Em 13 de abril de 2015 - um dia de festa




Opções de vida e o casamento
Um dia desses fui qualificado como sendo covarde por escolher minha família como prioritária em minha vida particular, social, política etc. Tenho, contudo, a convicção de que fiz a opção justa e necessária, mais ainda lembrando o destino e a vida daqueles que pensaram de forma diferente.
Naturalmente todo ser humano livre pode e deve escolher seu caminho, o essencial é fazê-lo bem de modo a não se arrepender mais adiante.
Ao longo da vida passamos, entre outras situações, pela visão dos “arrependidos” na telinha de sistemas nacionais de mídia, militantes de causas políticas que devem lamentar até hoje, se vivos ainda, esses momentos de fraqueza. Outros, para não enfrentarem a tortura condenaram ao suplício companheiros de luta, ou seja, escolheram um meio de vida que não suportariam. “Geraldo” que o diga...
Erraram, falharam, por quê?
Errar é humano, educar bem é divino.
Nascemos com um padrão que recebemos de nossos ascendentes e chegamos ao mundo tais como folhas em branco de qualquer tipo de papel (existem papeis de linho, cânhamo, eucalipto, pinheiro etc.), mas que podem ser usadas para tudo, inclusive para belas poesias.
Nossos pais são a primeira e mais importante base de nossa formação, daí a importância da paternidade que impõe a todos que acreditam no significado dos filhos uma condição de vida de sacrifícios e alegrias. As crianças não escolhem onde, quando, como e de quem nascer, a infância (a creche, a escola, as ruas...), não se impõem aos pais, são dependentes e obras do carinho (ou não), dos exemplos, da cultura familiar acima de tudo.
Felizmente tivemos (falando de meus pais) um modelo exemplar de respeito e educação, cultura e trabalho, honestidade e seriedade. Graças a eles, que trabalhavam dia e noite, pudemos ter algum sucesso na vida complicada para quem foi jovem na década de sessenta do século passado. Da. Francisca cuidava da casa (e muito bem), bordava para uma loja em Blumenau (era uma artista com muitas habilidades especiais) nos anos quarenta e cinquenta, o Sr. Pedro Cascaes cuidava e trabalhava para nós e seus irmãos e irmãs, zelava carinhosamente pela mãe em Florianópolis sem esquecer os sogros para quem Da. Chica mandava mensalmente uma caixa cheia de alimentos, isso sem falar na casa feita com muito sacrifício em Florianópolis para eles viverem... Até poucas horas antes de falecer (de câncer em 1966) ele me perguntou 3 vezes durante a noite precedente e o dia que terminou com sua morte o que fazia ali, por que não estava em Itajubá estudando. Quem lição!
Ou seja, se aprendemos não sabemos, ninguém é bom juiz em causa própria, mas hoje, 13 de abril, completamos mais alguns anos de um único e longo casamento que já nos deu filhos, netos e bisnetos.
A vida de um casal tem períodos bons e maus, isso é próprio de pessoas com vontade própria, mas se gera descendentes a responsabilidade é imensa e só pode ser alterada em casos extremos.
A sociedade em geral cobra atitudes que lhe interessam, mas quem realmente queremos?
Ao envelhecer vamos sentindo os efeitos da vida que escolhemos e lembrando os inúmeros desafios enfrentados; é bom quando o saldo é positivo e podemos nos abraçar e dizer um para outro: valeu a pena, foi bom e gratificante vivermos juntos.

Cascaes
13 de abril de 2015


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