Brasil em emergência, por quê?

Pura emergência e bons negócios
A situação dos reservatórios das hidrelétricas na Região Sudeste é assustadora. O racionamento é quase inevitável diante do atraso em obras extremamente importantes e o clima perverso, verticalização das cidades, insegurança cobrando mais luz, trabalho noturno etc. que exigem mais e mais energia. O nível dessas bacias de água caiu demais sem que nossas autoridades federais atuassem para racionalizar o consumo, ao contrário, embarcaram em campanhas para diminuição das tarifas e mataram as concessionárias federais, que agora poderiam ser vetores de investimentos essenciais.
A gestão temerária do Setor Elétrico custará uma fábula de dinheiro ao povo brasileiro, muito mais que as dezenas de bilhões de reais que pagaremos via aumento de tarifas, agora, depois das eleições. O travamento econômico é um efeito maldito e de contabilização difusa, a serviço de nossas autoridades monetárias.
Pior ainda, quanto tempo o Brasil precisará para voltar ao normal?
À medida que a diferença de nível entre montante e jusante, tomada d’água e nível de saída desse líquido precioso diminui o rendimento das turbinas diminui, é necessário mais água por MWh produzido (atenção: energia e não potência).  A quantidade de água para a normalização das regiões atingidas pela estiagem é colossal. Temos algum dilúvio agendado por São Pedro?
Paralelamente o fiasco monumental no abastecimento de água potável de grandes cidades, São Paulo [ (1), (2)] como exemplo inacreditável (3). Sem tratamento de esgoto adequado até metrópoles atravessadas por rios e ribeirões (poluídos, degradados) entram em clima de desespero. Onde estavam os famosos especialistas e suas autoridades?
Para quem é apaixonado pelo Brasil o que acontece em nosso país é desalentador, humilhante, extremamente triste. Que democracia é essa que entroniza tantos incompetentes?
O fundamental agora é agir rápido, procurar racionalizar nossa legislação absurdamente confusa, criar um comitê de legisladores, juristas e engenheiros para encaminhamento urgentíssimo de propostas de ajustes e soluções emergenciais, propostas que sejam aceitas pelos que acham que entendem e podem assustar seus subordinados.
O que duvidamos é da capacidade de governantes alienados se disporem a agir energicamente para que saiamos dessa crise no menor tempo possível.
Queremos soluções e de nada servirá simplesmente polemizar, declarações patéticas, tolas.
Aerogeradores, por exemplo, podem ser feitos no Brasil com tecnologia quase 100% nacional desde que os leilões para instalação dessas unidades aconteçam em curto prazo se os ajustes em nossa legislação forem feitos. Hoje, dia 25 de janeiro, mais uma vez vemos reportagens [ (4), (5), (6)] que não deveriam ser novidade, o assunto é velho.
Grandes instalações atrasadas? O que atrapalha? Absorção imediata das empresas que se meteram de pato a ganso por outros grupos técnicos e econômicos mais capazes.
Saneamento básico? Estão esperando o quê? Medo de aumentar tarifas? Ou falta de seriedade e competência estão ainda deixando volumes extremamente valiosos de água mais e mais poluídos?
Ocupação de áreas de preservação ambiental, seja qual for a motivação, deve merecer ação instantânea antes que consolide a presença humana onde ela é impossível.
Com certeza precisamos de imensos e bons programas de habitação, o Banco Central deixa ou agora quer simplesmente atrair negociantes e empreendedores estrangeiros?
Temos inflação, seria impossível não existir inflação. Aumentar os juros para que nosso povo passe fome? A estiagem colossal que se abate sobre o Brasil deve ser ignorada?
O que fazer já para não sermos engolidos por uma crise que atrasará o Brasil por mais uma década e pulverizará milhões de postos de trabalho?

Cascaes
25.1.2015

1. VALLONE, GIULIANA. Medidas de curto prazo podem ajudar a conter crise da água em São Paulo. Folha de São Paulo. [Online] http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/204594-medidas-de-curto-prazo-podem-ajudar-a-conter-crise-da-agua-em-sao-paulo.shtml.
3. G1 São Paulo. Cantareira completa 2 semanas seguidas de queda em suas represas. G1. [Online] 25 de 1 de 2015. http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/01/cantareira-completa-2-semanas-seguidas-de-queda-em-suas-represas.html.
4. Carvalho, Gibson e Fred. RN tenta superar obstáculos para explorar potencial da energia eólica. G1. [Online] 25 de 1 de 2015. http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2015/01/rn-tenta-superar-obstaculos-para-explorar-potencial-da-energia-eolica.html.
5. Carvalho, Felipe Gibson e Fred. 'O vento me dá dinheiro', diz dono de fazenda com torres de energia eólica. G1. [Online] 25 de 1 de 2015. http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2015/01/o-vento-me-da-dinheiro-diz-dono-de-fazenda-com-torres-de-energia-eolica.html.
6. —. Cidades no RN tentam manter ganho econômico vindo da energia eólica. G1. [Online] 25 de 1 de 2015. http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2015/01/cidades-no-rn-tentam-manter-ganho-economico-vindo-da-energia-eolica.html.






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