Dilema ou pesadelo brasileiro






Dilema brasileiro
O nosso povo deve estar se sentindo de forma semelhante a de passageiros de algum avião que descobrem que a tripulação é terrorista. Com certeza em 11 de setembro de 2001 gradativamente aqueles que simplesmente acreditavam que fariam uma viagem simples perceberam que o comandante do avião em que viajavam (4 aviões) era um suicida e mataria a todos. Um pesadelo inimaginável. Quem acompanha a política no Brasil pode estar com essa sensação...
Inacreditavelmente aqueles que mandam no Brasil formam um grupo que joga com a sorte de nosso povo. Não interessa a eles o que possa acontecer. O fundamental para essa gente é não perder os privilégios que conquistaram graças a eleitores que se deixaram ludibriar ou, quem sabe, já eram beneficiados pelos “equívocos” éticos de seus representantes e governantes. Fizeram o diabo para vencer...
Os atos de agressão aos brasileiros atingiram o ápice com o desgoverno Dilma e sua base aliada. Não há como aceitar que pessoas tão inteligentes desconhecessem a gravidade de suas decisões. Mais ainda, a Operação Lava Jato mostra e prova semana a semana a dimensão da corrupção, algo que em alguns estados e municípios teve paralelo a ser julgado (esperamos) rigorosamente, mas em termos de Brasil a sujeira afetou todos nós.
O povo reage.
Manifestações coletivas e individuais ainda são pacíficas. É assustador, contudo, ver chefes brasilienses falando até em “pauta bomba”, quando deveriam estar trabalhando para a superação da crise atual. Talvez seja impossível sair de um nó criado por eles, nós e todos que acreditaram na “democracia”.
Com certeza temos a esperança do trabalho do Poder Judiciário, algo que poderá aumentar muito se alguns acertos éticos acontecerem. Felizmente o povo vai às ruas. É a elite? Deve ser pois o resto está com medo de perder o emprego ou procurando uma maneira de sobreviver. Foram vítimas de séculos de desprezo pela boa educação.
Estamos numa situação complexa pois a somatória da alienação com a estiagem, crise em muitos outros países, atraso de obras essenciais (ou nem planejadas), fragilidade técnica e a corrupção é um pesadelo para qualquer um medianamente informado e capaz de avaliar em que situação estamos.
Os mais velhos podem, talvez, relaxar um pouco, principalmente se não se preocuparem com seus descendentes, amigos, concidadãos. Já viveram... Aliás, o alheamento político é um câncer perigosíssimo.
Mais uma vez minha geração passa pela experiência de uma crise política severa. Isso parece ser rotina e, quem sabe, é o resultado de um centralismo excessivo, talvez importante para preservar dimensões geográficas, mas negativo em termos administrativos.
Passeatas, palavras de ordem, inimigos eleitos, ódio entre brasileiros e brasileiras! Muitos dirão (como é rotina fácil) que a culpa é do time adversário. A verdade é que nesses últimos anos de orgias quase todos silenciaram diante do que puderam descobrir.
Assim podemos até perguntar: de quem é a culpa?
O que importa, se pensarmos no que poderá acontecer se pessoas muito piores assumirem o comando do Brasil, é termos capacidade (e muita sorte) para escolher as melhores hipóteses. Assustadoramente parece que caminhamos em direção a precipícios e outras lideranças que ainda não demonstraram capacidade política, administrativa, técnica e amor ao Brasil.
Passeatas podem ser festivas e bons alertas. A esperança aumenta quando mostramos esperança com o time do juiz Sérgio Moro. Ouvindo, contudo, os protestos simplistas de grupos excitados e incoerentes com o próprio passado (afinal não é segredo que muita gente “boa” ganhou muito dinheiro com a negligência ética) ficamos pensando... quem merece respeito e confiança para substituir o comando atual? Vamos sair, como diz um ditado popular, da frigideira para cair no fogo?


Cascaes
16.8.2015


Comentários