Paraolimpíadas – um desafio que pode mostrar um Brasil humano, eficaz e vitorioso
Logo estaremos em tempo de Olimpíadas. Rio de Janeiro será vitrine mundial de um país em crise que, esperamos, que não adotará formas violentas para resolver suas questões políticas.
Os brasileiros estão amargando um período gravíssimo de sua história. No futuro saberemos em detalhes o que houve. Com a tecnologia moderna não há como esconder eternamente ações tão absurdas.
Crises econômicas são fases brutais de qualquer país. Quem já vivenciou esse pesadelo sabe o que isso significa.
Precisamos acreditar no Brasil e nos brasileiros. Talvez tenham poucas medalhas, mas enfrentar tudo o que já passaram para conquistar a glória ou parte dela nas Paraolimpíadas (1) no Rio de Janeiro será algo extraordinário.
A Copa do Mundo deixou um tremendo passivo que nossos atletas poderão resgatar com garra, competitividade e honra.
Estamos em tempo de insuflação de rivalidades e ódio. Esportes violentíssimos criam gladiadores (provavelmente futuras pessoas com deficiência (s)). A elegância de esportes mais civilizados dá lugar à brutalidade.
Dizem que quando falta pão à mesa todos reclamam e ninguém tem razão. O que está acontecendo era perfeitamente previsível e evitável se tanta gente entendida não houvesse se omitido, aceito, ganhando com a corrupção muito dinheiro, cargos, privilégios, rituais e honrarias. Mas falta pão principalmente entre milhões de pessoas que estão perdendo tudo.
Felizmente a coragem inacreditável dos líderes da Operação Lava Jato abriu uma ferida que só cresceria se nada tivesse sido feito para desmontar a bomba relógio sob nossos pés. Podemos reconstruir o Brasil em bases sólidas, é só ter paciência e vontade. Há, contudo, a necessidade de revitalizar nosso povo que só vê e ouve notícias ruins.
Nossos atletas disputarão medalhas. Os mais famosos com bons patrocínio, principalmente entre aqueles que servem para vender cerveja, automóveis, celulares etc.
O para-atleta é acima de tudo uma pessoa que busca a redenção pessoal na superação de problemas que herdou ou ganhou em acidentes ou doenças graves. Por si só é um vencedor, chegar a participar de uma Olimpíada não é fácil, mais ainda em tempo de crises nacionais e internacionais. A glória de nossos atletas será apropriada por nós, precisamos dessa energia.
Nossos votos de sucesso e acima de tudo o agradecimento por mostrarem um lado bom, humano, lutador e competitivo do Brasil.
Cascaes
20.05.2016
1. Cascaes, João Carlos. Paraolimpíadas e o esporte com as pessoas com deficiência. [Online] http://paraolimpiadas-brasil.blogspot.com.br/.
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