Dia da Criança - Brasil 2013

No dia da criança, a responsabilidade dos pais e a competência dos educadores
Falta cadeia, a mídia pede mais policiais e carcereiros, a cidade aos poucos se transforma num campo minado à privacidade do cidadão. Até para entrar em condomínios simples tiram fotografias, filmam e registram dados de documentos do visitante. Caminhar pela cidade significa ser participante de “obras cinematográficas” usadas aleatoriamente, sem informação ao artista.
Dia da Criança no Brasil, ao gosto dos brasileiros é dia de festa. Que bonito, todos podem mostrar a educação cristã que receberam. Se os doadores morrerem após esse ato de caridade, quem deu presentes irá para o Paraíso com aplausos de anjos e arcanjos.
Vamos ouvir entrevistas e ler artigos de especialistas. Todos falarão da importância de tratar as crianças como se fossem objetos de amor sem responsabilidade, ou seja, a maioria. Educadores bem sucedidos, aqueles que casaram e tiveram e ainda têm filhos, mostrando o resultado de suas decisões e comportamentos ao longo da vida, com certeza poderão falar com propriedade acrescentando mais e melhores sugestões.
Profissionalizaram e criaram cursos para pais e mães. Gente cheia de diploma, muitas vezes sem ter filhos e, se tiveram, educaram mal (em alguns casos) estará ensinando a quem interessar possa a educar novas gerações de executivos e executores...
O fundamental é resultado.
No poder, no comando de nossas instituições encontramos gente que foi criança. Com certeza, pelo que sentimos, muitos foram tremendamente mal educados. As perversões intelectuais também podem explicar a alienação e/ou decisões desastrosas.
O Brasil está aí, cenário do crime organizado de alto a baixo. Os brasileiros aprenderam, com certeza com seus pais, a montar “esquemas”, fraudar concorrências, mentir, gerar filhos a granel para dizer que são “machos”e a viver de expedientes que só Fellini poderia mostrar melhor.
Esquecemos o principal indicador.
E os resultados? No Brasil que joga nos bolsos dos banqueiros fortunas incalculáveis e cria fortunas monumentais entre os capitães da mídia, isso sem falar nos cartéis e monopólios privados, em estruturas inúteis e corporações sadicamente alienadas, as crianças, enquanto infantis, quando poderiam ser educadas e salvas do desastre nacional, sobram nas ruas e praias, esperando a hora...
Aqui construir e manter estádios de futebol e equipar as cidades (inclusive com forças policiais contra o povo) é prioridade. A mídia se encarrega de imbecilizar o fanático que não questiona custos. O importante é o circo onde gladiadores modernos lutam para distração da plebe e gáudio do patriciado.
Creches? Estão faltando? Reduza-se o tempo, transforme-se os galpões em depósitos de crianças, merenda padrão, contrate-se professoras e professores desprezados e que deixaram seus filhos longe para compensar os pais de outros...
E aqui distribuímos medalhinhas, presenteamos o que não mais queremos, olhamos com piedosa compaixão os desvalidos pela sorte. A simpatia acaba quando essas crianças se transformam em pivetes, soldados das drogas etc.; se não estamos do lado daqueles que pagam para manter vícios doentios, queremos violência contra as crianças que abandonamos.
E nos prédios de luxo, arquivos de gente, encontramos pequenos seres humanos abandonados, sem amor e esperança, quando seus pais esqueceram suas responsabilidades. Que ricos pobres serão!
Entre quem pode hoje é o dia de dar presentes caros, talvez, frequentemente, para compensar o desprezo e abandono por aqueles que geraram...
Serão adultos, talvez tão ruins quanto muitos que agora mandam no Brasil. Culpa de quem? Poderia ser diferente?
Cascaes
12.10.2013





Comentários