Dialética Negativa e a Mídia

A liberdade existe?
Liberdade de pensar, falar, existir e agir é algo mais do que limitado. Regras de convivência se multiplicam, amarrando as pessoas, e trancando-as em diversos tipos de gaiolas e viveiros.
Podemos, talvez, acreditar na liberdade de pensamento, ou seria de programação cerebral em função da educação, ambientes, incidentes, acidentes, doenças, DNA e (???)
Um tema interessante é a força da mídia, que leva ao conceito de dialética negativa[i]. Pior ainda, no esforço de se firmar perante alguma comunidade o cidadão ou a cidadã se deixam cooptar, dominar pelo que as telinhas dizem e mostram, assim como ensinamentos e regras de confrarias determinam. Impressionantemente até declaram hipocritamente crenças que dificilmente terão se considerarmos o nível cultural que possuem.
No Brasil, em junho deste ano, tivemos a maior e melhor pesquisa de opinião já realizada no Brasil, por quê?
Foi livre, no meio da multidão eclética que não tinha patrões, não se preocupava em dizer de que jeito, simplesmente protestava veementemente comparando ações de governo.  Os privilégios impostos pela FIFA serão, com certeza, o episódio mais vergonhoso da história do Brasil.
Mas, a liberdade existe?
Vemos que entre nós as castas existem. Os párias são camuflados e tratados com esmolas. Não temos programas honestos de redenção cultural, social e até econômica do nosso povo, exceto a manutenção a qualquer custo dos fundamentos da política monetária, tão amada pelos banqueiros.
Mais ainda, os negociantes do dinheiro fizeram escola. Grandes redes comerciais aprenderam que lucram mais financiando do que vendendo à vista. E acreditamos nas maravilhas que fazem até desprezar marolas...
A famosa política brasileira, assim como a internacional, vive ao sabor de oligopólios muito bem camuflados.
Felizmente países mais sérios começam a travar empresas que, de qualquer jeito já devem possuir subsidiárias prontas para assumir seus lugares nos paraísos da liberdade da exploração do homem pelo homem (as mulheres sempre foram exploradas?).
As redes sociais vieram do céu. Descobriram o obvio, que os EUA monitoravam as redes, devem ter aprendido com os arapongas brasileiros.
Na vergonha fingida com certeza irão inventar bloqueios e censuras aqui mesmo.
Mas e a mídia comercial televisiva, a maior beneficiária dos acordos fifenses?
Os magnatas da imprensa querem ensinar a fazer manifestações e insistem em programações alienantes, imbecis, com raras exceções é difícil ver um bom programa. O que assusta é imaginar o que acontece na cabeça de nossas crianças e jovens. Estão sendo induzidos à prática da violência desde a infância.
Quando será obrigatório a venda de televisores com bloqueios de programas e canais?
A deseducação é um pesadelo e mídia em torno de produtos e costumes nocivos à população um pesadelo.
Quando teremos uma política de educação abrangente, com liberdade ponderada à sensibilidade das crianças, por exemplo?
Cascaes
16.8.2013



[i] Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Do grego dia (troca) e lekticós (apto à palavra) o termo dialética tem a mesma raiz de diálogo: troca de palavras. Enquanto método e enquanto filosofia, "a dialética é a ciência das leis gerais do movimento, tanto no mundo externo quanto do pensamento humano", segundo Engels. Ela é a estrutura contraditória do real. Através dela compreendemos que as coisas estão sempre em relação recíproca, nada acontece por acaso, tanto nos fenômenos da natureza como nas relações entre os homens. Nada pode ser entendido isoladamente, fora da realidade à sua volta. Tudo e todos pertencem a uma "totalidade dialética", isto é, fazem parte de uma estrutura.
Estudiosos como os frankfurtianos questionam um sistema que nega (no exato momento que o afirma ideologicamente) ao homem o direito à própria vida: biológica, social, intelectual, política, econômica etc. Conscientes do poder mistificador da ideologia, eles se revelam melancólicos na busca por um mundo melhor e mais justo, criticando, inclusive, a indústria cultural que é usada para manipulação das massas e para matar, na raiz, as legítimas manifestações culturais dos seres sociais. A melancolia decorre do poder de alienação do sistema que anestesia as consciências reificando o ser humano que se torna uma peça sem importância na engrenagem da máquina devoradora descrita por Kafka (A Colônia Penal-1919).
Superar a alienação significa acordar para a realidade em volta, compreendendo que toda realidade é fruto de uma realidade anterior que lhe deu causa, compreender que há um processo histórico na formulação de todas as realidades, de todas as políticas, de todas as atividades humanas. Discutir o processo, negar suas premissas para buscar a verdade legítima é a tarefa a que se propõe a "dialética negativa" em oposição à Teoria Positivista que confirma e legitima o sistema através da ideologia.

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