Dia de luto e reflexões sobre o Brasil

Espetáculos esportivos e prioridades reais
A prática do esporte é algo necessário, importante ao desenvolvimento do ser humano. O esforço para desenvolver habilidades, a submissão a regras e normas e finalmente as disputas educam e podem auxiliar o desenvolvimento dos jovens, atualmente confinados em fábricas de operários e profissionais robotizados.
No Brasil, graças às suas praias e várzeas e ao clima favorável ao ambiente externo o futebol ganhou a preferência de nosso povo, e com ele muitas vitórias e derrotas.
8 de julho de 2014 entra para a história do Brasil como uma data de luto (sem luta) e extrema decepção. Talvez possa, se ao longo dos próximos anos pesquisas e investigações forem feitas para valer e se tornarem públicas, esclarecer detalhes que desprezamos na alegria de ver uma sucessão de espetáculos que mostraram o Brasil ao mundo inteiro. Temos problemas, mas suportamos também nossas elites e seus desvios, que maravilha, ou vergonha?
Falar mal de alguma pessoa, classe ou categoria profissional é uma catarse pouco inteligente.
O que realmente prevalece é a natureza humana e suas taras e virtudes.
No Brasil precisamos avançar muito para, por exemplo, atender protocolos, compromissos, acordos etc. assinados com toda a pompa e circunstância em ambientes da UNESCO. Espantosamente desprezamos até nossos pedestres, ainda não descobrimos que o cidadão que caminha merece atenção. Crianças? Se forem pobres, que se danem. Onde estão as creches, as escolas, os professores com bons salários e motivados em salas de aulas decentes? Na saúde estamos importando “médicos” (pagando regiamente ao governo que os libera). Segurança? Quando algo funciona desmontam, o essencial é cuidar dos bairros mais ricos.
O ser humano demora muito para desenvolver habilidades reais de gerenciamento, mas aqui, no ambiente dito “político administrativo”, os postos estratégicos são distribuídos entre capatazes de “partidos” políticos. O resultado pode ser exemplificado com o caos em torno da energia elétrica, algo dantesco. Até hoje o Governo Federal não acionou esquemas de mídia a favor da racionalização do uso da eletricidade, a produção a qualquer custo é a regra para adiante os consumidores pagarem a conta. Só isso seria motivo de uma tremenda polêmica nacional se nossa gente não estivesse entorpecida pelas grandes redes de comunicação que agora também faturam com o horário político.
Os alemães prestaram um serviço aos brasileiros, mostraram que o sonho estava equivocado. A Polícia Federal poderá fazer o resto do trabalho, aliás, que orgulho agora temos dessa instituição.
Por enquanto o desafio é consolar nossas crianças e jovens, sem maturidade, talvez, para suportar tanta tristeza.

Cascaes
9.7.2014



Comentários