Querendo entender o Brasil

Que povo é esse?
Que país é esse? A frase desmoralizada por um político servil dos tempos da última ditadura e um tecnocrata arrogante e corrupto recente chocaram os brasileiros. Por quê? Não merecem uma resposta adequada?
“Nosso” país foi criado, mantido e transformado para a manutenção de privilégios execráveis, típicos da época. Espertamente seus organizadores dividiram privilégios entre corporações e instituições sedentas de pompa e circunstância, além é claro, de bens materiais. Mais antigamente essas organizações eram bem definidas, o ser humano comum mantido na ignorância só ouvia e sabia o que chefes mais próximos diziam. As grandes revoluções começaram em metrópoles da época, lugar de ajuntamento de pessoas, facilitando a comunicação.
No início dos tempos modernos o telégrafo, grandes templos e quarteis, chão de fábricas e ajuntamento de agricultores, praças imensas e quarteirões habitados por pessoas mais esclarecidas foram (e ainda são em muitos países) lugares de efervescência de paixões e fanatismos que mudaram a história de seus povos.
Não podemos nunca esquecer a importância da invenção da imprensa (1) em linguagens correntes e simples assim como a obrigação de ler a Bíblia (2), algo que estimulou a arte de ler e escrever.
A evolução dos meios de comunicação trouxe o refinamento da mídia que assim se transformou a Mídia no quarto poder. Propagandas permanentes e muito bem feitas criam estudos e modismos, inclusive políticos.
Estamos em tempos de transformação dos meios de comunicação, mas ainda passíveis de doutrinações perigosas. No Brasil o atraso cultural e o desprezo pelas crianças e jovens forma algo deplorável que mais ainda certamente levará alguns a exclamarem: que país é esse?
O pesadelo não se limite a formalismo e prolixidade do Poder Judiciário, um desafio mundial  (3) e nacional (4) sempre atento às oportunidades de criação artificial de processos e atividades para seus profissionais.
Em quase todas as atividades nacionais, falando do que temos contato, a complexidade artificial de qualquer atividade cresce sem parar, sem falar de exigências até ridículas a partir de novas atividades mal (ou más) regulamentadas.
O que é pior é o desprezo pelo óbvio, a manutenção de instalações, cidades, famílias, a vida. Desde a operação de escolas até a vigilância e aprimoramento de universidades, educandários e creches estamos nos afastando do que o conhecimento humano mais avançado recomenda: qualidade e universalidade.
A origem disso tudo onde se encontra? Que país é esse? Será grande demais? Sua classe dirigente estará longe demais de seus eleitores?
Em termos planetários os exemplos não faltam.
Mais dois acidentes assustam, na França um avião alemão (e não de um país atrasado) caiu nas mãos de um piloto (5) que provavelmente era suicida, tinha síndrome do pânico e medo das alturas, enquanto no Brasil em Santos um depósito de combustíveis queima (6) provavelmente após diversas falhas que talvez sejam esclarecidas por inquéritos técnicos bem feitos. Temos organização em condições morais e técnicas para fazer isso, aqui e na Europa?
Queremos e podemos também viver num mundo melhor apesar dos fanáticos criminosos, o que fazer?
Existimos no Brasil, aqui o desastre é da democracia, uma forma de gestão apodrecida e desmoralizada por todos os brasileiros. A Operação Lava Jato e outras mostram que precisamos de reformas, ajustes etc. com o máximo de cuidado e inteligência. Prender crianças não é a solução num país em que os adultos mais parecem corsários (tem diplomas que os liberam a fazer suas incríveis maldades) entre nós... aliás, não seria uma tentativa de mudança de foco o que o Congresso Nacional coloca em pauta?
Queremos, precisamos, desejamos que nossos descendentes amem o que talvez algum dia seja NOSSO país, um Brasil sério, feliz, terra de gente bem sucedida a partir de um quadro institucional bem feito.
Cascaes
6.5.014

1. Santana, Ana Lucia. Surgimento da imprensa. Info-Escola. [Online] [Citado em: 5 de 4 de 2015.] http://www.infoescola.com/comunicacao/surgimento-da-imprensa/.
2. —. Igreja Luterana. Info-Escola. [Online] 5 de 4 de 2015. http://www.infoescola.com/religiao/igreja-luterana/.
3. Melo, João Ozorio de. Em decisão, Suprema Corte dos EUA exige simplicidade nas petições. Consultor Jurídico. [Online] 5 de 4 de 2015. http://www.conjur.com.br/2015-abr-05/suprema-corte-eua-exige-simplicidade-peticoes?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook.
4. Nalini, José Renato. Excesso de normas não faz do nosso país o mais justo do planeta. Consultor Jurídico. [Online] 5 de 11 de 2014. http://www.conjur.com.br/2014-set-03/renato-nalini-excesso-normas-nao-faz-brasil-pais-justo.
5. Segunda caixa-preta confirma ação deliberada do copiloto na queda do avião. uol notícias. [Online] [Citado em: 5 de 4 de 2015.] http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2015/04/03/segunda-caixa-preta-confirma-acao-deliberada-do-copiloto-na-queda-do-aviao.htm.
6. ncêndio em área industrial na Baixada Santista. G! [Online] [Citado em: 2015 de 4 de 2015.] http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/ao-vivo/2015/incendio-em-industria.html.







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