A Operação Lava Jato e a realidade brasileira




 A Lava Jato e a corrupção no Brasil
O Poder Judiciário deve ser acionado pelos que identificam e consubstanciam crimes. Não é direito, função, atribuição de juízes criarem processos. O enquadramento de criminosos é obrigação de denunciantes, pessoas que se revoltam e agem nesse sentido.
Algo estranho, muito estranho aconteceu nesses últimos anos quando tratamos de crimes de corrupção. Os governantes e seus prepostos simplesmente, de modo geral, com raras e excelentes exceções, silenciaram e nada fizeram contra pessoas que inventaram procedimentos venais e odiosos. Os crimes que antes denunciavam veementemente viraram moeda de troca de apoios ou foram perdidos... preferiram aumentar impostos, tarifas, taxas, carimbos, criar secretarias, ministérios, aparelhar o Estado e passear (enriquecer?) por conta do contribuinte e da miséria do povo (excelente material de exploração política).
A nomeação de pessoas indiciadas para cargos protegidos pelo Foro Privilegiado virou uma rotina, colocando em cargos estratégicos exatamente indivíduos que mereceriam outra sorte. Pior ainda foi a criação de bolsões onde possivelmente os atos delituosos agradavam os chefes.
Isso ainda vai acontecer? O time do Mensalão não gostou da experiência. Será a fuga de outros?
A demagogia imperou e a distribuição de bolsas, cargos, medalhas etc. era a regra (parece que continua). Não sem razão a burocracia continua quase intocável e o número de ministérios e secretarias é algo espantoso. Nosso povo realmente teve benefícios, esmolas, privilégios que tem medo de perder. Esquecem que era exatamente isso, a radicalização da miséria, a base de sustentação de reações duras contra seus caciques. Os brasileiros humildes sofreram demais e a não existência de grandes conflitos no Brasil salvou muitos coronéis da guarda[i] (1) e cortesãos. O fatalismo foi inculcado na mente de multidões que só acreditam em paraísos milenares (2) e milagrosos[ii].
Inúmeros inquéritos e CPIs (Comissões Para Iludir o povo) aconteceram, servindo, ao que parece, de moeda de troca.
Nossos agentes mafiosos não contavam, entretanto, com uma geração instruída, inteligente, corajosa e honesta de magistrados, promotores, delegados, policiais etc. e, mais ainda, a maravilhosa “delação premiada” entrou em vigor para valer. (3). Gente que vivia no luxo e infinitas mordomias está presa ou aguardando julgamentos enérgicos, outros virão. Para operacionalização de tudo isso nossos Supremos Tribunais dão indícios de patriotismo e racionalidade, simplificando ritos (4) e apoiando a equipe do Lava Jato, com destaque para o Ministro Teori Zavascki.
Uma campanha dispersiva está em curso. A Mídia agradece, afinal ela serve para novos faturamentos e ibopes. Os fanáticos, cegos pelo sectarismo, agem como torcidas organizadas. O Brasil sofre desmoralizantes críticas, quem, entretanto, à medida que os inquéritos mostram resultados aplaudem nossa gente, os inquéritos alertam autoridades e acionistas internacionais assombram países que agora têm muito que aprender com o Brasil (chamando a atenção para o crime organizado internacional).
Felizmente não estamos em guerra, como é a esperança dos desesperados, sendo mais um país em guerra civil. Onde isso acontece a interferência estrangeira inibiu a reação justa de povos explorados. O que acontece no norte da África e Oriente Médio é um exemplo terrível do intervencionismo e geopolíticas de nações imperialistas e comerciantes de armas.
Pré-julgar é algo maldito, assim, par e passo a Operação Lava Jato colhe documentos, troca informações etc. criando processos que o Juiz Sérgio Moro de maneira eficaz sentencia. No STF o apoio é fantástico, assustando muita gente que se considerava intocável.
O Brasil paga a conta de equívocos centenários, vale a pena, isso é importante para a reconstrução ética e material de um país que merece ser uma referência de sucesso em todos os sentidos. Erramos demais... estamos acertando com o valoroso e novo Poder Judiciário.

Cascaes
9.3.2016
1. Coronelismo. Wikipédia. [Online] [Citado em: 9 de 3 de 2016.] https://pt.wikipedia.org/wiki/Coronelismo.
2. Milenarismo. Wikipédia. [Online] [Citado em: 9 de 3 de 2016.] https://pt.wikipedia.org/wiki/Milenarismo.
3. Cascaes, João Carlos. As delações premiadas e a Operação Lava Jato. A favor da Democracia no Brasil. [Online] 8 de 3 de 2016. http://afavordademocracianbrasil.blogspot.com.br/2016/03/as-delacoes-premiadas-e-operacao-lava.html.
4. 23h36, 17/02/2016 18h06 - Atualizado em 17/02/2016. Por 7 a 4, STF admite prisão logo após condenação em 2ª instância. G! [Online] 17 de 2 de 2016. http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/02/maioria-do-stf-permite-prisao-logo-apos-condenacao-em-2-instancia.html.





[i] Os membros da Guarda eram recrutados entre os cidadãos eleitores e seus filhos, com renda anual superior a 200 mil réis nas grandes cidades, e 100 mil réis nas demais regiões, esses indivíduos não exerciam profissionalmente a atividade militar, mas, depois de qualificados como guardas nacionais, passavam a fazer parte do serviço ordinário ou da reserva da instituição.[2] A Guarda Nacional tinha forte base municipal e altíssimo grau de politização.
A sua organização se baseava nas elites políticas locais, pois eram elas que formavam ou dirigiam o Corpo de Guardas . Como uma instituição de caráter civil, a Guarda Nacional era subordinada aos Juízes de Paz, aos Juízes Criminais, aos presidentes de Província e ao Ministro da Justiça, sendo somente essas autoridades que podiam requisitar seus serviços.[2] O único cenário em que os guardas nacionais passariam a fazer parte da estrutura militar de 1a linha era no caso dos corpos destacados para a guerra, quando deveriam de atuar como auxiliares do Exército.[2] Os guardas nacionais deveriam ser repartidos pelas Câmaras Municipais em unidades dentro dos distritos de cada município. A princípio, as unidades seriam da arma de infantaria, ficando a cargo do governo decidir sobre a criação de unidades de cavalaria e artilharia. , cabia ao governo escolher os Coronéis e os Majores de Legião da Guarda Nacional. Os demais oficiais, inicialmente, eram escolhidos através de eleições em que votavam todos os guardas nacionais para exercerem um posto pelo prazo de quatro anos, porém tal fórmula foi modificada após a promulgação do Ato Adicional (1834), sendo substituída por nomeações provinciais, propostas das Câmaras Municipais e, mais tarde, por indicações dos comandantes dos corpos.[

"Ora nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que jamais será destruído e cuja realeza não será deixada a outro povo. Ele pulverizará e aniquilará todos esses reinos, e subsistirá para sempre" (Daniel 2:44)
Milenarismo pode ser definido como movimento social, geralmente de caráter religioso, que acredita em algum tipo de salvação total, coletiva e iminente de origem sobrenatural.
O termo "milenarismo" deriva da palavra em latim millennium (mil) e tem origem no livro das Revelações do Novo Testamento, especificamente em uma visão de São João na qual Jesus Cristo voltará à Terra para um reino de mil anos -o millennium.
De tradição protestante, o milenarismo religioso encontra-se mais forte em igrejas como a Adventista e a Testemunhas de Jeová, embora também apareça no judaísmo, no budismo e no islamismo. Por acreditar na vinda de um messias -Cristo, por exemplo-, o milenarismo pode ser usado como sinônimo de messianismo.
No Brasil, o movimento milenarista mais conhecido foi o de Canudos, comandado pelo líder religioso Antônio Conselheiro.
Ele e os seus seguidores acreditavam na proximidade do Julgamento Final e esperavam a vinda de um messias, do qual Conselheiro teria sido seu profeta. A profecia mais conhecida de Conselheiro -"o sertão vai virar mar, e o mar vai virar sertão"- também encaixa-se no pensamento milenarista da transformação radical a partir de um fenômeno sobrenatural.
Outro milenarista famoso foi o padre Antônio Vieira, que, no século 17, acreditava no surgimento do Quinto Império previsto por Davi, liderado por Portugal, que controlaria o mundo inteiro.
Os impérios anteriores haviam sido Assíria, Pérsia, Grécia e Roma.
O milenarismo, no entanto, não é apenas encontrado em movimentos religiosos, e seus traços podem ser encontrados em lugares aparentemente insuspeitos. Há quem argumente, por exemplo, que a crença do comunismo no fim da luta de classes para chegar a uma sociedade justa tenha raízes milenaristas. Um exemplo mais evidente é o nazismo alemão, que criou o Terceiro Reich (Reino, em alemão), previsto para durar mil anos. Os pesquisadores que defendem esse argumento chamam a atenção para o fato de que uma cultura "milenarista eclética" já faz parte do nosso cotidiano.
É muito fácil ver exemplos disso no que foi a contagem regressiva para o ano 2000. Não havia nenhum motivo racional para acreditar que a chegada do 3° Milênio (que, na verdade disso, só chegou em 2001) marcasse o início de uma nova era ou o começo do fim dos tempos. Alguém que ainda lembre de alguma promessa não cumprida feita em algum réveillon sabe do que se trata. Mesmo assim, por todo o lugar nos últimos meses de 1999 se viam anúncios explorando o fim do milênio, políticos usando o tema em discursos, contagens regresssivas e outros exemplos.
A proximidade da chegada do ano 2000 também gerou muita apreensão sobre como seria o comportamento de certas seitas religiosas milenaristas. Nos EUA, por exemplo, temia-se que pudessem se repetir episódios violentos semelhantes ao ocorrido no Texas em 93, quando 81 pessoas da seita milenarista "Ramo Davidiano" morreram em um incêndio após serem cercadas pela polícia.
O milenarismo, no entanto, não é apenas encontrado em movimentos religiosos, e seus traços podem ser encontrados em lugares aparentemente insuspeitos. Há quem argumente, por exemplo, que a crença do comunismo no fim da luta de classes para chegar a uma sociedade justa tenha raízes milenaristas. Um exemplo mais evidente é o nazismo alemão, que criou o Terceiro Reich (Reino, em alemão), previsto para durar mil anos. Os pesquisadores que defendem esse argumento chamam a atenção para o fato de que uma cultura "milenarista eclética" já faz parte do nosso cotidiano.
É muito fácil ver exemplos disso no que foi a contagem regressiva para o ano 2000. Não havia nenhum motivo racional para acreditar que a chegada do 3° Milênio (que, na verdade disso, só chegou em 2001) marcasse o início de uma nova era ou o começo do fim dos tempos. Alguém que ainda lembre de alguma promessa não cumprida feita em algum réveillon sabe do que se trata. Mesmo assim, por todo o lugar nos últimos meses de 1999 se viam anúncios explorando o fim do milênio, políticos usando o tema em discursos, contagens regresssivas e outros exemplos.
A proximidade da chegada do ano 2000 também gerou muita apreensão sobre como seria o comportamento de certas seitas religiosas milenaristas. Nos EUA, por exemplo, temia-se que pudessem se repetir episódios violentos semelhantes ao ocorrido no Texas em 93, quando 81 pessoas da seita milenarista "Ramo Davidiano" morreram em um incêndio após serem cercadas pela polícia.

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