Terminei de ler o livro “A Coragem da Verdade” de Michel Foucault, fantástico. A ele muitos outros merecem destaque (Livros e Filmes Especiais) assim como filmes espetaculares. Com certeza aí temos uma base tremenda de formação de opiniões, comportamentos e convicções.
Seria fantástico se vivêssemos num mundo avançado; poderíamos simplesmente discutir prazeres e coisas simpáticas a todos. É algo que move muitas pessoas, assim como a militância em questões tácitas, aceitas por todos, principalmente os poderosos.
Infelizmente a Humanidade gradativamente avança em direção ao fundamentalismo religioso, algo extremamente perigoso quando aliado ao radicalismo ideológico e certezas absolutas, inclusive de dinâmicas econômicas.
Neste cenário de atrocidades que a mídia apresenta diariamente, destacando-se a situação dos brasileiros, colhendo agora séculos de omissão a seus problemas de Estado e sociais, a leitura e estudo de grandes obras de pessoas realmente inteligentes, corajosas e capazes de contribuírem para nossa evolução é essencial ao que podemos fazer a favor de nossos descendentes, amigos e a todos que nascerão e viverão nesse planetinha.
Naturalmente devemos ser felizes. Pessoas amarguradas tendem a ver e agir de acordo com o que existir de pior na cultura universal. Podemos, contudo, atuar de forma lúcida e corajosa sempre que possível.
O último livro de Michel Foucault, (François Ewald e Alessandro Fontana) transcrevendo (ouvindo e escrevendo) aulas que ministrou no Collège de France em 1984, ilustram o ápice de um grande pensador. Que lição para nós, engenheiros, economistas, políticos, mestres e cidadãos.
Parresia, uma palavra a mais para nós que deveria fazer parte de todos os trabalhos, palestras, cursos e processos de apresentação de qualquer trabalho. Sempre poderíamos perguntar:
· Existe dissimulação de detalhes ruins?
· É puro em relação ao que o povo precisa?
· Está em conformidade com valores éticos, sociais? Quais? Políticos?
Parece piada, mas é a dúvida em qualquer seminário dedicado a grandes projetos, por exemplo.
As fragilidades do ser humano existem, ninguém é perfeito. Assim a recomendação cínica, “mude sua moeda”, valorize-a. se não existir é pertinente. Conheça-se e saiba mudar. Ainda, procure a sinceridade, por mais desagradável que seja. Seja franco (parresia), quem não aceitar sua honestidade não estará entendendo sua vontade, paciência, é o ônus da verdade. Procure o despojamento, a simplicidade é virtude, exemplo, mais ainda num mundo encharcado de consumismo e modismos fúteis.
Na Engenharia o pesadelo é a falta de transparência técnica, assim como em Urbanismo, Medicina, Economia etc. vale a lógica sofista, ensina, faz e cobra pelo que disse e produziu, sem riscos e com a certeza de sair lucrando.
Nesse processo de ajustes e de luta pela sobrevivência os ensinamentos de grandes pensadores não são simples diletantismo, mas condição de garantia de vida saudável e de resistência aos fanáticos.
A Humanidade carece do voluntarismo de quem sabe e pode mudá-la...
Precisamos aprimorar a vida, exista onde existir.
Cascaes
16.8.2013
Cascaes, J. C. (s.d.). Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/
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