Maturidade política


Não é simples avaliar lideranças que vivem em ambientes totalmente diferentes em que estamos, mas em um país relativamente democrático é essencial o aprimoramento da percepção daqueles que pretendem conquistar nosso apoio e voto.
Naturalmente temos muitos critérios de escolha de lideranças, o que devemos estar atentos, contudo, é para a responsabilidade e atribuições a que os políticos vão sendo submetidos à medida que sobem em suas carreiras.
Os ideais democráticos são recentes, mais ainda em países com tradição autocrática. Ditaduras, monarquias absolutistas, divisão de classes com direitos e deveres diferentes, fundamentalismo em geral e intolerância ainda marcam o comportamento de bilhões de seres humanos, ou seja, é uma situação de risco considerável, se lembrarmos que a Terra exige cuidados especiais, mais ainda seus habitantes racionais ou não.
E a maturidade política?
No Brasil tivemos estadistas, lideranças formidáveis (em todos os sentidos desse adjetivo[1]). Podemos apontar personalidades de destaque nacionais, estaduais e locais com virtudes e defeitos (a critério do ponto de vista, sempre lembrando que ninguém é bom juiz em causa própria), mas decisivas na formação de “nosso” país.
Na escalada política é fundamental saber quem merece crescer ou desaparecer ou simplesmente permanecer em cargos intermediários.
Para avaliação de méritos e defeitos podemos usar um artifício matemático: a demonstração por absurdo, ou seja, observando como nossos políticos reagem quando expostos a situações extremas. Diante da crise nacional criada na maioria dos casos pelos líderes que desprezaram a boa gerência a favor da demagogia, no Brasil os cenários extremos estão acontecendo e revelando aqueles que realmente são competentes e os demais, infelizmente não raramente muito abaixo do nível em que deveriam estar.
Nosso modelo institucional é ruim e cria oportunidades perigosas, estamos passando por um período da nossa história extremamente delicado, frágil e complexo. Nosso “navio” enfrenta marolas, tempestades, tornados, vulcões etc. Vamos sobreviver?
O que é triste é saber que vivemos num país maravilhoso e que não mereceria tantas bizarrices políticas e administrativas. Talvez estejamos colhendo o fruto da deseducação midiática, política, escolaridade incompleta e sem atenção para questões importantes, atavismo fatalista e aristocrático, despreparo para a cidadania, enfim.
Com certeza há muito a ser feito e desenvolvido, o que preocupa, principalmente pensando em nossos descendentes, companheiros e companheiras, brasileiros e brasileiras é se sobreviveremos e trilharemos bons caminhos.
Para isso precisamos identificar lideranças expressivas e capazes de corrigir erros que se transformam em potenciais de tragédias materiais e políticas.
A esperança de correções é grande pois vemos, finalmente, o Poder Judiciário e o Ministério Público em ações de moralização diante de fatos surpreendentes. Não é suficiente, contudo. O aprimoramento do processo político e a educação para a cidadania são demandas urgentes. Talvez o resultado da truculência e equívocos de nossos chefes acelerem a evolução dos eleitores. Poderemos avaliar isso nas próximas eleições (na esperança de que bons marqueteiros não coloquem suas capacidades a serviço dos piores...).
Estamos em situação crucial no caminho a favor da liberdade.

Cascaes
2.5.2015




adj. Excelente ou fantástico; que merece admiração pela sua excelência: espetáculo formidável.
Impressionante; capaz de impressionar: um cantor formidável.
Enorme; cujas dimensões são excessivas.
Uso Antigo. Que causa medo ou pavor; assustador.
(Etm. do latim: formidabilis.e)






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