Ucrânia X Rússia, e a Humanidade?

A ascensão da extrema direita e os riscos de uma hecatombe nuclear
Sacrifícios violentos a favor de deuses e causas marcaram a história da humanidade. Da veneração a deuses ao holocausto existiu um hábito ritual e religioso denominado “Hecatombe” que merece transcrição (Wikipédia) e muitas reflexões:
Hecatombe (do grego antigo ἑκατόμβη, composto de ἑκατόν "cem" e βοῦς "boi") era o sacrifício coletivo de muitas vítimas (não apenas bovinas) na Grécia Antiga. Etimologicamente, tem o significado de "sacrifício de cem bois" como o oferecido a Cónon depois da vitoriosa batalha de Cnido (em 394 a.C.). De acordo com Estrabão, os lusitanos ofereciam hecatombes ao modo grego; nas palavras de Píndaroofereciam uma centena de cada tipo. Por extensão de sentido, hoje o termo é aplicado a grandes catástrofes, com muitas vítimas, como genocídios ou eventos naturais como furacõesenchentes,terremotos, etc.
Uma importante citação pode trazer luz à aplicação prática da etmologia dessa palavra. No livro "França das Revoluções (1789-1799)" organizado por Michel Vovelle, lançado no Brasil pela editora Brasiliense, no texto "Terror", o autor, tratando sobre a Revolução Francesa, diz o seguinte:
"A lembrança do Terror, por mais sangrento que tenho sido, não pode fazer esquecer as hecatombes que foram a Inquisição, as dragonadas, a pavorosa repressão da Comuna de 1871, a qual, somente em Paris, fez mais de 20.000 vítimas, sem que precisemos lembrar as grandes eliminações coletivas da época contemporânea"(Olivier Blanc). Wikipédia

Os altares de pátrias suicidas esperam sacrifícios dantescos.
Mais uma vez a Humanidade se aproxima de um conflito imprevisível, talvez universal. Mais uma vez sentimentos de xenofobia, racismo, fanatismos atávicos e primários, típicos (neste caso) da “Extrema Direita”[1]contaminam povos capazes de mergulhar a Humanidade num conflito de consequências imprevisíveis.
Quando o “paraíso soviético” se desmanchou muitos países que o constituíam voltaram às suas origens, algumas delas típicas do século 18, outras mais aproximadas do império nazifascista.
A diferença daqueles tempos, para nós que dependemos de importações daquela região e agora do celeiro de trabalhadores “formiga” denominado China, é nossa fragilidade logística e até ambiental. Desde remédios a “artesanatos made in China” e vistos como feitos por aqui até remédios e artigos populares, eletrodomésticos e tecnologia para fazer junto com a Petrobras e outras empresas brasileiras o que devíamos ter competência para criar e produzir, dinheiro para pagar juros que não entendemos e impactos atmosféricos, tudo gera um pesadelo logístico, técnico, ambiental e científico assustador, mais ainda se o conflito gradativamente envolver outros países.
Rússia? Ucrânia? Qualquer guerra entre esses dois países enormes e com capacidades essenciais a muita gente, resultado de inúmeras riquezas desses países, irá afetar a Humanidade.
É privilégio deles a capacidade de se odiarem?
Aqui no Brasil vimos o episódio dantesco da guerra entre torcidas em Joinville. Não eram traficantes de drogas, latifundiários enfrentando ocupações, guerra religiosa, era tudo simplesmente uma briga entre fanáticos torcedores de times de futebol formados por jogadores profissionais, ou seja, mais um tempo e os mesmos jogadores poderão estar de camisas trocadas. Nietsche tinha razão?
A lógica do “o que é meu é intocável” assusta e é talvez o maior estimulante para a destruição da própria Humanidade. A primariedade de gente em qualquer situação social e cultural é uma realidade que precisamos enfrentar para reeducar e preparar futuras gerações para serem refratárias ao egoísmo radical usando e aplicando a inteligência com mais rigor.
A Humanidade precisa de bons resultados, muito mais do que rezas, torcidas e aparências.
Nossa sociedade é formada para gerar diferenças que aparecem nos diplomas, medalhinhas, etiquetas, direitos e alguns deveres de pessoas raramente merecedoras de destaque e frequentemente incompetentes, algo sensível quando ultrapassam o nível de capacidade que suas atribuições lhes impõem. A mediocridade cria suas regras de autopromoção. O pesadelo aparece quando lideranças primárias ou com alguma patologia intelectual agressiva conquistam cargos poderosos.
O fanatismo religioso e o ideológico entronizam seus profissionais assim como oligarquias fazem de tudo para governar o mundo.
O pesadelo explode sobre nossas cabeças quando admitem e promovem a destruição guerreira como instrumento de imposição de suas vontades. Talvez acreditem na eficácia de seus abrigos nucleares, o que até seria uma forma de dar algum senso de realidade a filmes e livros de ficção que tratam dos seres humanos no futuro, sempre guerreando, super-heróis armados de pistolas e fuzis de raios etc. e tribos selvagens, desfiguradas e capazes de tudo.
O que acontece na Ucrânia é assustador; esperamos que tenham competência para renunciar a frases de efeito, hinos patrióticos e motivações odiosas e encontrem um acordo que pacifique a região.
Muitos países ensandecidos só esperam uma oportunidade de fragilidade das grandes potências para iniciarem suas guerrinhas, talvez gastando alguns foguetes e bombas atômicas.
Em tempo, no Brasil estamos sendo obrigados a conviver com outro tipo de grupos criminosos. O crime organizado, com muitos tipos de colarinho, camisetas e armamentos e aproveitando a fragilidade de nosso povo desarmado impõe suas vontades...
Ou seja, existem muitos tipos de guerras. Aqui relutamos em aceitar o fato de estarmos sendo agredidos e perdendo a luta contra bandidos que simplesmente adotaram teses semelhantes àquelas da “Extrema Direita” ou da hierarquia das ditaduras “de esquerda”, autoqualificando-se como acima da Lei e da Ordem, do Bem e do Mal.

Cascaes
5.3.2014






[1] A extrema-direita (também conhecida como ultradireita ou direita radical) refere-se, dentro do conceito da existência de uma esquerda e direita, ao mais elevado grau de direitismo no espectro ideológico. A política de extrema-direita envolve o apoio de uma forte ou completa hierarquização social da sociedade, e apoia a supremacia de certos indivíduos ou grupos considerados naturalmente superiores que seriam mais valorizados do que aqueles considerados inatamente inferiores.

A defesa da extrema-direita da supremacia é baseada no que seus adeptos veem como características inatas de pessoas que não poderiam ser alteradas Estas se destacam como um diferencial, com atribuição de comportamentos da centro-direita, tais como preguiça ou decadência, como as principais fontes de desigualdades sociais. A centro-direita - ao contrário da extrema direita- alega que as pessoas podem acabar com sua inferioridade comportamental através da mudança de seus hábitos e escolhas.

A extrema-direita original, que surgiu na França após a Revolução Francesa, se recusou a aceitar a República Francesa e apoiou uma contrarrevolução para restaurar a monarquia francesa e a aristocracia. A extrema-direita é comumente associada com pessoas ou grupos que possuem nacionalismos extremados, xenófobos, racistas, fundamentalistas religiosos ou visão reacionária. Muitos movimentos de extrema-direita têm buscado a opressão e genocídio contra grupos de pessoas com base na sua suposta inferioridade.

Os defensores da teoria da ferradura interpretam o espectro de esquerda-direita identificando a extrema-esquerda e a extrema-direita, como tendo mais em comum entre si, como extremistas, do que cada um têm com os centristas moderados.

As políticas de extrema-direita geralmente inclui autoritarismo, anticomunismo e o nativismo. Muitas vezes, o termo "extrema-direita" é aplicado a fascistas e neonazistas, e os principais elementos do fascismo têm sido considerados claramente como de extrema-direita, como a sua crença de que pessoas supostamente superiores têm o direito de dominar a sociedade enquanto se purga elementos supostamente inferiores, e - no caso do nazismo - genocídio de pessoas consideradas inferiores. Reivindicações de que um grupo superior deve ter proporcionalmente mais direitos do que as pessoas inferiores são associadas às vezes com a extrema-direita. A extrema-direita tem historicamente favorecido uma sociedade elitista, baseada na crença da legitimidade do domínio de uma minoria supostamente superior sobre as massas inferiores. As políticas da extrema-direita geralmente envolvem posturas anti-imigração e anti-integração contra grupos que são considerados inferiores e indesejáveis. Com relação as medidas sócio-culturais (cultura, nacionalidade e migração), uma posição de extrema-direita poderia ser de opinião de que certos grupos étnicos, raciais ou religiosos deveriam ficar separados, e que os interesses do próprio grupo devem ser priorizados. Wikipédia

Comentários