Mudanças de cenário radicais

Mudanças de cenário radicais
O contraditório de quase tudo o que os mais velhos aprenderam principalmente em cursos universitários vai aparecendo à medida que, sobrevivendo, notamos as inovações e mudanças drásticas de cenário em geral.
Os mais antigos nasceram num mundo em que as cidades muito grandes eram pequenas se comparadas com o tamanho atual, vilas se transformaram em metrópoles, a produção de alimentos e a evolução da medicina e tudo o que ela precisa ampliou a expectativa de vida (meu pai dizia que aos os quarenta anos estaríamos devendo para o cemitério), o mundo em guerras permanentes e de grande dimensão, o rádio de ondas curtas e longas e revistas tradicionais informavam o que bem entendiam. O cinema em preto e branco e mostrava o que a censura permitia.
No Brasil os carros eram caríssimos e autênticas chaleiras. Estradas pavimentadas eram tão raras que serviam para as figurinhas Atlas. As estampas Eucalol eram disputadas, pois traziam imagens que despertava nossa curiosidade. Gibis eram a distração das crianças que sabiam ler e pescar, caçar, colecionar pedras, borboletas etc., ocupações que preenchiam o tempo antes que a noite chegasse...
E agora?
Tudo mudou radicalmente e isso exige muito para que tudo seja corrigido, pelo menos dentro da cultura atual e dos desafios do século 21. O que mudar?
Talvez a carência mais urgente seja o espírito aristocrático que considera aqueles “inferiores” como simples instrumentos da demagogia e dos interesses pessoais de lideranças, empresas, partidos políticos e muito mais, desde que poderosos.
É impressionante o gosto pelos rituais, honrarias e outros instrumentos de ostentação de poder e prestígio. Com certeza muitos são merecidos e ninguém é santo ou demônio. Precisamos de paradigmas, exemplos de seres humanos que felizmente existiram ao longo da história da humanidade e até hoje servem de referência. O essencial é o saldo positivo e significativo...
As mudanças de cenário afetam tudo, da Engenharia, Design, Arquitetura, Gerenciamento, planejamento, Educação, Segurança, ou seja, tudo simplesmente, até o ensino da História da Humanidade.
Mudanças têm inércias. Grandes urbanistas do passado sabem que enfrentar padrões consolidados é difícil, eventualmente até conflitos. Oswaldo Cruz[i]gerou uma revolta popular ao impor vacinas e mudanças a favor da saúde dos cariocas, quantas vidas salvou até hoje no Brasil inteiro?
Precisamos mudar tudo, inclusive a tolerância à corrupção, à má tecnologia (menor preço?), gerenciamento medíocre, demagogia etc.; a vida de Oswaldo Cruz é um modelo que existência que deveria ser enfaticamente ensinado a todos os brasileiros em qualquer profissão.
Cascaes
28.10.2015





Foi pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou em 1900 o Instituto de Percia bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.
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Filho de cariocas, nasceu no interior de São Paulo. Aos cinco anos, acompanhou a família no retorno ao Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Casou-se aos 20 anos, com jovem de família rica. Em 1896 estagiou durante três anos no Instituto Pasteur, em Paris, sendo discípulo de Émile Roux, seu diretor. Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o combate ao surto de peste bubônicaregistrado em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado. Como a importação era demorada, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo.
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Foi então criado o Instituto Soroterápico Federal (1900), cuja direção assumiu em 1902.
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 Diretor-geral da Saúde Pública (1903), nomeado por José Joaquim Seabra, Ministro da Justiça, e pelo Presidente Rodrigues Alves, coordenou as campanhas de erradicação da febre amarelae da varíola, no Rio de Janeiro. A nomeação foi uma surpresa geral. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Convenceu Rodrigues Alvesa decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina. A cidade era uma das mais sujas do mundo, pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês vistoriou 14.772 prédios, extinguiu 2.328 focos de larvas, limpou 2.091 calhas e telhados, 17.744 ralos e 28.200 tinas. Lavou 11.550 caixas automáticas e registos, 3.370 caixas d´água, 173 sarjetas, retirando 6.559 baldes de lixo e dos quintais de casas e terrenos 36 carroças de lixo, gastando 1.901 litros de petróleo (são dados do livro indicado abaixo, de Sales Guerra). Houve um momento em que foi apontado como «inimigo do povo», nos jornais, nos discursos da Câmara e do Senado, nas caricaturas e nas modinhas de Carnaval. Houve uma revolta, tristemente célebre como a revolta do «quebra-lampeão», em que todos foram quebrados pela fúria popular, alimentada criminosamente durante meses pela demagogia de fanáticos e ignorantes.
Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).
Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia.
Em 1916 ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato.
Sua vida é retratada no romance Sonhos Tropicais de Moacyr Scliar
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Fonte Wikipédia em 28 de outubro de 2015 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Osvaldo_Cruz

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