, ela é produto da compulsão consumista, no medo, no desejo de prestígio com bons salários, na alienação, sustentada pelo mau caratismo e um código de ética absurdo que fortalece corporações e facilita o trabalho dos corruptores.
Qualquer instituição (empresa, partido político, banco, repartição pública, indústria, escola etc.) com muitos funcionários (colaboradores como pusilanimemente dizem palestrantes e consultores bem pagos) contém uma plêiade de trabalhadores extremamente diversos. Estatísticas clínicas podem até servir de base para cálculos probabilísticos da composição média. Com certeza nesse bolo sempre encontraremos pessoas capazes de qualquer coisa para terem alguns “privilégios”.
Quando uma empresa envereda pelo caminho da delinquência e da criminalidade as regras da Omertá se impõe, criando um clima de terrorismo entre os colaboradores que vimos acontecer até em grandes estatais paranaenses suspeitas de má gerência.
Nos partidos políticos e em torno de lideranças fortes encontramos o companheirismo incondicional, a tropa assim espera comer as migalhas e restos de banquetes do macho e fêmea alfas e seus tenentes.
No Brasil isso existiu desde suas origens. Os colonizadores traziam seus costumes criados em cortes e organizações religiosas onde a submissão radical era a regra e aqui encontraram o espírito mais espontâneo dos indígenas, entre os quais a união familiar era condição de solidariedade irrestrita (compadrismo).
A Humanidade evolui e a democracia universal exige novos padrões de comportamento. Graças à generalização do acesso às escolas, ao conhecimento e ao crescimento cultural de todos já não faz sentido (nunca fez) manter privilégios acintosos.
As revoluções dos séculos passados recentes, as mais importantes, demonstram o desejo de todos pela dignidade universalizada.
Os movimentos sociais que voltam com força a partir da iniciativa do MPL demonstram de forma inequívoca que pelo menos os mais jovens brasileiros estão saturados com a covardia de seus pais e a degradação de nossas instituições.
As centrais sindicais e outras coisas procuram se apropriar do processo de revolta, até greve geral marcaram em reunião com a Presidência da República. Que vergonha!
O povo brasileiro vacinado contra os defeitos dessa democracia de araque quer mudanças reais, sem explicações e CPIs (que não funcionam).
Maravilhosamente em Brasília a população reage. Isso é extremamente importante, assim como nas capitais dos estados e principalmente em torno das prefeituras e Câmaras de Vereadores. O povo assusta, pois nenhuma autoridade se sustenta se perder o apoio tácito ou por omissão da nação.
Nossa esperança é que os jovens não parem e sejam inteligentes ao apertar o cerco contra os palácios mal cheirosos.
Tudo indica que as boas teses e propostas aparecem, apesar do esforço de alguns em dizer o contrário.
O Brasil é do povo e para ele deve ser governado.
Cascaes
28.6.2013


Comentários

  1. Reflexão lúcida e pertinente ao momento histórico que estamos vivendo! Parabéns

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