Estamos chegando à meia noite

Um barril atômico crescendo
Longe dos olhos, distante do coração, e assim as guerras e a violência sempre reaparecem de inúmeras formas, desde a prática de esportes absurdos até o rearmamento alucinado, devidamente acompanhados de discursos de fanáticos por isso ou aquilo.
A fuga de prisioneiros do Taliban assusta tremendamente. Eles e outros vivem sob comandos teocráticos. As Cruzadas agora têm outro formato e a Inquisição fez escola.
O cidadão comum não tem ideia do que poderá representar uma guerra nuclear entre países estratégicos. A interdependência, o mercado global será desmontado, paralisando até a produção de remédios, o comércio de alimentos, aparelhos essenciais etc.
Nossas grandes cidades e seus habitantes deveriam avaliar a fragilidade de suas existências, ou seja, no Hemisfério Norte ou na Ásia, onde acontecerem esses conflitos, todos serão afetados, no mínimo pela degradação ambiental.
Falamos de maneira egoísta, é a última fronteira de conscientização do que está acontecendo.
A lógica da vingança levou o Governo Bush, por exemplo, a usá-la para satisfazer seus interesses petroleiros. A impulsividade é extremamente conveniente aos donos do mundo...
Quem decide?
A Humanidade é uma espécie animal que se submete, a exemplo de grandes rebanhos, a alguns líderes e a padrões de comunicação, o ritual da informação e o exercício da força.
Nossa história de alguma racionalidade é recente. Alguns períodos de elevação cultural existiram até que, pelo meio do milênio passado, algumas propostas começaram a ganhar capilaridade.
Dois eventos foram extraordinários, a imprensa a partir de Gutemberg e a alfabetização para a leitura individual da Bíblia. No mundo ocidental podemos imaginar esse marcos que ganharam impulso adiante, falando de séculos de intervalos. Graças à universalização da educação, leitura e informação as pessoas agora, se alfabetizadas, podem participar, pensar e calcular os resultados de que acontece no mundo. Fazem isso?
E agora?
O desenvolvimento de armas mais e mais destruidoras mudou a face da Terra. As megalópoles, verdadeiras monstrópoles, aumentaram a fragilidade de todos nós. Os formigueiros humanos não protegem os autômatos modernos, devidamente vestidos de diplomas e tarefas.
Paralelamente o fundamentalismo religioso, econômico e o racial viabilizam um holocausto de dimensões imprevisíveis. Os minutos para a meia noite transformam-se em segundos.
A Humanidade aprende a se matar. Hollywood promove o EAD (Ensino a Distância) para o turbinamento de jovens no mundo inteiro. Os filmes agora têm efeitos especiais impressionantes, outros são criados com programas de computador que amplificam poderes e sentimentos assustadores, isso dá dinheiro para seus produtores...
Programas esportivos, religiosos e políticos usam e abusam das facilidades de comunicação para enraivecer gente entupida de hormônios e carente de instrução humanista.
Como mudar, corrigir rumos, retomar (se é que existiu algum dia) a lucidez?
É possível?

Cascaes
5.8.2013



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