Humanidade confusa e Curitiba




Gerenciamento técnico das cidades e o mundo em guerra
Temos o hábito de valorizar detalhes, construções e sistemas visíveis em tempos normais. O passado é algo que pode ser encantador, principalmente quando a história do que descobrimos é mal conhecida.
O desafio do século 21, contudo, é colossal e precisa de todos os especialistas e o máximo de consciência ética, cidadania, responsabilidade social, atenção e disposição para o voluntariado técnico.
Temos tradições que confortam, distraem e deixam todos de consciência tranquila, algo perfeitamente compreensível entre pessoas ignorantes e pouco sensíveis ao que estamos enfrentando.
Felizmente mudanças substanciais acontecem, principalmente a partir de povos mais evoluídos e que aprenderem, graças a sistemas educacionais exemplares e muito sofrimento com as guerras, cataclismos, acidentes e desvios brutais em relação à percepção da vida.
No Brasil estamos longe do patamar ideal de civilidade, algo que pode mudar a partir de exemplos maravilhosos a partir do Poder Judiciário.
Nossas cidades são o espelho de que entendemos e somos. Condições de acessibilidade, segurança, miséria explícita (material e intelectual), equívocos técnicos lamentáveis, prioridades importadas etc. demonstram quanto poderemos corrigir se soubermos mudar paradigmas e conceitos profissionais, por exemplo.
Com certeza não devemos simplesmente aceitar críticas de quem não nos conhece (1).
Os escândalos mais impressionantes vêm de países desenvolvidos, o mais recente envolvendo a VW alemã. A reação, contudo, ilustra a severidade de grupos humanos em condições de agir com rigor contra essas maldades inomináveis, afinal a favor dos criminosos não há o que alegar.
Fatos mais recentes, contudo, os atentados terroristas e a reação confusa de lideranças que deveriam ter sido mais cautelosas é algo assustador. O que estamos vendo é um coquetel de alienações e imperícias extremamente perigoso (2). É momento de ler e ver bons filmes, reportagens, jornalistas, debates e livros para avaliação cuidadosa. O lado irônico é que o ISIS talvez tenha protelado por algum tempo a Terceira Guerra Mundial...
A História da Humanidade, contudo, é uma sucessão de cenários hipócritas, pérfidos e brutais que servem para lembrar a necessidade permanente de eterna vigilância e aprimoramento de leis e jurisprudência contra cartéis, falsificação de produtos e sistemas, estímulo ao consumo inadequado, afetação negativa das crianças e jovens, processos belicistas, mídia sem cuidados elementares etc.
Maravilhosamente o ser humano pode evoluir.
A tecnologia moderna rompe o monopólio da informação viabilizando inclusive a transparência total.
Precisamos comprar, estudar, ver com atenção o que podemos alcançar, registrar, filmar, fotografar, usar as redes sociais, escrever, falar, debater teses e propostas.
O sistema representativo está falido e a democracia direta pode ganhar força.
E nós que vivemos na capital do Estado do Paraná?
Em Curitiba, durante esses últimos anos, a PMC usou exaustivamente sistemas de audiências públicas e consultas sobre projetos. Ótimo! E as corporações? O que saberiam acrescentar? O novo Plano Diretor [ (3), (4)] parece mostrar vícios antigos, graças, talvez, a uma legislação de “Solo Criado” (5), serviços essenciais (6), meio ambiente etc. imprecisas em relação aos cuidados de convivência urbana ou simplesmente como disse um Ex-presidente (6) do IPPUC:
 O ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) Luiz Henrique Fragomeni aponta que o plano diretor aprovado carece de conceito urbanístico. “Este ficou com muita permeabilidade pro mercado imobiliário. Tem-se falado muito de ‘adensamento’, muitas vezes de forma gratuita. Antes de se falar nas regiões de adensamento, tem de se falar em estrutura viária”, 
O planejamento depende de critérios, indicadores, referências, prioridades e método democrático, acima de tudo. Sabemos perfeitamente que os profissionais de qualquer empresa, repartição pública, autarquia, ONG etc. gradativamente são dominados por sentimentos de exclusão e valorização de suas entidades, frequentemente esquecendo a finalidade das organizações em que trabalham.
O desafio é imenso e principalmente os mais velhos têm a obrigação moral de não aposentar suas cabeças.
Vivemos num tempo fácil de colocar propostas, ideias, conceitos. Existindo humildade e sinceridade, vontade real de contribuir de forma positiva, sistemas de avaliação que poderão até ser formatados para registros e processamentos automáticos serão logo a grande ferramenta de monitoramento e gerenciamento de cidades, estados e países.
A genialidade de alguns, contudo, existindo, é mais do que necessária na coordenação de projetos, propostas, operação e manutenção do que existir.
Talvez assim algum dia tenhamos boas calçadas, respeito mútuo, ausência de miseráveis, ninguém precisando catar lixo para sobreviver... e por extensão, um mundo melhor.

Cascaes (8)
24.11.2015
1. Pondé, Luiz Felipe. Wake up call. Folha de São Paulo. [Online] 23 de 11 de 2015. http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2015/11/1709595-wake-up-call.shtml.
2. Martins, Antonio.Derrubada de avião russo: o mundo próximo à guerra. BLOG da Redação. [Online] 24 de 11 de 2015. http://outraspalavras.net/blog/author/antoniomartins/.
3. Pedrozo, Alexandre. A Curitiba que temos, a que nós queremos e a que eles querem. TERRA DE DIREITOS. [Online] 24 de 11 de 2015. http://terradedireitos.org.br/2015/11/24/artigo-a-curitiba-que-temos-a-que-nos-queremos-e-a-que-eles-querem/.
4. AUDIÊNCIAS DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE CURITIBA. CURITIBA. [Online] http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/audiencias-publicas/1627.
5. Marcondes, Josiclér Vieira Beckert. O crescimento da alienação do potencial construtivo. Migalhas. [Online] 8 de 11 de 2012. Solo Criado - é bom ou ruim?. http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI167192,101048-O+crescimento+da+alienacao+do+potencial+construtivo.
6. Cascaes, João Carlos. Serviços Essenciais Tratar de concessões de serviços essenciais. Por favor, responda às enquetes, é importante. [Online] http://servicos-essenciais.blogspot.com.br/.
7. Brum, Adriana. Plano diretor de Curitiba tem avanços e questões polêmicas. ParanáOnline. [Online] 23 de 11 de 2015. http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/919289/?noticia=PLANO+DIRETOR+DE+CURITIBA+TEM+AVANCOS+E+QUESTOES+POLEMICAS.
8. Cascaes, João Carlos. TInformando meus blogues. [Online] http://tinformando-meus-blogues.blogspot.com.br/.


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