Acessibilidade, Segurança e funcionalidade da Rodoferroviária em Curitiba

A Rodoferroviária em Curitiba – o desafio da Acessibilidade e Segurança
Equipamentos urbanos de grande porte podem ser laboratórios de cidadania e modelos do que de melhor existir para garantia de acessibilidade e segurança de seus usuários, principalmente se existentes em uma cidade tida e havida como exemplo de bom urbanismo, algo de que seus habitantes se orgulham e seus líderes propagam.
Após longos e sofridos anos de reformas que pareciam intermináveis, a Rodoferroviária foi entregue a seus usuários. Melhorou muito? Sim, estava precisando de correções, mas não foram completas, ou essa foi nossa impressão prematura.
Nós a visitamos (1) atentos ao que agora a rodoviária de Curitiba (interurbana, interestadual) oferece e ficamos decepcionados com seus aspectos de inclusão e detalhes de mobilidade e segurança para os idosos e as idosas, pessoas com deficiência(s) permanente ou transitória e até sua adequação operacional.
Materializamos nossa preocupação com uma solicitação formal de auditagem ao Ministério Público do Paraná (2) e solicitações a colegas de luta para visitas atentas a detalhes de acessibilidade e segurança da Rodoferroviária. Para quê?
Evidentemente esperamos que sua administração corrija erros e a aprimore e que seja para nós mais uma oportunidade de aprendizado e desenvolvimento de tecnologia.
O desafio da inclusão universal é tão grande quanto nosso planeta, onde podemos descobrir situações ótimas, boas, regulares e péssimas. O que nos assusta é a adoção de padrões hostis, coisa para enfeitar ou “respeitar tradições”, mas excludente e perigosa.
Viajando pelo mundo sentimos que os grandes terminais de passageiros estão longe de atender padrões razoáveis a favor das pessoas mais velhas e PcD. No mundo das grandes multidões em trânsito e que mergulha na violência o essencial é saber se algum assassino está entre os passageiros. Lamentavelmente a selvageria de fanáticos colocou o respeito ao ser humano em segundo plano. Precisamos aceitar isso?
Não, com certeza devemos resgatar valores perdidos contra os terroristas e a lógica do menor preço, imperante em todos os serviços, principalmente no Brasil, onde a boa Engenharia, Urbanismo e civilidade deram lugar à demagogia e leis obtusas e mal aplicadas. Foi até um choque intelectual, por exemplo, receber os cadernos de encargos da FIFA que, de acordo com sua visão, determinou padrões de qualidade que custamos a aceitar.
Moramos no Paraná, quem não tem alguns privilégios do poder material e político é obrigado a usar o transporte coletivo rodoviário. Podemos, portanto, pedir e exigir qualidade não abusiva em nossas rodoviárias.
A Rodoferroviária de Curitiba não vai durar muito tempo por ali, afinal sua localização será um problema dentro de dez ou vinte anos, a menos que outros terminais sejam feitos para uma melhor distribuição do trânsito que ela atrai. Ótimo, bem perto de nós será fácil visitá-la regularmente e acompanhados de especialistas avaliar seus ajustes a nosso favor.
Criaram, pois, um laboratório que desde universitários até militantes da causa (inclusão, segurança) poderão avaliar e até fazer os tão queridos papers e dissertações.  Vale a pena!

Cascaes
8.7.2014
1. Cascaes, João Carlos. A Rodoferroviária de Curitiba em junho de 2014 . Quixotando. [Online] 20 de 6 de 2014. http://www.joaocarloscascaes.com/2014/06/a-rodoferroviaria-de-curitiba-em-junho.html.

2. —. Acessibilidade na Rodoferroviária em Curitiba - a necessidade de ajustes. Comissão de Acessibilidade do Lions Clube Batel. [Online] 5 de 7 de 2014. http://comissao-de-acessibilidade.blogspot.com.br/2014/07/acessibilidade-na-rodoferroviaria-em.html.

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