Momentos de reflexão e ações a favor da liberdade

Ditaduras em promoção
O governo desastrado sob o qual vivemos (em diversos níveis) está viabilizando o renascimento de sonhos ditatoriais e até estimulando mais leis e estruturas de manipulação da população. Parece que nosso povo esqueceu os diversos períodos de exceção, aliás, viabilizados porque nascemos assim para facilitar a expropriação e extermínio de povos, lideranças, propriedades naturais, cultos e crenças antigas dos povos pré-colombianos existentes aqui e de escravos vendidos por seus conterrâneos na África. A intolerância atingiu seu paroxismo no Início da República Velha[1] (1) e de tempos em tempos reaparece com outros figurinos. Com certeza a estupidez e a frieza dos conquistadores viabilizaram um grande país; aqui e no mundo inteiro isso aconteceu e ainda existe.
Precisamos, contudo, de estabilidade e racionalidade, não há mais razões para a intolerância e o radicalismo. Felizmente o conhecimento e a tecnologia permitem viver em paz. Mas, no Brasil, as tentações são enormes, mais ainda diante da desfaçatez de governantes e políticos que, acintosamente, manipularam leis, decretos e processos de cooptação para que nada mudasse, apesar do grito de revolta de 2013 (junho).
Precisamos de novas propostas de organização do Estado (2) e não apenas o retorno a períodos sombrios ou à imitação de caudilhismos vergonhosos.
Quem viveu com intensidade nossa história recente sabe como o povo se enganou diversas vezes, sim, enganou-se escolhendo paradigmas errados. Os mais velhos (como é o meu caso) sabem quantos amigos e amigas perderam em lutas ingênuas e os que sobraram, em sua maioria, viraram “companheiros” sem qualquer lógica ou compromisso com os tempos de luta. O corporativismo e o companheirismo venceram e a mediocridade parece ser norma geral, ou esperteza?
A mídia internacional e processos de doutrinação de jovens endeusaram figuras sanguinárias à direita e esquerda. Moderação não vende, não promove, não dá cartaz, não tem charme entre o grande público consumidor.
Novos fatos apareceram com força. No Brasil agora temos “movimentos sociais” patrocinados pela leniência de governos sedentos de milícias. O sucesso de falastrões pegou. Para esquecer fracassos nada melhor do que inventar inimigos e heróis. Ou então simplesmente distribuir esmolas, Eva Peron fez escola.
Gradativamente ficamos reféns de criminosos que cobram taxas de segurança ou pedem agradinhos para distribuírem em nome deles (oficiais e oficiosos).
Com força ilimitada o crime organizado entra em todos os espaços que nossos governantes, muitos sem a garra de seus ancestrais, aceitam tacitamente. Ficamos perplexos com informações “off record” de subordinação a organizações criminosas.
A violência da Lei é total contra os mais fracos enquanto comandantes do tráfico e outros crimes só agora começam a sentir o peso da Polícia Federal, que nos enche de orgulho sendo (ainda) relativamente independente.
Assustador mesmo é sentir a idolatria a ditadores; podem ser necessários, Roma viabilizava tiranos até que generais mais fortes gostaram do estilo e o tornaram permanente.
Precisamos aprender e amar a liberdade. Criar um estado racional (ou mais estados (2)) e trabalhar para a otimização e pacificação de nossos povos e leis.
Dentro das fronteiras do Brasil existem riquezas imensuráveis que podem servir aos brasileiros, tudo depende de sua independência em relação aos donos do mundo financeiro. Capitalista? Sim, assim são todos, vermelhos, azuis, brancos, amarelos etc. O dinheiro e o conceito de propriedade foram e são extremamente úteis à Humanidade, ensejando progressos necessários e mais do que suficientes para alimentar, vestir, cobrir, divertir etc. todos os seres humanos. Também viabilizaram a indústria da guerra. Agora e sempre os grandes manipuladores do dinheiro trabalham para aumentar de qualquer jeito suas riquezas (3). É estranho não ver a ONU promovendo o bloqueio total do comércio de armas entre nações beligerantes...
Governantes são seres humanos, erram e acertam. Esperamos que o resultado das eleições tenham mostrado a essas pessoas onde erravam ou acertavam, mais ainda, apesar de ridículos, os debates tenham contribuído para revisões de planos e posturas.
Após o show de “esperteza” que foi a última eleição realizada no Brasil, diante do que produziu, sonhamos com ajustes positivos que dependem da boa vontade (ou medo) dos Três Poderes.
Não podemos esquecer que os partidos a favor e contra o Governo fizeram-se de surdos diante do quadro podre existente. A pantomima aconteceu talvez na mútua promessa de aceitação do que desse e viesse.  Seria importante avaliar, entretanto, o significado das abstenções, com certeza uma análise desse segmento e dos demais, militantes ou não, viabilize um diagnóstico profundo e necessário da “democracia brasileira”.
Sob aspectos de Engenharia e outros, principalmente em serviços essenciais, vimos e estamos sentindo os efeitos de teses defendidas pelos partidos neoliberais; nas estatais a eterna corrupção e clientelismo, ou seja, o que seria o ideal para nós brasileiros?
Precisamos corrigir comportamentos; se os políticos são mais atentos aos resultados das eleições sentirão que poderão conquistar o coração de todos nós, bastará uma boa dose de competência e honestidade...
Precisamos, contudo, lembrar o pecado original de muitos de nós: a omissão.
O que agora aparece em letras garrafais na mídia não era segredo para muita gente “boa”. Na Petrobras, por exemplo, nas suas muitas diretorias e conselhos existia um time capaz de sentir, pensar e reagir...
O que houve? Há muito tempo os erros de gerenciamento de nosso país são notícia, por que só agora viraram motivo de tanta raiva? O que pretendem, de lado a lado, com as crises que enfrentaremos?
O Brasil precisa mudar, para melhor.
Cascaes
2.11.2014
1. Lhosa, Mario Vargas. A guerra do fim do mundo. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/2014/08/a-guerra-do-fim-do-mundo.html.
2. Cascaes, João Carlos. O irredento. [Online] http://o-irredento.blogspot.com.br/.
3. —. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.







[1] A primeira República Brasileira, normalmente chamada de República Velha (em oposição à República Nova, período posterior, iniciado com o governo de Getúlio Vargas), foi o período da história do Brasil que se estendeu da proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, até a Revolução de 1930 que depôs o 13º e último presidente da República Velha Washington Luís. Nesse período o Brasil foi nomeado de Estados Unidos do Brasil, o mesmo nome da constituição de 1891, também promulgada nesse período.
A República Velha é dividida pelos historiadores em dois períodos. O primeiro período, chamado de República da Espada, foi dominado pelos setores mobilizados do Exército apoiados pelos republicanos, e vai da Proclamação da República do Brasil, no 15 de Novembro de 1889, até a eleição do primeiro presidente civil, Prudente de Moraes. A República da Espada teve viés mais centralizador do poder, em especial por temores da volta da Monarquia, bem como para evitar uma possível divisão do Brasil.
O segundo período ficou conhecido como República Oligárquica, e se estende de 1894 até a Revolução de 1930. Caracterizou-se por dar maior poder para as elites regionais, em especial do sul e sudeste do país. As oligarquias dominantes eram as forças políticas republicanas de São Paulo e Minas Gerais, que se revezavam na presidência. Essa hegemonia paulista e mineira denomina-se política do café com leite, em razão da importância econômica da produção de café paulista e de leite mineiro para a economia brasileira da época.
Fonte Wikipédia

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