Paixão pela Grécia





Paixão pela Grécia
Uma condição privilegiada de vida foi ter um pai extremamente inteligente que usava grande parte do seu tempo conversando sobre Filosofia com um filho ainda pirralho, que o tentava convencer sobre a importância de ser religioso. Entre seus livros, um deles era motivo de atenção permanente, um livro[i]muito antigo de Geografia extremamente bem ilustrado (em preto e branco), desgastado pelo tempo; era uma delícia para a curiosidade infantil. Cada imagem era olhada com imenso prazer e curiosidade, ainda antes de saber ler.
Com o tempo fomos descobrindo outro tipo de literatura que ele guardava, permitindo-nos entrar mais profundamente nas lógicas paternas.
Da História e Geografia, muito bem ensinadas no colégio assim como da leitura e ensinamentos da Bíblia Cristã ganhamos lições, propostas de dogmas, ética, submissão a rituais e, acima de tudo, com a puberdade a dúvida absoluta em relação a propostas de comportamento que nosso pai sutilmente desconstruía.
Entre as fontes de rebeldia em relação ao que era estabelecido na década de cinquenta do século passado a reação ao puritanismo (principalmente nos anos sessenta) que gradativamente descobrimos ser hipócrita consolidou-se à medida que lemos e aprendemos, debatemos, experimentamos, exercitamos ao longo dos anos sessenta, tempo universal de reação a lógicas estabelecidas formalmente.
Inúmeros livros e filmes ensinaram muito, mas sempre ficamos intrigados com uma questão suprema: por que a Grécia foi o berço de tantos gênios da Humanidade? O que viabilizava inúmeros filósofos? De onde tiveram tanta inspiração que até hoje intriga arquitetos, artistas e principalmente estudiosos do comportamento humano?
É preciso visitar esse país fantástico inúmeras vezes ou viver por lá para tentar entender razoavelmente tanta fertilidade intelectual.
As potências militares ao longo da história destruíram, roubaram tesouros inestimáveis, alguns ainda expostos orgulhosamente em seus museus em cidades famosas, impuseram religiões e promoveram com empenho a destruição de templos, pergaminhos, obras de arte etc. substituindo-os pelo que acreditavam ser superior.
Os países ocidentais europeus foram “contaminados” pelos escravos gregos e daí o aprimoramento de muitas religiões e escolas. A herança grega é imensurável e imaterial, acima de tudo.
O quê, entretanto, gerou a Grécia polimórfica e tão criativa? O que era a Grécia?
O conjunto de cidades livres naquela região tem até um paralelo com as cidades e pequenos principados e reinos europeus até a união deles à força e formação de grandes países (extremamente perigosos).
Dizer em detalhes o que seria a Grécia escapa totalmente à nossa competência, mas detalhes geográficos, climáticos, etnográficos etc. surgirão com força nos estudos que qualquer amador ou profissional pretender fazer.
Independentemente de qualquer coisa, como bom turista, merece atenção a beleza do Mar Egeu, seus arquipélagos, as enseadas. O recorte e topografia das margens desses espaços entre a Europa e a Ásia. Podemos por aí compreender o espírito independente de seus povos ainda razoavelmente livres (apesar do império de religiões e ideologias).
Ruínas mostram os efeitos da intolerância estrangeira ou o desprezo com o passado grego [o Parthenon destruído, a ausência de obras de arte e de bibliotecas com os originais de seus filósofos (onde existiram poucas sobraram do fanatismo religioso), a academia que resistiu durante sete séculos até ser dissolvida pelos cristãos etc.].
Tudo o que aconteceu à Grécia é pouco se comparado ao que os países do Eixo fizeram durante a Segunda Guerra, o que demonstra a nossa incapacidade de respeitar a liberdade e a inteligência...
Apesar da quantidade imensa de turistas, muitos sem saber o que fotografar além deles próprios usando o resto para demonstrar como são capazes de chegar lá (fisicamente), devemos sempre olhar a Grécia com tremendo respeito, se for difícil entender existem bons filmes e livros para isso [ (1), (2)].
Cascaes
2.11.2015

1. Cascaes, João Carlos. Livros e Filmes Especiais. [Online] http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com.br/.
2. —. Procurando Saber, Entender, Aprender Filosofia, História e Sociologia - SEM CENSURA. [Online] http://querendo-entender-filosofia.blogspot.com.br/.




[i]Livro (do latim liber, um termo relacionado com a cortiça da árvore) é um volume transportável, composto por páginas encadernadas, contendo texto manuscrito ou impresso e/ou imagens e que forma uma publicação unitária (ou foi concebido como tal) ou a parte principal de um trabalho literário, científico ou outro, formando um volume.
Em ciência da informação, o livro é chamado monografia, para distingui-lo de outros tipos de publicações como revistas, periódicos, teses, tesauros, etc.
O livro é um produto intelectual e, como tal, encerra conhecimento e expressões individuais ou coletivas. Mas também é nos dias de hoje um produto de consumo, um bem. Sendo assim, a parte final de sua produção é realizada por meios industriais (impressão e distribuição). A tarefa de criar um conteúdo passível de ser transformado em livro é tarefa do autor. Já a produção dos livros, no que concerne a transformar os originais em um produto comercializável, é tarefa do editor, em geral contratado por uma editora. A coleta, a organização e a indexação de coleções de livros, por outro lado, é típica do bibliotecário. Finalmente, destaca-se também o livreiro, cuja função principal é disponibilizar os livros editados ao público em geral, vendendo-os nas livrarias generalistas ou de especialidade. Compete também ao livreiro todo o trabalho de pesquisa que vá ao encontro da vontade dos leitores.
Fonte Wikipédia em 2 de novembro de 2015

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